Prefácio.

61 6 1
                                    

      Jacob estava voltando da escola e já estava anoitecendo,ele estava de cabeça baixa,com as suas mãos dentro dos bolsos do seu moletom já bastante surrado, estava pensando no seu dia que tinha sido horrível,sua cabeça doía muito,ele não compreendia porque os jovens tinham que ser tão barulhentos, bom ele era um jovem, mas não um jovem barulhento,e sim um jovem calado,pra falar a verdade ele era um jovem mas que calado.

  Ele praticamente não falava nada na escola e em casa era igual.O problema não é que ele não conseguia se comunicar ou ele tinha problemas psicológicos,ele apenas achava que não era necessário ficar falando o tempo todo quando não tinha o que dizer ou quando não se devia dizer nada.

Ele achava que as pessoas perdiam tempo só falando em vez de agir, falando coisas que não iriam influenciar ou ajudar em nada.

Por isso preferia os livros,e ao passar do tempo construiu uma muralha ao seu redor,se protegendo de toda hipocrisia, mentira, sujeira e outros males do mundo.

Mas a sua barreira anti-mundo estava prestes a ruir,e ele nem fazia ideia disso.

   Enquanto Jacob estava envolvido em seus pensamentos, andando pelas ruas  escuras e frias da grande metrópole em que vivia,vendo toda a poluição e sujeira daquela cidade que era considerada "moderna e futurista",um carteiro chegava a sua casa com uma carta sem remetente, apenas assinada com duas belas e pequenas siglas.

Depois de um tempo ele chegou em casa,estava tão distraído que nem tinha percebido que os seus pés tinham o levado para casa.

Abriu a porta e não se surpreendeu com o silêncio que predominava no seu lar, já que a sua mãe deveria estar no trabalho,ela era enfermeira,e trabalhava bastante para poder sustentar os dois,o seu pai havia morrido a alguns anos atrás.

Tudo estava normal, menos uma coisa.

Havia uma carta.

Que havia sido empurrada por debaixo da porta,mas é normal isso,era apenas uma carta nada mais.

  Mas quando foi pegar ela,percebeu que era pra ele.

  Ele estranhou.

  Não tinha muitos amigos, só um,e eles eram vizinhos, então não havia precisão de lhe enviar uma carta.

Percebeu que não havia selos,nem endereço, apenas o seu nome e uma rubrica.

E percebeu também que a letra era de menina e estranhou mas ainda.

Abriu e começou a ler sem desviar os olhos nem por um minuto.

Cartas de uma suicída a um desconhecido.Onde histórias criam vida. Descubra agora