Os caminhos se separam

48 5 0
                                    

- Sirius está aqui? - Kate perguntou para o homem assim que chegaram a porta de seu escritório, não podia chama-lo de pai perto de Harry. O velho apenas assentiu, dizendo a palavra que fez a gárgula saltar para o lado e liberar a passagem. Dumbledore abriu a porta de seu escritório revelando um Sirius abalado.

- Harry, você está bem? Eu sabia... Eu sabia que uma coisa assim... Que aconteceu?

Dumbledore começou a contar a Sirius tudo que Bartô Crouch dissera. Kate não escutara nada, na realidade, seu olhar estava preso em Harry e o medo de seu pai brigar com ela pelo que acontecera com o primo a assustava mais, ela estava inquieta, seu olhar fixo nos ferimentos do garoto, ela não percebera, mas estava chorando.

- Preciso saber o que foi que aconteceu depois que você tocou a Chave de Portal no labirinto, Harry - disse o diretor.

- Não podemos esperar até amanhã? - Sirius e Kate disseram ao mesmo tempo, ambos se olharam por um segundo, quase sorriram pelo fato, mas as lagrimas continuavam a escorrer pelos olhos da garota.

- Se eu achasse que poderia ajudá-lo - disse Dumbledore brandamente - mergulhar você em um sono encantado e permitir que adiasse o momento em que terá de pensar no que aconteceu esta noite, eu faria isso. Mas sei que não posso. Amortecer a dor por algum tempo apenas a tornará pior quando você finalmente a sentir. Você demonstrou uma coragem acima da que eu poderia ter esperado. Estou pedindo que a demonstre mais uma vez. Estou pedindo que nos conte o que aconteceu.

Ele inspirou profundamente e começou a contar. Enquanto falava, visões de tudo que se passara àquela noite pareciam desfilar diante dos olhos de Kate, ela viu a superfície borbulhante da poção que revivera Voldemort, viu os Comensais da Morte aparatando entre os túmulos em volta deles, viu o corpo de Cedrico, caído no chão ao lado da Taça, legilimencia era a unica coisa que a garota ainda não podia controlar, estava presa as visões do garoto. Uma ou duas vezes, Sirius emitiu um som como se fosse falar alguma coisa, mas Dumbledore ergueu a mão para fazê-lo calar, quando Harry contou que Rabicho espetara seu braço com o punhal, porém, Dumbledore se levantou depressa. O diretor deu a volta à escrivaninha e pediu a Harry que esticasse o braço. O garoto mostrou aos dois o lugar em que suas vestes estavam rasgadas e o corte sob as mesmas.

- Ele falou que o meu sangue o tornaria mais forte do que se usasse o de outro - disse Harry a Dumbledore. - Falou que a proteção que minha... Minha mãe tinha deixado em mim, seria dele, também. E estava certo, ele pôde me tocar sem se machucar, ele tocou o meu rosto.

Harry prosseguiu, explicou como Voldemort emergira do caldeirão, e repetiu para eles tudo que conseguiu se lembrar do discurso do lorde aos Comensais da Morte. Então contou como Voldemort o desamarrara, devolvera sua varinha e se preparara para duelar. Mas quando chegou à parte do raio de luz dourada que ligara sua varinha à de Voldemort, já estava com a garganta embargada, tentou continuar falando, mas as lembranças do que saíra da varinha do bruxo inundavam sua mente. Kate conseguiu ver Cedrico saindo, o velho, Berta Jorkins, Lilian e Thiago Potter...

- As varinhas se ligaram? - Sirius perguntou sério, olhando de Harry para Dumbledore. - Por quê?

- Priori Incantatem - A morena murmurou, limpando suas lagrimas. - A reversão do feitiço - Então ela encarou Dumbledore, com uma certa raiva - Como isso aconteceu? - Sua voz saiu cheia de raiva, a garota parecia pronta para ataca o velho.

- A varinha de Harry e a de Voldemort têm o mesmo cerne - O homem disse sério - Cada uma contém uma pena da cauda da mesma fênix. Desta fênix - acrescentou ele, apontando para a ave vermelha e dourada, empoleirada tranquilamente no joelho de Harry.

- Fawkes? - Harry perguntou surpreso.

- O Sr. Olivaras me escreveu dizendo que você comprara a segunda varinha, no instante em que você saiu da loja dele, há quatro anos.

Os ElementariOnde histórias criam vida. Descubra agora