Capítulo 7

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-Fale-me sobre minha mãe.

Lara pediu depois que se acomodaram no sofá da casa dela, Lion não gostou da distância que ela colocou entre eles e se aproximou. Queria que ela o abraçasse de novo, a sensação da mão dela em sua nuca ainda estava presente.

-Ela foi uma das nossas primeiras mulheres humanas a trabalhar aqui, cuidava da segurança do lado sul, o cargo que agora é seu. Mary brincava com as crianças em alguns dos seus dias de folga, eu amava aquela mulher, ela sempre me levava para passear e contava histórias enquanto andávamos.

-Ela fazia o mesmo comigo, minha mãe sabia como contar um história.

-Sim, ela o fazia. Os protestantes conseguiram entrar na Land de alguma maneira, foi alerta vermelho, eles estavam armados, mas não queriam apenas uma chacina, foi um ataque planejado por alguém com muito dinheiro e essa pessoa queria algumas amostras.

-Amostras?

-Crianças, eles foram contratados por algum doente que nos transformaria em ratos de laboratório. Um grupo conseguiu invadir a ala sul e foi direto para a escola primária, Mary recebeu a ordem de evacuação minutos antes e não tinha mais nenhuma criança fora do prédio, mas havia uma falha na segurança que ela ainda iria corrigir. O botão de emergência que ativaria o bloqueio total do prédio estava fora dos limites da segurança, quem usasse o código ficaria preso do lado de fora.

-Os protestantes a mataram.

Lion assentiu, não daria os detalhes do que aconteceu, eles tiveram tempo de torturar a mulher para que desbloqueasse a porta. Ela não o fez, mas não resistiu ao ferimentos que eles causaram. 

-Por que Antony diz que vocês a mataram?

-Porque nós não conseguimos salvá-la, ela era nossa responsabilidade e a decepcionamos.

-Não, dona Mary nunca permitiria que alguém assumisse a responsabilidade pelo o que ela fez, não tire o mérito dela de ter salvo vocês.

Ele não respondeu, precisava tê-la o mais próximo possível e a colocou em seu colo. Lion se recusava a reivindicá-la sem ter certeza de que Lara entendia o que isso iria significar, ela se acomodou contra ele, apoiando o rosto contra seu peito.

-Você sabe que eu acabei de sair de um casamento.

-Sei, é por isso que estou tentando ter calma e esperar.

-Você parece confiante de que vou ficar com você.

Lara o sentiu ficar tenso e levantou o rosto para olhá-lo, ele não parecia nem um pouco feliz com essa possibilidade. Ela se afastou o suficiente para colocar uma perna de cada lado do corpo dele e sentar de novo em seu colo de frente para ele dessa vez.

-Relaxe gatinho, eu estava brincando com você.

-É por eu não ser completamente humano? Você me negaria por causa do meu DNA?

-De onde você tira essas coisas? Eu não te afastaria por isso, talvez se seu DNA te tornasse um canalha desprezível, o que não é o caso.

-Por medo então?

-Sei que é capaz de me quebrar com um abraço, mas não tenho medo de você.

-Por que me afastaria então? Sei que Valentina contou como funcionamos, aquela cabeça de fogo sempre esquece que temos câmeras nos quartos de hospital, estava passando pela sala de segurança quando ouvi uma parte da conversa.

-Eu não o conheço, Lion. Minha única lembrança de você antes disso é quando me atacou.

-Mas não a machuquei, não faria isso. Quando fui até você naquele dia foi com a mesma intenção que ainda tenho, reivindicá-la, mas não farei isso até ter certeza do que você quer e se realmente quer isso.

-Você me deixaria partir se eu dissesse que não o quero?

Ela o viu oscilar, pousou as duas mãos na sua cintura e encostou sua testa contra a dela, Lara queria que ele abrisse os olhos, precisava saber em que estava pensando.

-Deixaria, não me faria bem vê-la ir embora, mas sim, eu a deixaria partir.

-Você é um bebê grandão.

O comentário fora de hora o pegou desprevenido e Lara riu, ele realmente o lembrava uma criança, todo carinho e atenção. Por baixo da montanha de músculos e da postura agressiva, ele era realmente gentil. Ela fechou os olhos antes de encostar seus lábios nos dele e quase sorriu quando ele aprofundou o beijo, mas a urgência tirou toda a diversão para deixar o desejo tomar conta. Lion levou uma das mãos aos seus cabelos, segurando-os perto da nuca enquanto a outra mão passeava pela cintura fina, Lara colou seu corpo contra o dele e afundou as unhas em seus ombros quando o sentiu apertar sua cintura. O beijo abafou o gemido, o membro dele ia de encontro ao ponto sensível dela e Lara queria mais desse contato e menos dessas roupas, ela rebolou fazendo-o encostar de novo onde precisava. Ele a prendeu no lugar, acabou com o beijo e tentou regular a respiração ofegante.

-Lara, você sabe o que vai acontecer se continuarmos, está superestimando meu auto controle.

-Perca-o e aproveite pra se livrar das roupas também, estão me irritando.

-Inferno! Estou tentando ser racional no momento.

-Por que?

-Porque vou matar outro homem que tocar em você e não quero vê-la com raiva por ter matado alguém que gosta.

Lara entendeu o que ele quis dizer, se ela dormisse com ele, seria apenas com ele, a vida de solteira terminaria naquele momento. Estranhamente ela não se sentiu desconfortável com a ideia de estar apenas com Lion.

-Escuta aqui gatinho, não vou transar com todos os linhagens que encontro pela frente, estou com você aqui, poderia ter cedido ao Derek no hospital ou tentado algo com Thunder - Lion rosnou quando imaginou os dois espécimes tocando na mulher que lhe pertencia - Não rosne pra mim, foi só um exemplo.

-Desculpe.

-Tudo bem, eu gosto desse som, mas só quando você está excitado e não com raiva. Talvez eu tente ficar com Thunder, ele me parece ser...

-Lara...

-Ok ok, relaxe eu estou brincando. Você me tem aqui, certo? Não posso lhe dar garantias, mas sei que você vale a pena ser amado e pensei ser mais fácil ver o inferno congelar do que um homem negar fogo quando ele está claramente excitado.

-Preciso que você tenha certeza do que quer.

-Estou bem com isso. Precisamos dormir, meu dia de folga terminou hoje e vou precisar estar com energia amanhã.

Ele concordou, mas não a soltou, odiaria quebrar o contato do seus corpos. O cheiro dela havia mudado por causa da excitação e isso o afetou por saber que era o motivo de Lara estar excitada. Aproximou o rosto do pescoço dela e respirou fundo, ele poderia passar o resto da vida assim que não se cansaria do cheiro dela.

-Gatinho, preciso que você me solte para que eu consiga ir - Lara falou enquanto brincava com uma mecha do cabelo dele.

-Não quero deixá-la ir.

-Você pode dormir comigo se preferir, prometo que não vou atacá-lo durante a noite.

Lion se levantou com ela ainda em seu colo, Lara cruzou as pernas ao redor da sua cintura e ele a apoiou mantendo-a no lugar.

-Eu posso andar - ela brincou, mas gostou da atitude dele.

Lion a colocou na cama e se afastou apenas o suficiente para tirar a blusa e a calça antes de deitar ao lado dela. Lara se levantou para trocar de roupa, vestiu uma blusa folgada e voltou para a cama, mas Lion a impediu de deitar e tirou a peça deixando-a só de calcinha.

-Você não vai sentir frio, minha temperatura corporal é maior que a sua - ele falou.

-Não era pelo frio que eu vesti a blusa, chama-se pudor.

-Não precisamos disso.

Ela riu e deitou ao lado dele. Lion a puxou, colocando-a sobre seu corpo, Lara precisava admitir que ele realmente era quente. Relaxou com o toque da mão dele que passeava pelas suas costas, ela ainda podia sentir a ereção dele contra seu sexo, mas Lion tinha um ponto, ela precisava ter certeza.

-Boa noite, gatinho.

-Boa noite, pequena.

Linhagens - LionOnde histórias criam vida. Descubra agora