Uma Garota Aparentemente Normal

Uma história que eu nunca contei a ninguem.

A minha história..

-Ei Ally

-Ei

-Como você ta?

-To bem e você?

Era sempre a mesma coisa, mas tecnicamente eu não estava mentindo, estar bem é relativo, eu estava bem, comparado a ontem a noite, mas estava mal comparado aos meus oito anos de idade. Bem, vou me apresentar, mesmo que na verdade ninguem queira me conhecer, meu nome é Ally, tenho 15 anos e moro no Brasil, esse pais de merda que nunca vai pra frente. Você deve estar pensando, ela deve ser órfã, ou ter sido violentada, mas não, meus problemas não são tão grandes assim, o que me faz questionar se eu não sou dramatica demais.

Quando eu nasci eu era muito gorda,.eu sempre pareci ser mais velha, quando eu tinha uns três anos as pessoas falavam coisas como: "que fofa" "tão gordinha", mas eu não gostava, eu não queria ser a "gordinha", eu lembro de me deixarem sentada no chão, em um tapete e.se sentarem ao meu lado, falavam "você ta.gorda" como uma brincadeira, afinal eu tinha três anos, mas eu falava "não, você ta gorda", quando eu fiz quatro anos eu não quis mais.comer, meus pais faziam de tudo, mas eu comia muito pouco, em consequência disso eu emagreci muito rapido, então as pessoas falavam: "nossa Ally,.você ta muito magra" "tem que comer mais", eu não entendia, antes eu era muito gorda depois fiquei muito magra. Quando eu tinha dois anos eu tive uma irmã,.desde esse momento eu fui obrigada a crescer muito rápido, eu tinha que ,cuidar de mim mesma, pois.todas as atenções da.casa foram para o.novo bebê, que tipo de.criança é obrigada a amadurecer.com.dois.anos? Eu queria ter sido uma criança por mais tempo.Eu continuei super magra durante toda a minha infância, eu era bem branca, o que resultou em apelidos como: "leite", "branquela", "albina" , entre outros. Quando eu tinha sete anos meu irmão nasceu, foi ai que eu morri de vez.para os meus pais,l.Eu me lembro.de ter uns 11 anos, eu vivia.brigando.com meu irmão mais novo, pois ele era muito mimado, até que um dia eu gritei pra minha mãe: " porque você não coloca esse pia num orfanato?" e ela me disse uma coisa que eu jamais vou esquecer, " eu prefiria mil vezes colocar você num orfanato do que ele".