A garota e a história que ninguém nunca contou

22 5 3
                                    

Antes de ler→ A mente de Aly é meio (ou muito) confusa, então vai ter algumas coisas nada ver mas espero que você leitor (a) goste de entender um pouco essa garota.
Esse capítulo tem meio que umas coisas reais.
Se ficar meio bobo, perdão, comente se gostou ou não e me diga se você quer mais capítulos pela versão da Aly.

Alyssa

A primeira vez que eu me apaixonei foi no terceiro ano. Eu não sabia o que era a maldita paixão até ver aquele garoto do quarto ano que estava jogando futebol. Mas aquela paixão foi rápida.
Três anos depois me apaixonei por um outro garoto, ele era da minha sala, ele era bom em  quase tudo que fazia. Mas aquilo também passou.
Depois de um tempo eu acabei ficando na minha e desistindo dos garotos. A vida estava boa, eu já estava no nono ano e seguia meu caminho livre de ter um coração partido.
Mas como a vida sempre nos surpreende, acabei conhecendo um garoto de outra sala, ele era do nono ano também e bem, digamos que ele "coisou"  meu coração.
Toda vez que eu via ele, minha rádiomente, soltava Flashlight da Jessie J. O sorriso dele era tão lindo. Ele não tinha olhos azuis e nem era tão alto, mas era perfeito.
Acabou que viramos amigos e eu ainda gostava dele. Depois de um tempo tomei coragem e contei pra ele e bem, ele me deu um beijo e depois disse que também gostava de mim.
Estava tudo maravilhoso, meu melhor amigo era a pessoa que gostava de mim e eu estava radiante. Em uma certa manhã, eu recebi uma ligação da mãe dele e tudo desmoronou.
Ele morreu em um acidente de carro, no dia 16 de outubro de 2015.
Todos os os últimos dias de aula que eu chegava na escola sentia uma tristeza enorme, eu fechava os olhos e via o rosto dele, o sorriso dele. Ele não estava mais ali.
Ele era minha luz.

Um tempo depois decidi que minha vida se resumiria em terminar o ano e não viver mais nesse lugar e esse, digamos sonho, se tornou mais desejado quando meu pai começou a me agredir. De tapas a socos eu decidi não compartilhar com ninguém, por medo do que ele poderia fazer comigo, imagino que seria algo bem pior do que já faz.
Eu nunca iria compartilhar com ninguém, iria apenas fugir de todos os meus problemas.
No decorrer dos dias acabei conhecendo o Lucas, ele me lembrava meu melhor amigo e isso acabava comigo. Acho que Lucas sempre estudou comigo mas eu nunca notei. Até o dia que percebi que ele tinha problemas como eu tenho.
Naquele dia que nos batemos na porta do banheiro masculino não foi por acaso, eu não errei de banheiro, apenas estava querendo aliviar minha dor (se é que você me entende) dentro de um lugar onde não estivesse cheio de bonecas curiosas e de línguas de metro.
Talvez antes de ir embora desse lugar eu possa ajudar Lucas, apesar que eu acha que não seja possível, não dá pra um cego guiar um outro.
Tenho um coração humano apodrecido dentro de mim, sou um corpo que arrasta-se entre tantos outros, um corpo sem alma. Tanto faz sorrir, tanto faz ser, tanto faz viver.
Apesar de meu desânimo por tudo eu tinha algo dentro de mim que dizia que eu tinha que ser a luz de Lucas, assim como alguém foi uma luz pra mim um dia.
-Você é diferente das outras pessoas.-Lucas disse sentado na calçada ao meu lado.
-As vezes eu penso que, as pessoas são tão diferentes umas das outras que acabam se tornando iguais.-digo olhando  pra uma flor que nasce entre os paralelepípedos.
-Mas você não é igual as pessoas, você é uma exceção no meio de tantas pessoas.-ele diz virando o rosto pra mim olhar.
Então é aí que eu vejo meu melhor amigo em Lucas e um sorriso se abre em meus lábios.
Talvez seja essa a razão que eu  esteja insistindo nessa amizade, talvez eu esteja idealizando que Lucas é ele. Não quero me apegar a essa idéia, isto não é algo válido, Lucas não é ninguém além dele mesmo e eu só estou aqui porque quero sentir-me suficiente quando for enterrada, quando eu estiver dentro daquele caixão de madeira só quero saber que completei minha obra na terra, que ajudei alguém.
-Seria um bom momento pra jogar a cantada barata do All Star?-ele perguntou sorrindo.
-Deixemos pra outro momento.-eu disse levantando.-Conhece algum lugar legal pra gente ir?
-Você gosta de livros?
-Amo.
Caminhamos até uma rua cheia de lojas, entre duas lojas tinha uma minúscula.
Entramos e um sino acima de nós tocou.
No balcão tinha uma garota de cabelo azul, me lembrou a garota do filme Azul é a cor mais quente.
-Lucas, quanto tempo heim.-a garota falou.-E você é?-ela perguntou pra mim.
-Alyssa.-disse olhando as estantes cheias de livros antigos e novos.
-Sou Paloma.-ela disse saindo de trás do balcão.
Peguei o livro Vida e morte de Stephenie Meyer.
Meu celular vibrou. Era minha hora de ir. Deixei o livro na estante.
-Foi um prazer te conhecer Paloma , Lucas eu preciso ir, outra hora a gente se fala.-disse saindo da loja.
Comecei a ir andando. Peguei um ônibus e saltei na minha parada.
Subi as escadas da casa alugada e peguei a chave na minha mochila.
Tratei de preparar o jantar e deixar tudo pronto. Tomei um banho e fui pra meu quarto.
Ele chegou e deixou suas coisas na sala, lavou as mãos e começou a jantar.
-Alyssa que merda de comida é essa?, será que você não faz nada de bom?, já não basta arruinar a minha vida matando sua mãe?-ele falou e as lágrimas começaram a rolar de meus olhos.-Faz tudo errado, na verdade você já é um erro, era pra você e não sua mãe ter morrido naquela sala de parto.
Fecho a porta do quarto e entro em meu banheiro. Sentada no chão frio do meu banheiro eu choro. Preciso ser forte mas não consigo. Sou apenas um alguém com um coração humano destroçado.

Quando nos conhecemosOnde histórias criam vida. Descubra agora