Capítulo Dezenove.

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   O ar voltou ao meus pulmões a tempo de eu ver que ainda estava vivo. Era evidente que tinha sido o soco do superior. Agora eu sabia. Olhava para o teto das árvores. Estava escuro, não sei se pelas nuvens cinzas ou por qualquer outra coisa.

  Escutava o ar batendo levemente em mim e forcei a levantar. Todo o meu corpo estava dolorido, enquanto me alongava, veio tudo na minha cabeça. O superior parado pouco mais a minha frente, era como um gatilho de memória, e serviu para assimilar aquilo tudo com meu sonho. Ele não estava em encarando, não ainda.

  Não sei se haveria vantagem em saber que ele ia se revelar, eu tinha sonhado até essa parte. E se ele for o mesmo superior que se transforma no leão negro do meu primeiro sonho, estamos todos ferrados. Olhei em volta, era como se eu vivesse outra vez aquele sonho. Mas eu sabia que se trava de uma visão, eu estava acostumado, mesmo assim ainda era assustador.

   Algumas árvores caídas e outras pegando fogo, e a destruição logo em frente. Eu tinha reparado agora na casa, toda destruída. Minha atenção foi da casa, para o superior que se virou para mim. Os mesmos sinais de luta do sonho, mas agora eu sentia o poder emanando dele. Três vezes mais forte.

   Quando eu achava que o silêncio ia se estender mais, ele levou a mão ao rosto. Não sei porque diabos eu senti um frio na barriga. Fora os anciões, ninguém sabia as identidades dos superiores após ascensão ao comando. E eu estava prestes a descobrir. Como se fosse fácil retirar a mascará, ele deu um puxão leve para frente e dava para ver uma barba por fazer e fios brancos ao lado do cabelo. Então ele tirou toda a mascará...

   O ar voltou a faltar em meus pulmões. Eu acreditava e não acreditava. Eu parecia que estava olhando para um espelho que refletia o futuro eu. Eu estava me vendo, só que anos mais velhos e com os olhos negros e as olheiras me dando um ar maligno. O signo superior de leão, era eu.

— Existe uma explicação para isso - Disse o superior. — Para tudo existe algo para se explicar. Somos a mesma pessoa, Pedro.  Diferença é que somos de tempo diferentes. Eu, mais além do futuro. E você, mais atual e fraco. Ainda.

— Eu não entendo e por que? - Perguntei.

— Nós só nos tornamos um signo superior porque você me viu no passado, você sabia que era seu destino ser um dos doze signos superiores. Eu me vi, como você está me vendo agora. Eu não sou mal, lembre-se que sou o lado negro seu que está no controle.

— Mas você foi destruído enquanto o Alanor estava vivo - Disse eu.

— Nós, como um todo, somos um ser poderoso - Disse o superior. — Nosso ancestral mais velho é o primeiro signo elementar que existiu. Enquanto existir o bem, o mal estará lá. Eu, o seu lado negro, não foi totalmente destruído e a prova sou eu.

— Mais por que está fazendo nessa linha temporal? perguntei.

— Nem todos os superiores são dessa linha temporal, ou dessa dimensão, propriamente dita. A cerimônia para escolher os futuros signos superiores, escolhe cada membro elementar de dimensão e tempo. Eu e mais um amigo, somos do futuro. Escolhidos para proteger e manter no controle esse tempo...

— Mas não é isso que você está fazendo! - Avancei até ele e coloquei poder suficiente em meu soco, o acertando, fazendo com que ele caísse de volta na arena de batalha que havia se tornado o casarão. — Vamos terminar o que começamos!

No próximo capítulo: O signo superior dá sua última cartada! Não percam!! O último capítulo. A conclusão.

Conteúdo extra: Isso já aconteceu, como o Pedro do futuro disse. Então ele sabe que perdeu, ou, ganhou? Mesmo que sim, ele teria que mudar seus planos, mas respondendo a isso, essa lembrança da derrota, ou, não do superior, foi apagada. Deixando o mistério no ar para ele.

O Estranho É Formidável 3 - Confrontos.Onde histórias criam vida. Descubra agora