Colina

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Colina

- MÃEEEE! - grito desesperada. - Socorro!- soluço de tanto chorar. Quando vejo, minha mãe entra no meu quarto correndo juntamente com meu pai, pelo rosto dos dois, no qual dá para sentir o temor em suas linhas de expressões, já sabem o que houve. Minha mãe senta na cama e me abraça, aquele que é o mais puro dos gestos, alivia toda minha tensão, meu pavor e me deixa tranquila. Agora, só estou soluçando baixo.

- Passou meu anjo. Calma, calma. - sussurra ela para mim, beijando minha testa e secando minhas lágrimas. - Foi só um pesadelo, viu! Mamãe esta com você! Stephan, querido, dessa lá em baixo e pega uma água para ela. - pede ela a meu pai, que esta parado na porta, e logo ele desaparece. Escuto seus passos descerem a escada.

- Mama, e-ele estava d-de novo me p-pers...

- Não, não lembre. - diz ela me abraçando mais forte. - Ele já foi, e não vai voltar querida. Nunca mais. Porque estaremos aqui, filha. Foi só um pesadelo.

Papa chega no quarto com meu copo d'água, tremendo, acho que o desespero de acordar com gritos deve ser assustador.

- Beba querida, e vai passar. - entrega minha mãe o copo a mim. Santo remédio aquela água, do estado de choque que estava, meu corpo agora imergiu em uma situação de paz e harmonia. Respirei fundo, e deitei minha cabeça no travesseiro, e a ultima visão que tive, foi do relógio mudando seus minutos, de quatro e quinze para quatro e dezesseis da manhã.

É ele não apareceu mais.

- Emm, filha acorde. - escuto a voz afetuosa de mama, e um brilho intenso adentram minhas pálpebras me incomodando. É, minha mãe acaba de abrir as cortinas do meu quarto. - Vamos acorde, Emm. Seu café da manhã já esta pronto!

- Cloldinetaali ó, elavaicantar... batatões! - falo eu, ainda sonhando acordada, babando todo o travesseiro.

- Que língua estranha é essa Emm? - ri minha mãe, deve esta parada me observando.

- Ãhn? Quê? - agora sim acordei pra valer.

- Levante, querida - sorri mama, observando meus livros.

- Estou fixada na cama, mama! Os cobertores não querem que eu vá, eles vão se chatear se eu for.

- Pois que se chateiem, você os verá depois. Agora, vai se arrumar, pois sua comida vai esfriar. - diz ela saindo do quarto.

- Tá b-bem - digo bocejando e despertando o meu corpo.

A alegria toma conta do meu Âmago, quando vejo aquela mesa repleta das melhores coisas da vida. Comida. Um sorriso invade minha cara sem eu perceber.

- Lindo vestido filha - diz meu pai, sentando a mesa, abaixando seu jornal.

- Obrigado papa!

E não demoro muito para pegar um prato e colocar duas fatias de rocambole de chocolate, três linguiças, e meus amados waffles com maple. Oh, tentação matadora.

- Pelo jeito alguém acordou depois de centenas de anos sem comer. - ri meu pai.

- Tome querido, seus bacons! - diz mama, trazendo uma frigideira chiando, no qual invadiu o ambiente com aquele cheiro maravilhoso. - Ow, que prato mais ... mais robusto Emm.

- É, bem isso. - rio.

TOC! TOC!

- Hm, parece que tem alguém batendo na NOSSA porta! - diz mama, suspirando de tanta emoção. Afinal, não é sempre que tem alguém batendo aqui, no fim do mundo. Eu fico imaginando quem será. Ela volta com um largo sorriso no rosto.

Mar, triste marWhere stories live. Discover now