Não mexa com essa garota

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Snow Hill ( Maryland)

Novo dia, mesma rotina. Mas algo me parecia não estar indo tão bem. Me senti estranha assim que pus os pés fora da cama. Ficou frio de repente, foi como um pressentimento, mas ignorei porque não quero parecer negativa ou paranóica , principalmente agora que estamos nos restabelecendo em uma nova cidade.

A garota, Quinn. Parece ser uma boa pessoa mas, não significa que eu confie nela. Durante o terceiro período, logo após ter terminado minha luta contra meu armário, umas jovens que vinham pelo corredor atiraram suco na roupa de Quinn rindo e caçoando dela. Aquilo foi péssimo, mas o que poderia ser feito? Posso defende -la mas não seria aconselhável e Jenna e Robert me matariam se minha cara aparecesse nos jornais locais. Por falar neles, tive que ligar e confirmar que estava bem. Jenna me disse que se tudo continuar como está, nós ficaríamos por aqui por muito mais tempo que previsto. Robert só precisava terminar de resolver suas questões, me pergunto o que seria já que ele nunca se importou em me contar mas vi a foto de um homem mais cedo, junto a um endereço. Talvez um velho amigo, mas não. Robert não tinha amigos aqui... E me refiro a amigos normais, vizinhos quem sabe, mas amigos? Não.

Richmond (Virgínia)

O sol se pôs deixando a escuridão dar seus primeiros indícios. O posto a beira da estrada, acabará de ser destruído e sangue se via nas vidraças da loja de conveniência. Um carro com janelas escuras aguardava do outro lado da rua junto de duas grandes carretas de carga.

- Algum sinal?

- É difícil ver um sem os olhos a disposição. Por acaso tenho um fio de cabelo ou pedaço de pele em mãos?

- Nã... não - o homem estremeceu.

- O processo será lento. Como estão meus bebês?

- Acabei de aguçar os sentidos deles com algumas gotas de sangue, não mais do que necessário para faze-los quererem mais. Será o suficiente para suplicar e quando chegar a hora, atacar.

- Bom. Estamos perto.

S

now Hill ( Maryland)


Quinn e eu seguimos para uma lanchonete chamada Magic  Food's, fiz um pequeno resumo a ela da minha falsa vida. Em troca ela me contou sobre sua família e como as coisas ficaram ruins depois do que aconteceu com seu pai. De certa forma eu compreendia como se sente, afinal com meus pais não foi diferente.

- Então é isso? Você passeia com cães e dá aulas particulares de matemática para suas vizinhas!

- Sei que não é o melhor dos empregos mas eu gosto. Não imagina a quantidade de dinheiro que algumas pessoas pagam para tornar seus filhos mais inteligentes. - Ela ri do próprio comentário.

- Seu pai... ele...

- Não, quer dizer... Nunca soubemos. Mas acho que não esteja morto.

- Sinto muito - Foi tudo que consegui dizer.

- Sabe que ele sempre pensava que o mundo não acabava além do que víamos. Ele trabalhou muitos anos atrás de indícios de outras dimensões.

- Tipo?

- Sei lá, era apenas um pesquisador aposentado. Seu empenho em se preparar para uma nova era com seres evoluídos e genética avançada algo assim. Sempre achei que ele fosse incrível por isso, normal para qualquer filha que admira, mas é complicado admitir que tem um pai estranho.

"Ou que é estranho" pensei, mas esse é o pior. Não poder contar para mais ninguém esses assuntos.

- Já volto - Falei indo ao banheiro.

Segui até lá, e ao entrar acabei por esbarrar em uma garota. Não notei até ela me confrontar sobre Quinn, Era a jovem que havia derramado suco na roupa dela mais cedo. Só podia ser brincadeira, estive entrando me manter na linha sem causar confusão desde que cheguei aqui e tudo para que uma mimadinha me tirasse do sério.

- É fácil fingir ser amiga da esquisita lá fora?

- Não estou fingindo, ela é minha amiga!

- Ah, e por que não a ajudou mais cedo? - Questionou ela.

- Acho que meus motivos não são da sua conta.

- Olha só, pôs as garras para fora.

Apenas a encarei , desejando muito sufoca- lá com as próprias mãos.

- As vezes é bom baixar a guarda, saber se por no lugar.

Outras duas garotas saem das cabines do banheiro e vem em minha direção. Antes que pudessem me atacar, por instinto sinto uma descarga de energia vinda de dentro, como uma leve pulsação subindo e descendo pelo meu corpo, algo se move sobre minha pele, olho minhas mãos, e braços e não vejo nada, como se fosse um escudo invisível. Mas não, não é um escudo... Na verdade paira sobre mim. Ouço os murmurinhos das jovens ali em minha frente me dirigindo olhares arregalados, confusas... E com medo. Eu as atiro contra a parede como se fossem flechas em direção de um alvo, sem nem toca-las , o Bac das costas delas contra a parede. Com a força que toma conta de mim, e com o poder da mente eu aperto suas gargantas afim de sufoca-las.

Controle...
Penso comigo mesma... Lembre-se o que Robert e Jenna ensinaram.

- Não sou uma assassina!

Recolho a força que pesa sobre seus pescoços e as solto. Elas caem no chão ainda com dificuldade em respirar. Eu corro as pressas para fora do banheiro em direção a saída a lanchonete, mas sou oscilante com meus dons e o que acontece é tudo pairar a descontrole. As coisas das mesas flutuam por onde passo, se atirando contra as paredes e chão conforme os movimentos bruscos que tenho que fazer ao desviar das pessoas aos berros correndo de um lado para o outro.

Eu fujo para casa.

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Seletos ( A Quarta Chamada)Onde histórias criam vida. Descubra agora