Capítulo II

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"Eu estou ouvindo uma respiração desejada e agradável

fixe seus olhos e foque

a luz da lua está iluminando suas pálpebras

fazendo me ver somente seu rosto,

eu posso sentir meu coração apertado

escapando de uma selada noite mágica

vamos ver o que nós achamos

para você eu estou sempre sonhando"

Música: Maboroshi No Ginzuishou

Rose - Cinco anos atrás

As festas realizadas pela nobreza eram eventos bem populares. A maioria das pessoas se sentiria honrada por ser convidada a um desses luxuosos e fartos banquetes executados pela aristocracia de Paradis. Eram momentos em que os "melhores" se reuniam e se gabavam por sua "grandiosidade' diante do povo. Um evento onde a disputa era travada pelo ego de cada nobre. Tais festas poderiam ser taxadas de exageradas e desnecessárias, e era por isso que um certo capitão da Guarda Imperial não se sentia à vontade em locais assim.

Levi RIvaille não era da aristocracia. Era um homem humilde que cresceu nos arredores do Distrito de Maria. Em planicies verdejantes onde o ouro e prata não tinham tanto valor. Seu pai Kenny RIvaille ensinou a ele que o mais importante cultivava-se dentro do próprio coração e que o resto eram apenas detalhes criados pela ganância humana. Kenny foi o melhor oficial da Guarda em sua época. E apesar de toda a glória que viveu enquanto soldado, ele jamais cultivou riquezas. Acreditava que elas eram desnecessárias e criou seu filho com a mesma filosofia. "O trabalho enobrece e honra o homem enquanto meio para ele realizar sua "vocação" e não para acumular riquezas, que desvirtuam e tentam o homem."*

Apesar de sua origem humilde o jovem e competente capitão conseguiu em pouco tempo se tornar o braço direito do Comandante da Guarda Imperial, Erwin Smith. Erwin era um homem justo a quem Rivaille seguia fielmente, obedecendo sem questionar qualquer ordem que o homem alto e loiro proferia. Sua fidelidade e admiração pelo jovem comandante, eram tão grandes que ele se negava a questionar suas ordens, mesmo se uma dessas ordens significasse passar uma noite inteira na companhia dessas pessoas vazias que circulavam pelo enorme palácio onde ele agora estava. Por mais entediado que estivesse ele não questionaria seu superior. Smith foi enfático quando proferiu aquelas palavras. "Kirsten foi meu comandante na época em que entrei na Guarda. Seria descortês não aceitarmos esse convite." E foi com desgosto que ele relembrou seu comandante afirmando que seria descortês não atender a um convite do generoso Conde Kirsten.

-Tch...Descortês...descortês seria eu vir a óbito me afogando em meio ao tédio que esse tipo de evento me causa. - estalando a língua e revirando os olhos cinzentos como um sinal de protesto diante de sua situação sem solução, Levi saiu do terraço onde refletia sobre as tolas falas de seu comandante e adentrou no Palácio luxuoso de propriedade do Conde Kirsten. Naquela noite a única companhia bem-vinda era a da taça de vinho de boa qualidade que ele bebericava socialmente, permitindo que o álcool cumprisse seu dever em relaxá-lo.

O Palácio cujo nome era La Rose, ficava na cidade de mesmo nome, no condado de Berkshire, ao sudeste da Sina. Quando foi construído, sua principal função era proteger os domínios do Império sobre todas as terras de Paradis. Por isso, ele foi erguido sobre uma colina, às margens do rio Colossus. Um rio tão imponente quanto o própio nome que ele carregava, com mais de 8 km de uma margem a outra, Colossus também tinha um importante papel nas atividades militares de Paradis.

Lord JaegerOnde histórias criam vida. Descubra agora