Kate

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 Minhas mãos estão molhadas, estou estendendo roupa, de repente ouço latidos, Pegasus não é de latir, olhei para trás, avistei uma garota, parece ser simpática, não consigo ver seu rosto, mas seus cabelos são como raios de sol, ela abre o sorriso, e era o sorriso mais lindo que eu já tinha visto a minha vida toda, dou um passo para falar com ela, mas então.... o despertador toca e eu acordo.

Capitulo 1

Como toda manha acordo com a cara amaçada, esfrego meus olhos e corro para o banheiro, "A merda" penso, desceu para mim, troco de calcinha e coloco o absorvente, volto ao meu quarto para verificar e não manchou meu lençol, mas manchou, resmungo um pouco e o tiro. Desço as escadas com o lençol nos braços, passo por Pegasus que está literalmente estuprando uma almofada, acontece, vou direto para lavanderia coloca o lençol na máquina, mas lá está vovó lavando roupa, pra variar.

-Bom dia, dormiu bem Aurora? -Vovó pergunta fazendo uma refencia ao conto bela adormecida.

-Bom dia, mais ou menos, desceu pra mim, deixa que eu lavo. – falei quando ela estava puxando o lençol de mim.

-Como você está depois de ontem? -Vovó tenta puxar assunto, mas entra num assunto delicado. Ontem minha mãe ligou, e brigamos, foi bem feio.

Não moro com os meus pais, e a vovó nem é minha vó de verdade. É meio complicada a história. Há uns dois anos atrás eu fugi da casa da minha mãe, na verdade ela meio que me expulsou, e tudo por que eu apenas disse que gostava de garotas. Ela gritou, me bateu, me xingou de tudo quanto é nome, se culpou por tudo isso, depois ela me culpou por tudo isso, e por fim, me expulsou. Vovó me acolheu, antes ela era apenas a senhora que morava na fazenda longe da cidade, agora, pelo jeito, ela é minha única família.

Respondo que está tudo bem e que não foi nada, "não me atinge mais", foi o que eu disse, mas atingia, e muito.

Voltamos para a cozinha, hmmm, sinto cheiro de pão recém assado, nós nos sentamos na mesa da cozinha, e que cozinha, sempre cheia de guloseimas, mas dessa vez tinha até de mais, pergunto se alguém viria para visita, e quando olho para vovó vejo que ela está com um sorriso imenso, "minha neta vai vir morar conosco a partir de hoje." Fico chocada, em dois anos que moro aqui nunca havia conhecido nenhum dos filhos da vovó, e nenhum de seus netos, só sabia de coisas que vovó tinha me contado, como que ela não via nenhum deles a 10 anos, desde que ela veio para Cloudfield. Vovó literalmente deixou tudo para trás para ter esta fazenda.

-Minha filha me mandou uma mensagem dizendo que minha neta viria para cá- continuou vovó- para morar aqui. Fiquei tão contente que finalmente pudesse vela, que finalmente pudesse ver minha filha...- lagrimas caíram de seus olhos, e imediatamente fui abraça-la- Está tudo bem eu finalmente vou vela, não é?- ela da uma risada forçada, como se esse sorriso não fosse dela, como se alguma coisa não a deixasse sorri, e acho que sei o que seria essa coisa, o medo, o medo da filha não aparecer de fato por rancor da mãe, mas vovó não deixou seu filhos assim sem mais nem menos, teve uma historia muito maior do que eu sei, mas ela nunca me contou.- Obrigada!- ela diz com uma voz tremula, e depois se retira.

Desço, vou até o poço, lá tem um balanço que gosto de refletir as vezes, sento e inclino minha cabeça para trás, o sol está forte, nem parece que ainda é nove horas. Tento relembra meu sonho, quem era aquela garota, será que era a neta da vovó, poderia ser, as fotos que vi dela foram as de pequena, quando ela ainda tinha 6 anos ou menos, depois não tem mais fotos, historias dela que vovó conta, mas talvez não seja, isso me deixou confusa, preciso contar para alguém.

Volto até o casarão, procuro meu telefone, e o encontro dentro de uma meia, não uso celular aqui, antes de tudo o que aconteceu há dois anos atrás eu o usava bem mais, mas depois tudo a rede ficou chata. Não temos muita tecnologia aqui na fazenda, só meu computador velho que dei pra vovó jogar paciência, então tenho que ir até a cidade para mexer na internet. Corro pra sala e aviso a vovó que estou saindo, e que recolheria a roupa quando eu voltasse, ela me pediu para trazer farinha, pois a nossa havia acabado, faço que sim com a cabeça e vou até a lavanderia, e pego o lençol que não está mais sujo, agora ele está branquinho, e com cheiro de flores, e o estendo.

Kate e EstherWhere stories live. Discover now