SUPERCORP - INDELÉVEL

Você não é igual a sua família

Lena

Acordo ouvindo meu celular despertar, não dormi essa noite, passei a maior parte da madrugada trabalhando, fui dormir quando já eram quase 5 da manhã, e já estou eu aqui de pé às 7h. Vou cambaleando e bocejando para o banheiro, faço minha higiene pessoal e já tiro a roupa e vou tomar um banho pra me ajudar a acordar e ver se consigo relaxar um pouco, porque hoje o dia vai ser longo, ainda mais que meu humor não está nada bom.

Depois de uns 15 minutos saio da banheira depois de quase dormir novamente dentro da mesma, me enrolo na toalha e sigo em direção ao closet, escolho uma blusa social preta sem manga e uma calça social também preta, me arrumo, calço meu salto preto, faço uma maquiagem leve, não esquecendo de passar meu batom vermelho e saio de casa. Minha cabeça está cheia, trabalhei a noite inteira e mesmo assim, ainda estou lotada de trabalho, passados uns 15 minutos meu motorista me deixa na L-Corp.

- Bom dia Srta. Luthor - diz Jess assim que saio do elevador.

- Bom dia, Jess - digo séria - Não deixe ninguém entrar no meu escritório, hoje não vou dar nenhuma entrevista, não quero ser incomodada - digo indo direto para minha sala, Jess assente, mas paro na porta e viro para minha assistente - Somente Kara Danvers tem passe livre para entrar no meu escritório, ninguém mais e cancele todas as reuniões que teria essa manhã e remarque para a tarde. E peça um café pra mim, por favor -

- Sim Srta. Luthor - diz e logo entro no enorme escritório e fecho a porta atrás de mim, sigo direto para a minha mesa e já vou logo começando a trabalhar.

Desde a invasão dos daxamitas, eu tenho me matado de trabalhar, tento deixar minha mente o mais ocupada possível. Eu fui uma tola ao me deixar ser enganada por Rhea, e por causa disse pessoas se machucaram, a cidade teve muitos prejuízos e Kara perdeu Mon-El.

Eu ainda não sei o que ela viu naquele cara, mas eu sei que ela gostava dele, desde esse dia eu mau a vi e mau nos falamos, ela rejeita quase todas as minhas ligações, e quando atende eu sinto sua voz fria, mas também magoada.

É claro que ela está magoada comigo, a culpa é toda minha, a única pessoa que jurei jamais magoar, foi a mais afetada pelas minhas escolhas erradas. Se eu não tivesse ajudado aquela mulher a criar aquele portal, nada disso teria acontecido.

Eu amo a Kara, nunca disse o quão apaixonada eu sou por ela, e vê-lá com aquele daxamita me feria, mas ela estava feliz. Agora ela se afastou por minha causa, mesmo que ela diga que não, eu sei que a culpa é minha e eu faria qualquer coisa pra vê-lá feliz denovo e pra mudar o que eu fiz.

Kara é uma pessoa incrível, ela é forte, bondosa, meiga, linda, corajosa. Eu amo quando ela fica com vergonha e leva sua mão até seu óculos para ajeita-lo mesmo quando ele já esta perfeitamente alinhado em seu rosto, amo quando ela fica nervosa e dá aquela risada e começa a divagar, amo sua voz, amo aqueles lindos oceanos azuis que chamam de olhos, amo tudo que diz respeito a ela.

Mas, sei que ela nunca olharia pra mim desse jeito, e prefiro ser apenas sua amiga a não ser nada sua, porque é um fato que seremos apenas amigas, até onde sei ela é hetero e... não, não posso pensar nisso, Kara deve me odiar agora.

Volto a prestar atenção nos emails dos fornecedores da empresa, fico um bom tempo lendo e os respondendo, logo ouço batidas de leve na porta e vejo Jess adentrar com meu café. Passo a manhã toda infurnada naquele escritório revisando contratos, e planejando um novo dispositivo para o próximo evento da L-Corp e lendo emails, assim como o café, almoço ali mesmo, estou totalmente cheia de trabalho, e a tarde tenho duas reuniões.

Estou cansada... muito cansada. Mas, maior que meu cansaço, é a culpa que sinto, em nenhum momento deixo de pensar em Kara e em quanto ela deve estar sofrendo, por minha causa ela está magoada, ferida e eu não posso fazer nada, isso me deixa frustrada e com raiva de mim mesma. Eu a magoei, e me sinto culpada.