Cap.2

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Layra!

Acordei assustada sentindo um formigamento nas mãos e pés.Tive que piscar algumas vezes para me adaptar com a iluminação do local.Estava escuro, mas ainda sim era possível indentificar algumas coisas ao redor. Franzi o cenho confusa.

Estava em um quarto desconhecido. As paredes eram de uma madeira escura, as luzes estavam apagadas, mas os raios solares adentravam pelas duas janelas de forma sutil, graças as cortinas feitas de algum tecido quase transparente.

O lugar me lembrou as nossas viagens em família, quando passavamos a noite em pousadas rústicas e tradicionalistas,mas ainda sim muitos confortáveis. Era uma espécie de padrão que a mãe adorava e o pai,como sempre, fazia todas as suas vontades. Costumávamos ir para diversos lugares.

Levantei-me calmamente, encostando um pé de cada vez no piso gelado. No final da cama,existia um tapete felpudo que me incitava a deitar-me sobre ele. Pisei e me surpreendi com sua maciez.

Sentia-me à vontade naquele ambiente nostálgico. De alguma forma, ele não me era estranho. Sentei na beirada da cama e o analisei mais calmante.Procurava por mais alguma coisa que eu estivesse familiarizada.

Minha barriga roncou alto. Como um alarme para me lembrar de comer. Isso fez surgir uma pergunta importante.

"Onde eu estava? "

Memórias da noite anterior me atingiram de vez e novamente me senti enjoada. Olhei para meu corpo e agradeci por não estar mais de biquíni e short. Continuava com o short, mas agora acompanhado de uma camiseta branca.

Tapeei os bolsos em busca do celular, mas desisti ao lembrar de deixá-lo em casa na escrivaninha do quarto.

Olhei para a janela mais próxima e observei a luz do sol. Já estava de manhã. Meu pai devia estar super preocupado. Cruzei os braços sentindo a culpa me consumir lentamente.

Cansada de ficar parada, me levantei e caminhei até a porta dando adiós para o quarto e olá para o corredor vazio. Os quadros nas paredes de madeira estavam desalinhados e alguns até enfeitavam chão. Os ignorei completamente me dirigi até o final do corredor.

Analisei superficialmente o local e reconheci a sala de entrada na qual eu atravessei até a cozinha na noite anterior. Parecia maior e espaçosa sem todas aquelas pessoas descontroladas. Mas a bagunça que elas fizeram vazia-se presente.

Garrafas vazias, latas de cerveja e copos de plástico espalhados por tada parte.Móveis fora do lugar,poças de bebida pelo chão. Estava uma sujeira.

Havia muitas janelas abertas, trazendo luz para praticamente todo o chalé. Aquilo era estranhamente confortável para mim, tirando o fedor de álcool e os lixos por toda parte.

Uma senhora varria a sala concentrada. Tinha o cabelo castanho claro brilhando em um coque bem feito. Ela não era mais alta que eu. Na verdade, parecíamos ter a mesma altura.

Senti-me na obrigação de ajudá-la. Eu ajudei com a bagunça, então, também ajudaria a arrumar. Aproximei-me alguns passos até ela me notar.

Seus olhos verdes varreram-me de cima a baixo.Calma e indiferente.Parecia emocionalmente cansada.Não que eu fosse alguma especialista em emoções, mas já havia visto muitos olhares com o dela. Principalmente em casa.

- Precisa de ajuda? - perguntei inutilmente. Ajudaria de qualquer forma.

- Não precisa, menina. Pode ir pra casa. - sua voz era suave,educada.

Avistei alguns sacos plásticos na cor preta e luvas amarelas em cima do sofá marrom.

- Tudo bem, é bom que tenho um motivo para não voltar para casa. - sorri simpática e ela elevou levemente os cantos da boca.

Por que o Alfa? (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora