9.

436 29 1
                                    

11:15, 19 de Julho, Domingo, Milão, Itália.

Já estávamos em solo italiano. Isto era um mundo completamente diferente, pessoas acolhedoras, um cheirinho a pizza por todos os cantos da cidade.

Dona Anabela tinha comprado um guia turístico a pensar que um bocado de papel nos ajudasse imenso.

- o melhor é chamar um táxi. - Zé suspira e senta-se num banco de madeira velha.

- José Pedro, a caso do André deve ser aqui perto. - Dona Anabela sorri e insiste em continuarmos a seguir as indicações do mapa.

- mãe sabes que não vais a lado nenhum com um bocado de papel pois não? - Afonso interrompe a mãe até obter a sua atenção. - sabes que existem telemóveis. Pode-se chamar um táxi e leva-nos diretos a casa dele.

- lá estão vocês com a tecnologia. - Dona Anabela respira fundo e cede a Afonso. - vá lá então, eu confio em vocês.

- Vitória dá-me a morada do André por favor. - Afonso pede-me educadamente e entrego-lhe para a mão o meu telemóvel.

- quem diria que nos íamos perder no meio de Milão. - Zé abana negativamente a cabeça e fala num tom irónico.

- a casa do André é a uns quarteirões. Mandei-lhe mensagem a dizer que estávamos à espera de um uber no aeroporto para não levantar muita suspeita. - Afonso faz o comunicado e leva o telemóvel à orelha. - vou chamar um uber.

Apesar de estarmos no centro da cidade o calor era intenso e eu já não aguentava andar de calças de ganga.
Estávamos sentados enquanto aguardamos que o nossos uber chegue.
O treino do André deve estar mesmo a acabar, só me apetece chegar a casa e finalmente poder aproveitar todos os segundos que não estive com o André.

Entramos no uber e vi no mapa que o apartamento do André estava mesmo perto de nós.
Era lindo o sítio onde ele estava. Um lugar ensolarado e bem natural com vários parques à volta, bem familiar e bem acolhedor.
Agradecemos ao condutor e saímos na morada indicada.

- será aqui? - observo o enorme prédio a minha frente. Um imóvel bem moderno e familiar.

- entramos? - Zé pergunta a medo e Afonso encolhe os ombros.

- se não entrarmos nunca mais vamos saber se ele mora aqui ou não. - Doma Anabela empurra a porta da entrada e caminhamos até ao elevador.

- é o quinto andar... - Afonso verifica no telemóvel antes de anunciar à mãe onde André morava.

Zé clicou no botão n°5 e aguardamos em silêncio até as portas se abrirem.
Caminhamos até à porta e trocamos olhares antes de abrir a porta.

- eu entro primeiro. Vitória fica aqui atrás para ele não te ver. - Dona Anabela ordena e afasto-me um pouco com a minha mala para não deixar suspeitas.

Afonso carrega no botão e a campainha faz-se ouvir por todos os cantos do imóvel.

O meu coração começou a acelerar. Não aguentava estar ali mais escondida nem um segundo. Queria abraçá-lo e matar as saudades.

O puxador da porta fez ruído e de imediato vejo um André de tronco nu com um ar pesado estampado na sua cara.

- André! - Afonso e Zé gritam ao mesmo tempo, como duas crianças que obtêm aquilo que querem, e abraçam André com todas as forças.

Lost On You || André Silva (2° temporada de Vitória)Onde histórias criam vida. Descubra agora