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Os suspiros, os gemidos roucos ressoando em meu ouvido e suas mãos segurando meu corpo. Não falamos nada, paramos nessa situação sem pensarmos duas vezes.

Seguro seus ombros e movo meus quadris em um ato de desespero, sentindo seu corpo fazer parte do meu. Sinto seus toques ferventes, bagunço seu cabelo, e toco nossas testas. Beijo seus lábios com força, sentindo que fosse minha única e última chance.

Estou desesperado, não pensei que minha vontade fosse tão grande até agora. Me agarro a essa chance como se me redimisse pela fuga do outro dia. Não quero escapar, não quero negar; quero ficar.

Minha visão não está lúcida, tudo está confuso, e as sensações se tornam nulas e dormentes, de repente. Entendo que está acabando, e me agarro a ele com mais força. Me esqueço de todo o resto.

Instantes depois, acordo na cama. Olho para o meu lado e ele ainda está ali, as costas na sua cor de mel, nuas, me encarando sonolentas. Não reconheço a cama, não reconheço o quarto, mas ainda me sinto excitado.

Pisquei. De repente estou na rua; vestido. Conheço aquelas lojas, até vejo alguns conhecidos. Do outro lado da rua, uma cena chocante.

Ele está lá, sorrindo com um cara. Tento reconhecer quem é, mas ele não tem rosto. Os dois riem, e em seguida dão as mãos. Me sinto diminuto, como se estivesse sido enganado. Sinto o aperto no meu peito, a humilhação. Aquilo ontem à noite não significou nada para você?

Tudo está amplificado. Apesar de, no fundo, saber que tinha um controle ligeiro dessa paixão que crescia, ali parecia que estava totalmente perdido. Apaixonado.

Me sinto sufocado, dificuldade em respirar. As lágrimas tomam conta de meu rosto, e eu grito. Quero, sim, explicações.

Taehyung!

Mas nada sai dos meus lábios. Não tenho voz.

Tento me mexer. Meus pés estão presos no cimento. Estou chorando. Por que estou chorando? Não gosto dele assim. Não ainda.

Olho para o chão. Está molhado, há gotas ali. São minhas lágrimas? Que piada. Não sou fraco assim.

Está doendo. Sinto falta de ar. Levo as mãos até meu pescoço, sinto que posso morrer.

Tenho que sair daqui.

Em súbito, abro os olhos. Minha mãe está ao meu lado, abanando meu braço. Me estende a água rapidamente, mal consigo ouvir sua voz. Bebo o líquido, sinto meu corpo todo suado, estou chorando também, meus batimentos estão acelerados e minha mãe está me segurando contra seu peito, sentada ao meu lado na cama.

Atônito, tento respirar. Aos poucos, vou me sentindo no mundo real novamente. Finalmente reconheço minha cama, e sei que estou em casa. Consigo, enfim, retribuir o abraço de minha mãe.

"Filho? Se sente melhor?" acariciou meus cabelos, que também estavam suados. Em um choque de realidade, me lembrei do porquê tive a crise de pânico. Por causa de um sonho. Por causa dele?

Por quê?

Confuso, me afastei de si, pensando no ocorrido e no que significava.

"Jungkook?" esperava pela minha resposta.

"Desculpe, mãe. Estou melhor." assenti, abrindo um sorriso forçado. Ela me observou receosa. Sabia o que aquele olhar significava. Devia contar o que sonhei.

"Sonhei com meu chefe? Não entendi. Quer dizer... – desviei meus olhos dos seus, pensando em como contava aquilo. – Foi estranho." a olhei, e ela tinha as sobrancelhas arqueadas para mim. Suspirei. "Ok, vou contar. Ele estava com outro cara, logo depois que ficou comigo, e eu comecei a chorar, isso desencadeou meu ataque. Mas... é um contexto tão aleatório... não tenho essa preocupação no meu dia a dia." respirei fundo, tirando o cobertor de mim e me levantando da cama. Olhei as horas no meu celular. Eram nove da manhã. Sábado.

Too l8 (too late) taekook ficOnde histórias criam vida. Descubra agora