Capítulo 5

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Não sei porque a tristeza bateu, ver Fausto ali enquanto era cantada por um homem que com certeza era a cópia exata da sua mentalidade pode ter sido o problema. Já tinha decidido que Fausto é impossível na minha vida. Não porque eu não seja capaz de chamar sua atenção, acho que se eu quisesse... bom, eu era mulher, já estava com as chances do meu lado já que pra ele só isso bastava. Mas o problemas era exatamente isso. Não podia ser mais uma. Foi então que conheci Márcio que eu achava ser o homem da minha vida, mas me deixou assim que as coisas ficaram mais complicadas. Por isso exijo que o meu príncipe tenha tantas qualidades. Assim não entrego meus sentimentos a qualquer um.

Começo enfim a preparar tudo para sair, coloco alguns produtos em seus devidos lugares, fecho o caixa, desligo o computador e vou até o estoque para me despedir de Peter já que ele quem fechava a loja.

Quando entrei já tinha até esquecido que Fausto estava conversando com ele. Os dois se calaram logo, estavam sentados à mesa que usávamos para almoçar, não querendo interromper por mais tempo informo que tudo estava arrumado e que estava indo embora.

- Posso te levar em casa, já terminamos por aqui não terminamos, Peter?

- Sim, já estava saindo para fechar a loja.

Apesar de querer voltar para casa com conforto, não queria pegar carona toda vez que encontrava com ele

- Não precisa sair do seu caminho, Fausto. Minha casa não fica tão longe.

- Sua casa não fica longe de lugar nenhum Julia, mas ainda assim estou oferecendo a carona, na verdade quero também conversar com você.

- Ok, estou esperando você no interior da loja, então. Não precisa se apressar por minha causa.

Sai do estoque e fui seguida pelos dois. Me pergunto o que Fausto queria falar comigo, se ele começasse novamente com aquele papo de que quer me proteger porque ele me vê como a irmãzinha que ele não teve não responderei pelos meus atos.

Sei lidar muito bem com qualquer pessoa que queira me dar uma cantada, sou mulher e acostumada com esse tipo de coisa desde a adolescência, quem ele é para vir a essa hora da vida me dizer que se preocupa?

Deixamos Peter para fechar tudo, enquanto isso seguíamos para seu carro no pequeno estacionamento ao lado da loja em silêncio.

Fausto abriu a porta para mim e ao me acomodar ele deu a volta para sentar ao volante.

Ele não deu partida no carro, então isso me fez virar para ele, que me olhava de forma estranha.

- O que foi? Tem alguma coisa suja no meu rosto?

- Porque você acha que eu só olharia para você se tivesse alguma coisa errada? Eu só estou te olhando por ser uma mulher linda.

- Hmmm, fiz alguma coisa direita para você estar me elogiando. Vai, diz, quem você quer que eu conheço?

- Como? - Ele perguntou, confuso.

- Para você estar querendo me dar carona toda vez que me vê, agora, em tantos anos que conhece meu irmão, pela primeira vez você me faz um elogio? Com certeza tem alguma amiga minha que te interessou. Só estou achando estranho porque até onde sei você sempre soube se virar sozinho.

- Eu sabia que você não tinha uma boa visão de mim, mais não sabia que era algo tão profundo. Você por um acaso já foi apaixonada por mim e eu fiz algo que te magoou e deixou com uma raiva infinita por mim?

- Olha só quem está lendo romances. - Ri com a minha piada para não parecer chocada com o fato dele estar parcialmente certo.

- Julia. - Sua voz saiu tão grave que voltei minha atenção a ele de forma mais séria. - Eu de verdade não sei o que eu fiz para você ter uma visão tão suja de mim, eu sou apenas um homem solteiro que gosta muito de sair com mulheres. Isso você pode encontrar em qualquer lugar do mundo, eu não sou uma pessoa anormal, só não encontrei uma mulher que me faça querer ser monogâmico.

Dama de Copas (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora