0.3 +especial

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Meu filho sempre me admirou, seguindo meus passos sem hesitação. Apesar das minhas inúmeras falhas, ele continuava me respeitando, mesmo que no fundo entendesse que fui errado.

O resultado de minha desonestidade com minha esposa resultou no nascimento de Min-Kyung, meio irmão mais velho de Taehyung, cinco anos antes de concordar em ter filhos com sua mãe. Isto é, mesmo casado com Cha Lee, me relacionei com outra mulher e decepcionei o papel de confiança que ela conferiu a mim.

Tive dificuldades de assumir Min-Kyung até os dez anos de Taehyung, quando o mais velho já tinha seus quinze. Nas poucas vezes que Min-Kyung ficava nesta casa, a estranheza entre os dois era palpável. Não se gostavam, mas se esforçavam.

Porém, a mãe de Min-Kyung, envolvida com cafetões no mundo das drogas e da prostituição, ligava menos para si do que eu, seu pai. O resultado de uma mãe usuária e de um pai que claramente possuía favoritismo com o filho mais novo foi um Min-Kyung tão corrompido quanto fora sua mãe, já falecida.

Por isso, desde que Taehyung cresceu, ele entendeu que seria aquele que tomaria meu lugar na empresa. Ele entendeu seu papel e nunca questionou. Teve a melhor das educações, os melhores tutores... Nunca se opôs a isso. Sempre foi uma criança quieta.

E pelo mesmo motivo que seguia sua admiração por mim, quando a doença me deixou acamado e me deu todo o tempo do mundo para pensar nas minhas ações como esposo e pai, notei que os sonhos que Taehyung havia dito que eram dele, na verdade eram meus.

Taehyung era mais introvertido do que parecia, e mais imaturo do que julguei ser por vinte e seis anos. Naquele dia, ouvindo uma certa discussão do outro lado da parede, conheci um lado do meu filho que nunca havia aparecido antes, não em minha presença.

"Olha só quem apareceu. Ia te deixar pra trás," ouvi a voz do meu caçula, parecia feliz.

"Dá um desconto, Taehyung. Foi meu primeiro atraso em três meses," uma voz masculina desconhecida; parecia irritado.

"Hmm, estava com o amante?" meu filho me surpreendeu com sua frase. Taehyung tinha esse senso de humor desde quando?

"Não enche, babaca." e uma risada que havia escutado poucas vezes depois que alcançou a puberdade.

Quem estava lá?

"Cha Lee, – Me esforcei para reunir ar suficiente. Pode chamar Taehyung aqui novamente?" inalei ar pela boca, e minha esposa assentiu, se levantando do meu lado e seguindo até a porta.

Olhando para o lado vagarosamente, vi meu filho entrar, mas sozinho.

"Você trouxe gente nova... quem é?" perguntei, meus pulmões já funcionavam nesse ritmo lento há muitos meses, piorando cada vez mais. Estava sob o auxílio de oxigênio vinte e quatro horas. Era a vida de alguém que se despedia daqui.

"Ah... deu um riso fraco, parecendo nervoso. Sei que às vezes você não demonstra emoção nenhuma, Taehyung. Mas sei dizer o que elas significam sempre que aparecem. É meu assistente que te falei. Quer que o chame aqui?"

Seus olhos brilhavam, mas também tinha medo lá. Assenti.

Meu filho se retirou, e escutei uns cochichos. O tal assistente parecia se relutar. Após uns segundos, ele finalmente entrou, as mãos juntas em frente ao corpo, e o lábio entre o dente. Estava nervoso.

Usava um terno preto. Tinha por volta da mesma altura de Taehyung. Os cabelos eram escuros tais como sua roupa. Tinha os olhos redondos e cheios de vida.

"Olá, senhor Kim. É um prazer conhecê-lo, sou Jeon Jungkook, atual assistente do seu filho." abriu um meio sorriso. Fiz o meu máximo para devolvê-lo, mesmo que os músculos do meu rosto doessem ao fazê-lo.

Too l8 (too late) taekook ficOnde histórias criam vida. Descubra agora