Capitulo Quatro

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Ulisses

Minha mãe chega hoje de Paris, e ela quer os filhos juntos essa noite. Ella não é uma mulher a qual se deve desobedecer. Saindo do trabalho resolvo passar na escola em que meu irmão é professor sei que se eu não for pessoalmente ate lá ele não vai nesse jantar, meu irmão e minha mãe vivem em pé de guerra. Caio era louco com uma irmã e minha mãe se recusou a engravidar novamente então meu irmão ficou revoltado e muito raramente os dois conversam, civilizadamente.

Chegando à escola vou direto para sala do meu irmão, e uma garota esbarra em mim, ela se desculpa, mas sou arrogante demais para aceitar. Ela olha para mim e para minha surpresa é Malu, a garota que despertou em mim uma vontade de protegê-la. Meu irmão chega e diz que pensava que ela já tinha ido embora.

- Eu tinha, mas acabei esquecendo meu celular e voltei para pegar.

- Então alem de destrambelhada você também esquece as coisas. – digo, não sei por que, mas tive a necessidade de provocá-la.

- E você além de grosso também é desagradável. – diz e Caio começa a rir.

- Vejo que já conheceu a Malu Albuquerque, ela é minha nova aluna. – diz Caio – Malu este é meu irmão Ulisses Braga.

Ele nos apresenta, e Malu diz que assinei um contrato com a empresa de seu pai e mais uma vez me veio à vontade de provocá-la, digo sobre a cena que presenciei em sua casa no dia do jantar. Ela me responde e pergunto se sua mãe não lhe deu educação. E no mesmo instante vejo seu olhar se perder como se estivesse se lembrando de alguma coisa ruim. Ela abaixa a cabeça e começa a chorar. Arrependo-me do que falei ao ver seu olhar, mas continuo a provocá-la.

- Uma chorona, como uma criança. – digo e só então ela me encara.

O que vejo em seu olhar tira o meu chão, vejo tristeza, magoa e acima de tudo vejo dor e culpa.

- Nunca mais fale da minha mãe. Nunca mais diga coisas que você não sabe.

Ela sai da sala correndo.

- Você não tem coração cara? – meu irmão fala muito bravo comigo sempre brigamos por causa da minha forma de tratar as pessoas que não são da família. – Não se importa com os sentimentos dos outros?

- Não sei o que deu em mim. – digo.

- Não sabe? Eu te falei que minha nova aluna parecia ser uma pessoa triste e olha como você a tratou. – diz e vai atrás dela.

Então a garota a qual ele disse ter amor de irmão era a Malu e grosso como sou faço a garota chorar na frente dele. Vou atrás deles e escuto um pedaço da conversa.

- ... alguém fala da minha mãe para me atingir.

- Como assim? Não estou entendendo.

- Minha mãe esta morta, Caio. Ela morreu por minha causa.

Ele a abraça.

Sinto-me culpado por ser mais uma dessas pessoas que falam de sua mãe para fazê-la chorar, mesmo sem saber. Malu para mim é um misto de sentimentos; ao mesmo tempo em que quero protegê-la quero provocá-la.

Meu irmão a leva para casa e eu vou para minha, me arrumo para o jantar já preparado para o sermão do meu irmão mais novo.

No restaurante minha mãe já tinha chegado.

- Não é educado deixar uma dama esperando, principalmente quando a dama em questão é sua mãe. – minha mãe reclama.

- Boa noite mamãe. – beijo sua bochecha – Como estava Paris?

Ulisses - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora