O primeiro Dia a gente nunca esquece...

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6 de Junho de 2003 08:22 a.m.

Agora eu irei para a escada principal onde os internos serão apresentados, como a Dra. Stamford disse, e como aqui é meu primeiro dia estou completamente perdida e sem saber onde são as coisas, e pelo o que me disseram é perto desse quarto, mas eu estou perdida... Será bom se eu perguntasse, vou perguntar para aquela enfermeira:

April: Com licença, poderia me dizer onde fica a escada principal, que liga o primeiro e o segundo andar, acho que é...

Enfermeira: Claro! Você só precisa virar á esquerda nos próximos corredores que irá encontrar o corredor. Você é April Kepner, que salvou seus pai em um acidente em Columbus? 

April: Sou eu sim! Tenho que ir! Tchau

Enfermeira: Tchau Dra. Kepner...

Eu não posso afirmar, mas será que desde que eu decidi vir para Boston tudo tem dado errado?! O acidente, Alzheimer... Minha vida parece um jogo, em que o time da casa estava ganhando de 3 a 0, era feliz, tinha tudo que sempre quis, realizou o sonho de estar com os melhores... E no segundo tempo, sem dó, nem piedade o time de fora conseguiu o empate aos 85... E o técnico da casa podia colocar o craque do time em campo, mas colocou um zagueiro que estava em uma má fase... E nos acréscimos o time de fora virou... E o técnico da casa ficou com o pesar de poder ter feito a substituição e não fez...

Ás vezes minha vida parece com a desse técnico, primeiro eu achava que era feliz, podia ficar assim sempre e que tudo estava sob o controle... Aí vem o time de fora que é a vida, o destino e que me fez sentir enganada, com a história do Alzheimer, ficar longe dos meus pais... Eu só queria ser feliz de novo... Minha ida para Boston pode não ter sido um erro, mas eu sinto que eu podia ter feito mais... Por onde vou falam sobre o acidente, e isso não é o que eu espero que acham de mim... Eu queria ser reconhecida por mais, mas nem feliz direito sou... Não tenho namorado, meus pais podem ter Alzheimer, ninguém gosta de mim, eu queria tudo isso somente por um instante... O pior é que sinto como seu Deus tivesse afastado de mim e nem ligasse pra isso, não tenho tempo para ficar pensando nisso, ainda mais aqui parada, meu Deus! Falta 2 minutos!!! 

Eu simplesmente sai correndo sem importar com quem estava ali. Por sorte cheguei na hora certa e consegui pegar o discurso do Dr. Davi Silva, um brasileiro que nasceu em São Paulo e veio para Boston ainda pequeno, ele dizia assim:

Dr. Silva: Bom dia a todos! Bom me acompanhem. Vocês foram os escolhidos para fazer a residência médica no Brigham and Women's  Hospital. E isso não foi por acaso,vocês se destacaram, alguém aqui já até fiz um procedimento numa estrada... Bom, mas o que quero dizer a vocês é que nunca será fácil, haverá pressões dos pacientes, dos familiares, dos médicos, cada um vai ser testado ao limite. Isso fará com que somente alguns de vocês permaneçam neste hospital. A primeira impressão que vocês tiveram é que durante 5 anos que passarão neste hospital é que será tudo perfeito. Mas não é verdade! Vocês irão ficar tristes, levarão o trabalho para a sua vida, e se estressarão muito... Mas não se engane, passar por todo esse sofrimento não significa que vocês não  poderão ter um futuro glorioso. Eu já passei por o que estão passando, já fiquei triste por causa de médicos, pela perda de um ente querido, de um paciente que me apeguei demais... E superei tudo isso, eu não estava preparado para lidar com isso, assim como vocês não estão! Independentemente do que acontecer, a passagem de vocês por esse hospital fará  com que cresçam, tenham responsabilidade, e para alguns ser cirurgiões geniais, descobrir a cura do Alzheimer, Parkinson, Câncer e várias outras doenças. Sejam fortes , pois no futuro tudo irá valer a pena. Tenham um bom dia e acompanhem o seu residente. Por enquanto só isso.

Caraca! Meu, que discurso! Eu nem treinando conseguiria discursar assim! Sempre me disseram que o brasileiro tem um jeito diferente do nosso... Ele parecia mesmo saber o que estava falando, que tinha vivenciado aquilo. Isso dá mais certeza. Eu discursei na formatura do 3° ano, estou vendo um pessoal ali conversando, vou ver o que estão falando.

April: Oi! Eu sou April! Parece que pela escala hoje somos os internos da Lexie Sloan, já ouviram falar dela?

Turma: Oi! Eu sou Peter Brow, ela Mary Brooks, a outra ali é a Miranda Grey e este que está vindo é o Andrew Stamford. Sobre a Sloan?! Claro! Falam que ela antes era uma maravilha de pessoa, mas por alguns acidentes, ela ficou um pouco mais amarga. Mas é uma ótima cirurgiã cardíaca, já li vários artigos dela.

April: Bom, como já foi apresentado o hospital para nós, o que vamos fazer agora?

Peter: Acho que vamos ter algumas rondas de pacientes com problemas cardíacos, assistir cirurgias, e rever vários prontuários. Acho que como hoje é nosso primeiro dia, eles vão pegar leve conosco.

Andrew: Estou ouvindo chamarem a gente... Espera, é a Sloan!

Lexie: INTERNOS!!! Venham logo! Vocês tiraram a sorte grande, hoje deu entrada um paciente com sérios problemas cardíacos e encontramos um doador para ele!

Peter: Uau! Nunca pensei em um começo melhor! - Diz ele pulando e perguntando: - Doutora onde está o paciente?

Lexie: É... Ela está vindo de helicóptero para cá, estava em Boston. - Havia algo lhe pertubando, geralmente ela ficava alegre e entusiasmada com a paciente e a cirurgia, mas esse caso era diferente, ou parecia. Talvez fosse um de seus antigos colegas ou um familiar de seus próprios internos...

Mary: Quem é doutora Sloan? - A tão quieta mulher ia se acostumando com a rotina, mas não sabia o que estava prestes a ocorrer...

Lexie: É que um de vocês tem uma ligação muito próxima... - Ao disser isso Lexie aumentou ainda mais a expectativa e ansieda, mas ela tinha que falar para preparar emocionalmente todos... Até que se ouviu na TV:

TV: Agora iremos até Boston, a famosa doutora Cristina Brow, ganhadora do prêmio Mark Brown, está de helicóptero junto com seu pai, o doutor Brow em carne e osso. Ele será submetido a um transplante de coração, devido a complicações. Após os comerciais [...]

Peter: Meu Deus! É meu avô! - Aquele que antes estava alegre e feliz, agora estava preocupado com seu querido avô que foi como um pai para ele. Mas April, a quem acabara de conhecê-lo, o abraçou. Em seguida todos o abraçaram de uma só vez. Depois April, como se já o conhecesse muito bem, como uma fiel amiga disse: 

April: Você pode contar comigo, com todos nós Peter! Sei que nos conhecemos agora, mas eu entendo isso que você está passando. Algumas semanas atrás meus pais e eu sofremos um acidente e eles quase morreram... Enfim... Conte... Comigo...! - Os dois que acabaram de se conhecer pareciam que tinham anos de amizade, algo que talvez Peter não esperasse dela. Tudo estava se acalmando quando o helicóptero chegou e a adrenalina disparou novamente no coração de Peter e dos demais. Eles avistaram Cristina Brown descendo do helicóptero e Peter foi o primeiro a ir, ele abraçou sua mãe. Os dois estavam em lágrimas, nunca algo disso ocorrera, ambos se sentiam sozinhos, sem chão. Por isso Doutora Sloan decidiu deixar ele fora do caso e ficar perto da mãe. Por mais que ele quisesse participar do seu primeiro caso, como interno, sentia e sabia que não seria possível. Sua situação era semelhante ao que April passara. E a situação de Mark Brown só ia declinando, fizeram exames e o levaram imediatamente para a sala de cirurgia, Peter nem Cristina conseguiriam ficar tranquilos ou confortáveis. A única coisa que sabiam é que ele estava nas mãos da melhor cirurgiã cardíaca da região, e por ser fascinado pela cárdio Peter sabia dos riscos...

Será que ele vai superar? Será que Mark Brown vai continuar vivo? E amizade de April e Peter, vai se fortalecer? Eles vão se dar bem?

Continua...

Bom, me perdoem por ter parado de ter escrito, mas voltei. Espero que gostem! Fiquem com Deus, Tchau!📖
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Agora literalmente, Tchau!

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