Katherine.
- Lucas, onde está a minha bolsa!?
Fiquei vasculhando o meu quarto inteiro e não encontrei.
- está aqui.
Ele estica o braço entregando-me a bolsa com um sorriso de lado.
- filho, eu já disse mil vezes para não pegar minha bolsa assim, do nada, sem me avisar.
- desculpa. Foi só pra pegar meu Nintendo. Eu deixei desde ontem na sua bolsa. - deu de ombros
- tudo bem. - falo depositando um beijo em sua testa
- vai sair? - ele pergunta sentando em minha cama
Olho para os lados e me aproximo dele.
- vou para uma entrevista de emprego, mas não diga nada a ninguém, okay? - falei quase sussurrando
- o vovô e a vovó vão ficar bravos quando descobrirem.
- eles não vão descobrir se você não contar. - falei apertando seu nariz
- eu não vou contar, mas eles sempre dão um jeito de descobrir.
- Lucas, eu preciso trabalhar. Essa ideia ridícula de dizer que eu não preciso porque eu já tenho tudo é muito antiquada!
Ele não disse nada, apenas me olhou com pena. Meu filho de apenas oito anos já entendia muitas coisas.
Peguei minha bolsa e saí do quarto praticamente na ponta dos pés. Eu já tinha uma desculpa em mente caso alguém perguntasse para onde eu estava indo.
- oi mocinha...
Meu pai, George Williams. O homem mais protetor e curioso da face da Terra.
- oi!
- onde vai?
- eu vou sair com a Emma. Ela já está lá fora me esperando. - aponto para a porta como quem está com pressa.
- vamos almoçar em família hoje. Achei que ficaria conosco.
- hoje? uma terça-feira? - indaguei
- e por acaso almoços em família tem dia especial? - brincou
- pai, eu preciso ir. Vou ao shopping comprar umas coisas que faltam para o aniversário do Lucas. - menti
- ah, okay.
Era impressionante como eles ficavam aliviados ao saber que eu faria qualquer coisa, menos procurar um emprego. Desde que Lucas nasceu eu era mantida em casa, ganhando uma mesada bem gorda para apenas cuidar do meu filho. Trabalhar nunca foi cogitado, simplesmente porque eles não podem imaginar viver longe do neto. Eles jamais me deixariam sair dali, mas para mim, aqueles dias estavam contados. O único problema era experiência. Eu não tinha e ninguém estava disposto a me dar uma.
Corri para o carro de Emma, já estacionado em minha porta.
- oi! - falei esbaforida
- mentiu de novo? - falou rindo
- claro. - revirei os olhos
- o gato do seu cunhado acabou de estacionar. - ela disse com um sorriso besta nos lábios
Emma não sabia do meu amor platônico. Ninguém sabia.
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Sempre Te Amei
RomanceUma mãe solteira. O noivo da irmã. Uma grande família. Um amor impossível. Mergulhe neste romance e se apaixone por todos eles. *Plágio é crime.