Em Sobradinho, em uma chácara conhecida como santuário, se Salvador está cuidando de seus animais. Ele fala com as galinhas, acaricia os bodes e os porcos. Era manga de julho, ventava e fazia frio. Às nuvens Aram esparsas e baixas Porã causa do frio. Um homem de aproximadamente 37 anos para frente à chácara bem na hora que seu Salvador passa com uma cuia para encher de milho e dar as galinhas. O homem o chama dizendo.
_ O senhor é o seu Salvador?
Deixando a cuia em um toco de árvore cortada para servia de apoio responde.
_ Sou eu mesmo. Algum problema?
_ Eu estou sim, acho que muitas pessoas te procuram quando estão com problemas.
_ É. O que deseja?
_ Quero fechar negócio com uma empresa e acho que preciso de alguém que abra os caminhos. O senhor entende?
_ Quer ajuda das entidades. Sabe que elas sempre exigem algo em troca.
_ Eu pago quanto você me pedir. Preciso muito deste contrato. Eu não sei. O negócio parecia ir bem, mas de repente o outro negociador desistiu e, mesmo comigo dobrando a oferta, colocando com valor bem acima do mercado, ele está irredutível. Parece que o caminho está bloqueado. Sei lá.
_ Quer dizer que você deseja comprar uma empresa e o outro negociador perdeu o interesse no negócio.
_ Não. Eu quero fazer uma parceira. Não quero pegar nada de ninguém.
_ Me aguarde um minuto.
Seu Salvador entra sua casa, humilde e sem reboco do lado de fora, vai até um quartinho nos fundos da casa, fecha os olhos e como se estivesse sendo guiado, pega em uma gaveta uma pequena lista de produtos que seriam usados em um feitiço. Levando o papel ao homem que espera pacientemente do lado de fora diz.
_ Aqui está. É uma lista de coisas que quero que você traga para mim amanhã. Lembre que isto é só para entrar em contato com as entidades, amanhã elas farão sua exigência.
O homem pega o papel das mãos do seu Salvador, sorri dizendo.
_ Suponho que esta seja a parte fácil.
_ As vezes as entidades estão de bom humor. Neste ramo já vi de tudo, meu jovem. Venha a noite e não se esqueça de trazer as coisas.
No dia seguinte, nem vem o sol se pôs o homem já estava a porta com todas as coisas. Seu Salvador se admirou dizendo.
_ Pontualidade é uma virtude.
_Eu quase fechei um outro contrato no lugar deste, mas não vou me dar por vencido.
_ Trouxe tudo?
_ Sim.
_ Me ajude a descarregar, entre.
O dois tiram de uma caminhonete uma saca de milho de pipoca, plumas de aves e cordas. Muitas cordas. Ao entrarem no lugar conhecido como templo, seu Salvador diz ao homem.
_ Na verdade não é uma parceria, é um golpe. Seu sócio vai ficar bem desapontado.
O homem, se mostrando impressionado diz.
_ Isso significa que você não vai fazer o trabalho?
Pegando as coisas e preparando o ritual, seu salvador responde.
_ Eu não faço nada, as entidades que fazem, se não quisessem fazer elas nem teriam pedido nada. Talvez você estranhe um pouco.
Seu Salvador pega e entra em transe, ele escolhe três delas, uma ele queima em um tipo de lamparina e antes que ela se consumisse toda ele a apaga e entrega ao homem, a outra ele joga para cima e esta desaparece, com a corda ele corta um pedaço e, dando três nós, ele amarra a terceira pena. Enquanto faz o ritual, na esfera espiritual, Pazuzu entra na sala onde o ritual se inicia junto com sua horda demoníaca. Um vento frio e tenebroso invade o ambiente. Com os milhos de pipoca, seu Salvador os esfrega nas mãos tentando aquece-los. Tendo colocado os milhos de pipoca em uma lata que estava diante de uma altar, espera um minuto e diz ao homem.
_ Eu invoco as entidades, mas é você que deve fazer o pedido.
O homem diz.
_ Quando eles chegarem, me avisa?
_Já chegaram.
O homem pergunta
_ Você pode ouvir eles?
_ Às vezes eles falam, dão orientações.
Entregando um pequeno canivete ao homem, seu Salvador diz.
_ Tome, perfure seu dedo e deixe o sangue lamber a lâmina, depois coloque-o na lata com o milho.
Ao fazer isso, seu salvador pega a pena queimada e a lança na lata com o milho que começa a sai uma fumaça. De repente, a fumaça se converte em um fogo vermelho e alaranjado, uma figura de aparência angelical se forma dentro das chamas dizendo.
_ O que querem de mim?
Seu Salvados se afasta e encoraja o homem a falar com a entidade e este fala o que quer.
_ Eu tenho um negócio que quero fechar, vai me trazer muito lucro. Me diga o que você quer, vamos fazer uma parceria para que eu tenha sucesso.
A entidade diz.
_ Vejo que é um home de negócios, tem problema se eu fizer primeiro e dar meu preço depois?
_ Não.
Entidade
_ Então eu já volto.
O fogo da lata de milho diminui e a imagem que falava dentro dele se desfaz, minutos depois o fogo se volta ao tamanho que tinha e a imagem retorna falando do interior das chamas.
_ Seu sócio é de uma igreja?
_Sim. É de uma congregação pequena.
A imagem se aproxima do homem o encarando bem de perto e diz.
_ Não posso fazer nada por você.
Seu salvador se espanta ao ouvir isto e a entidade continua.
_Há um muro de fogo ao redor protegendo esta empresa e por cima um teto sangue que não pode ser penetrado, isso e você tem um selo. Isso e você tem um selo. Sai daqui. Aqui não é lugar para você.
Seu salvador indaga à imagem.
_Espera um pouco. Você disse que não pode fazer nada por causa de um fogo e sangue. Foi basicamente o que usamos aqui.
Entidade
_ Mas o sangue sobre a empresa é diferente, este sangue tem o respaldo daquele lá de cima.
Seu salvador
_ E nó não somos respaldados por ele?
Entidade
_ Não.
Seu Salvador, meio transtornado e decepcionado retruca.
_ Suponho que o lá de cima a quem você se refere é mais forte que você.
Entidade
_É mais forte do que qualquer entidade que existe.
Seu salvador olha para o homem e diz.
_ Vá embora daqui.
O homem retruca.
_ Mas e meu negócio.
Seu salvador diz com raiva.
_ Você ouviu a entidade, nem eu nem ninguém