VELHA INFÂNCIA.

Capítulo 6

Depois do que disse a Tiago não nos falamos mais, o final de semana passa, eu vi várias séries e tomei vinho para o tempo passar rápido.

Na quarta feira que foi a data limite que dei a Tiago, resolvo ir pessoalmente na empresa e pegar o tal relatório. Tomo um banho e visto um vestido Marsalla e um salto alto preto.

Desço para a cozinha e Maria me cumprimenta com um sorriso.

- Bom dia Sra. Alessandra.

- Bom dia Maria. Hoje eu estou faminta.

Ela me serve bacon, ovos mexidos, torrada com Nutella e um copo de suco de laranja. Como com vontade, estou me sentindo disposta e confiante, preciso fazer minha palavra valer e preciso muito ver se o que pedi foi cumprido.

Termino meu café, retoco meu batom e vou para a empresa.

A rua está movimentada e cheia de carros, não acho lugar para estacionar, então tenho que dar a volta no quarteirão e retornar para parar em um estacionamento próximo da empresa.

Deixo as chaves com o responsável e vou para a rua, olho para atravessar, nenhum carro, quando estou no meio da rua escuto um grito do outro lado da rua, olho para minha esquerda e me desespero, um carro vindo em cheio ao meu encontro, tento correr, mas é tarde demais.

Sinto meu corpo sendo jogado, meu coração esta a mil, minhas vistas ficam pretas e não sinto nada. Tento abrir meus olhos e não consigo, escuto vozes. Alguém fala pra eu acordar, mas eu estou acordada, só não consigo enxergar, estou muito cansada, a escuridão me puxa.

Sinto uma dor em meu corpo, tento me mexer mas não consigo, pareço estar fora de meu corpo. Ouço mais vozes, acalmo minha mente e começo a prestar atenção no que a voz diz.

- Não acredito que você fez eu vir aqui pra não abrir esse olho. - É Gena! O que ela faz aqui? Tento abrir a boca mas nada sai.- Você nem sabe quem está vindo te visitar também bonita, seu amor. - Ela fala baixinho, Meu amor? Meu coração dispara, tento abrir os olhos mas eles não me obedecem. - Bernardo vai chegar agora a tarde, vai ficar no mesmo hotel que eu, talvez eu cuide dele para você.

Gena sendo Gena como sempre. Ouço outra voz.

- Obrigada por vir Gena, ela vai ficar muito feliz por saber que os amigos vieram de tão longe para vê-la.

A escuridão começa a me puxar novamente, tento lutar para poder ouvir o que estão dizendo, mas não consigo.

Sinto algo segurar minha mão, esse toque é bom, um beijo é deixado nela.

- Sra. Vitoria será que eu poderia ficar a sós com Alessandra?

- Claro querido, vou aproveitar para tomar um café enquanto está aqui.

- Alessandra, fala comigo por favor. Você está ai? - Estro em pânico, Bernardo está aqui, ele veio de tão longe para me ver? A quanto tempo estou dormindo e sem me mexer?- Eu sei que está ai, ouço os batimentos do seu coração, só pra saber eles se alteraram assim que eu te toquei. - Silêncio. - Sabe de uma coisa, eu nunca tive tanta certeza do meu amor por você como quando recebi a notícia de seu acidente, eu enlouqueci. Volte pra mim, eu preciso tanto de você.

Tento abrir meus olhos e por fim eles se abrem, mas a claridade me faz os fechar rapidamente.

- Ei, pode abrir fiz sombra na luz para você.

Abro novamente os olhos e dou de cara com um Bernardo com a barba para fazer, está ainda mais lindo, seu semblante de preocupado.

- Está tudo bem? - Faço que sim devagar com a cabeça.- Quer que eu chame uma enfermeira? - Faço que não.- Ai meu Deus como é bom te ver acordada.- Seus lábios tocam minha testa. - Senti muito sua falta, mais do que a dos últimos anos. Consegue falar? - Tento abrir a boca, mas ela se nega a emitir alguém som.- Tudo bem, descanse não precisa se esforçar.