Chapter Two - Plan

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

Peguei o primeiro ônibus que passou, eu chegaria nessa casa de festa atrasada mas o importante é chegar logo.

Verifiquei minha carteira e tinha grana o suficiente pra poder pagar a entrada e ainda sobrou pra mim comprar alguma coisa que estivesse vendendo ali.

Já estava na avenida e fiz sinal dentro do ônibus e o motorista parou, sai agradecendo e tirando a mochila das costas,  segurei firme as alças. Tava pesando um pouco, mas acho que é por causa do casaco.

Eu estava errada em dizer que poderia aparecer nem que fosse uma estrelinha sequer, mas olhando pro céu dava de supor logo de cara que as nuvens estariam armadas e que iria cair um toró depois.

Peguei um ônibus não muito lotado e já chegando na parada desci às pressas e andando mais um pouco dobrando a esquina e passando por uma quadra finalmente eu havia chegado na casa de eventos. Era este mesmo o endereço daqui de Gwangju.

-Sua idade? -um moço alto e de óculos escuros pergunta a mim.

-19, e vou completar vinte depois de amanhã.

-Identidade ou algo que comprove isso?- eu já estava odiando a maneira de como ele perguntava e arqueava as sombrancelhas. Tinha eu lá jeito de má elemento?

-Só um segundinho, vou procurar aqui na minha bolsa.- Coloquei a mesma no chão e fiz uma procura total até procurar algum documento, não acredito que sai sem minha identidade, eu tinha quase certeza que estava ali, que eu tinha trago junto com umas moedas.

-Sim, achou?

-Err... Eu... Não...

-Pois bem, próximo por favor.

-Não calma eu vou procurar e vou achar, só um instante moço. -sem minha permição ele pega em meus ombros e me coloco do outro lado me tirando da sua frente e barrando por completo a passagem da porta.

Vi ele continuar fazendo o serviço dele enquanto eu tentava ajeitar minha mochila que já estava de cabeça pra baixo com todas as minhas coisas do lado de fora e tentei organizar a parte dos pequenos bolsos da mochila, passei a mão por dentro da bolsa e senti um papel num plástico. Sorri vitoriosa por saber que era minha identidade, ela estava escondida dentro do pano que a bolsa era feita.

Passei as mãos nos meus ombros, amarrei meu cabelo, ajeitei a mochila e fui pra fila novamente e estampei na cara do segurança minha identidade. Ele permitiu minha entrada e como eu nunca saia do meu lugar quando ia para festas assim comprei logo na mão dele umas fixas para bebidas e baboseiras que se costumavam vender pelas bancadas.

Quando eu entrei já estava chovendo.

Não posso negar que sempre que entrava nessas festas meu coração acelerava mais forte, talvez seja pelo grande contato com pessoas e gente. Sabe aquelas pessoas que chegam em um local e não demora nem sequer 30 minutos a pessoa já fez amizade com uma galerona?

Eu era totalmente ao contrário.
A única coisa que eu conseguia era um aperto de mão do segurança ou do dono(a)  da casa de show. Minha câmera no meu pescoço já estava totalmente pronta pra tirar fotos do local, mas eu não queria tirar foto hoje, bom, quero... Mas seria ótimo se alguém me pedisse pra tirar uma foto sua e a partir daí começarmos uma linda amizade, mas não foi isso que aconteceu.

Fiquei parada curtindo músicas do DJ Marshmallow, mas se era pra ficar parada e fazer amizade facilmente eu teria que ter um plano em mente. Vamos então ao plano A, B e C.

Acreditem eu anotei no bloco de notas do meu celular. Plano A: esbarrar de maneira delicada em alguém na pista de dança. Plano B: Se o plano A não rolar o jeito é ir no banheiro feminino e fazer alguma amizade pra te apresentar uns bacanas e ficar bebendo na entrada do banheiro masculino. Plano C: Ficar sentada no balcão tentando puxar assunto com o carinha da bebida e caso ele me ignore ou esteja muito ocupado o jeito é colocar os fones e escutar todas de Lil Happy Lil Sad e ficar imaginando coisas inimagináveis.

Eu esperava realmente que de cara logo o plano A desse certo.
Existem pessoas ousadas, pessoas inotaveis e basicamente invisíveis, pessoas que se achavam a rainha/rei do pedaço: típica galera esnobe filhinho de papai que já tem faculdade paga e que na maioria das vezes nem dava valor à sorte que tinha.

Azarada? Eu mesma.
Atrasada nas coisas? Eu mesma, aqueles 7 meses sem saber do resultado já estavam me matando por dentro, se bem que eu já estava morta. Consideravelmente vivendo para morrer.
Bêbada? Talvez fique daqui uns minutos.

Estufei o peito, soltei o cabelo, segurei firme a alça da minha bolsa e fui pra batalha hiper mega blaster ultra zoide fabulosamente incansável busca de fazer amizades, se introsaR, se misturaR socializaR,  mas pra quê todos esses verbos terminados em R  classificados em primeira conjuncão valiam pra mim? Se no final das contas o que eu sabia que eu ia acabar fazendo era apenas chorar e chorar?

Arriscando alguns passinhos de dança, comecei a me movimentar entre um grupinho que estava na pista de dança e quase não dava de ver os rostos das pessoas por conta das fumaças e gases que saiam de onde o DJ estava além dos jogos de luzes. Era quase que impossível.

Tentei durante a música saber do que eles falavam e era algo como misturar várias bebidas e sentir o gosto e tinha uma garota falando sobre drogas e de como eles se grupariam pra depois fumar uns tragos; quando ela ia se aproximar de mim eu resolvi não ceder em responde-la. De repente me bateu um medo por estar naquele lugar e com aquelas pessoas apesar de existirem pessoas aparentemente extrovertidas e gentis.

Agora o jeito era partir para o plano B.

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

♬♬

"Não posso evitar que esses pés afundem
E está começando a mostrar em mim
Você está olhando fixamente enquanto eu estou piscando
Mas não me diga o que você vê"

...

"Estou de saco cheio de toda essa má sorte
Ouvir mais um: Mantenha sua cabeça erguida
Isso nunca vai mudar?"

Katelyn Tarver - You Don't Know

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•The boy of my dream• ✧JHS ु [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora