Capítulo 3

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Volteiiii

Bora ler pessoalll

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Ao chegar em casa estava mais confuso ainda. Primeiro, não entendia que sensação era aquela que me invadiu quando vi o Edu pelado, ainda estava desconfortável com aquilo. Depois, estava fulo da vida comigo mesmo. Afinal, o que fora aquilo. O Edu era meu melhor amigo, sempre falávamos sobre qualquer coisa. Ele só fizera uma brincadeira boba, pensei. Eu é que exagerei ao sair correndo daquele jeito.

Tomei um banho e fiquei ouvindo música. Uns minutos depois, alguém bateu na porta do meu quarto.

— Posso entrar, Felipe?

Era o Eduardo. Não costumávamos pedir licença pra entrar um na casa do outro.

— Claro, Edu. Entra ai.

Ele entrou em silêncio e colocou sua mochila no chão, junto à minha.

— Lipe, eu queria me desculpar. Eu não pretendia irritar você. Só fiquei impressionado com o tamanho do seu... desculpe, lá ia eu de novo.

— Não precisa pedir desculpas, cara. Eu não sei o que deu em mim pra sair correndo daquele jeito. A gente tem liberdade pra falar qualquer coisa um com o outro. Uns caras no colégio até já tinham brincado comigo por causa disso, mas com você foi diferente.

— Diferente por que?

Eu senti que ia ficar vermelho de novo. Havia escorregado nas palavras. Não queria dizer a ele que tê-lo visto pelado havia me perturbado. Nem eu mesmo sabia direito do que se tratava.

— Por nada, Edu. Só fiquei sem jeito na hora. Você sabe como sou tímido.

Ele chegou mais perto e me abraçou.

— Foi mal, cara. Eu não queria deixar você sem jeito...

Eu retribuí o seu abraço carinhoso com alegria. Não queria deixar nenhum mal-entendido entre nós. Enquanto o abraçava, porém, o seu cheiro invadiu minhas narinas e pareceu me atingir como um cruzado de direita. Ele nem tinha passado perfume, só tinha acabado de tomar banho. Ele tinha um cheiro natural que parecia exalar por todos os poros e que estava me deixando embriagado. Ele começou a afagar minha cabeça enquanto me abraçava e eu, do êxtase passei para o pânico, comecei a ficar excitado.

Ele se afastou de repente. Fiquei com medo que ele tivesse percebido alguma coisa, mas ele não falou nada, me olhou por uns momentos e depois disse:

— A gente tem que parar com essas coisas entre nós, certo? Afinal você é meu melhor amigo e não tem nada a ver a gente ficar de cerimônias ou inibições um com o outro. Ok?

— Com certeza, Edu. Você me desculpe...

— Você não precisa se desculpar. Fui eu que fui bobo e mencionei o seu...

Falou isso e olhou na direção do meu pau que ainda estava visivelmente excitado. Ele desviou o olhar imediatamente e fingiu olhar para a janela enquanto eu tornava a ficar vermelho. Olhei para ele e vi que ele parecia estar excitado também, o que me deixou ainda mais confuso.

— Bem, eu vou indo. Tá tudo bem, né?

— Claro, Edu. Amanhã a gente se vê.

E assim o tempo foi passando. Nós nos víamos todos os dias, praticamente. Passamos ambos pra mesma Universidade. Eu pra engenharia civil e ele pra mecânica. Estudávamos Cálculo juntos. Desta vez era eu quem o ajudava mais.

Felipe e EduardoOnde histórias criam vida. Descubra agora