Os olhos se multiplicaram em velocidade surreal, haviam deles em demasia, se aproximavam cada vez mais.
Alyssa congelara por um instante mísero, quando os animais avançaram, não hesitou em reiniciar suas passadas, indo rápido ao máximo que podia.
Era definitivamente rápida, mas sentia aquelas bestas à sua cola, sentia todos a observá-la, as patas ferozes pisotiavam o chão. Olhando por cima do ombro, pôde ver o luar delimitar a silhueta de pelos baixos e arrepiados das feras.
Eram lobos, ou, ao menos, algo aproximado fisicamente... Mas eles eram rápidos demais, pequenos e ferozes demais, estranhos e esguios em demasia. Não. Não eram lobos, não os lobos que já vira e observara durante os dias que pôde por sair de casa, mesmo sendo durante o passar do dia, durante a existência dos raios provenientes do sol.
Aqueles lobos eram possuidores de um grande porte, e suas cores sempre eram diversificadas, enquanto aquelas feras que se prestavam a seguí-la, eram todas negras como umbra, os olhos vermelhos como o sangue, pequenos como cães domésticos.
Estava aos tropeços em derivação do nervosismo que passara a toma-la de forma rápida em exagero. Sentiu seu coração ir à boca, um grudido mais alto vindo daquele aglomerado de feras, estavam mais perto.
Era tarde. Tarde demais.
A dor aguda atingiu seu ombro direito. Reprimindo um grito, desembanhou a adaga presa no interior das botas e cravou-a no crânio da fera que enterrara seus dentes nela, atirou-a, para trás, mas não permitindo levar a arma branca manchada de sangue negro.
Elas definitivamente não eram lobos.
Seu passo diminuira, mas Alyssa fez o possível para poder manter-se no ritmo. Mais duas se aproximaram, em momentos diferentes, talvez fossem a mesma de antes, uma atingindo o calcanhar rasgando a bota, enquanto a outra cravou os dentes em seu quadril, rasgando a blusa.
Olhando para trás, pareciam que as criaturas não acabavam, haviam mais, muitas mais. Sua visão turvara, seus olhos latejavam, estava tudo embaçado, tudo indistinguível, o mesmo borrado que apenas mudava a cor: uma luz.
Algo brilhava em branco à sua frente, não muito distante, havia uma pequena casa abandonada de madeira negra.
Havia alguém lá. Ao abrir a porta, seu sangue gelara e teve certeza daquilo.
Um lobo, enorme, total negro.
"Não tenha medo, pequena Alyssa. Não agora. Existe alguém que vive e não lhe deseja o mau"
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Alyssa
FantasyVocê a conhece, possuo total certeza desse fato, porém a conhece pelo nome errado, pela história errada... Você não sabe nada a respeito de a "chapeuzinho vermelho" Plágio é crime!