=Pov's Rafael=
Enquanto dirigia meu Fiesta vermelho, adorava me gabar de ter esse carro, percebi que Merlim adormeceu a um tempo e como amigo de infância confirmo que os roncos não mudaram nada mesmo dezessete anos e ele sempre com aquele olho meio aberto que causava agonia em mim ou a qualquer outra pessoa da família dele.
Não demorou muito até chegarmos na casa da família dele e eu ter que pensar em como acordá-lo, pelo que me lembro isso era meio difícil de se fazer sem deixar ele irritado ou fazer ele acordar assustado e principalmente com esses problemas da clínica psiquiátrica então só dei um tapinha na perna dele
- Mer, chegamos. E aí, vai conseguir olhar pra cara deles?
Parece que ele acordou mas não prestou atenção, virando só sua cabeça em minha direção e coçando o olho, pelo jeito não tivera um descanso desses a tempos acompanhado das músicas irritantes tocadas nas rádios mas que sinceramente ele não parecia querer se queixar ou até mesmo acordar o que sempre achei irritante nele, e também meio especial, era que nunca importava com nada ele sempre era bom de guardar tudo para si mesmo, xingamentos que recebia ou xingamentos na ponta de sua língua, sentimentos tristes ou felizes que nunca demonstrava a qualquer um.
- Hum.- ele falou como se fosse a única coisa que poderia falar e logo abriu os olhos- já chegamos ?
Eu simplesmente assenti com a cabeça e apontei pra janela do passageiro, ele demorou um pouco e olhou surpreso falando um pouco surpreso :
- Nossa, pensei que iriamo- eles iriam mudar de casa. - Merlim ao travar com tal palavra parecia que não se sentia mais como membro da família Álves- Será que eles estão em casa?
- Espero que sim
Na minha opinião era só questão de tempo pra ele se distanciar da família dele ou até mesmo de mim, ele já estava abrindo a porta do carro quando alguém grita meu nome e o de Merlim, era o meio irmão dele Diego que estava na rua, cheio de sacolas de mercado na mão se eu não me engano ele era dez anos mais velho Merlim, nós dois saímos rápido do carro e ele larga as sacolas no chão, sai correndo e abraça o Merlim na minha frente e solta uma das frases que sempre falava para Merlim:
- Suave na nave....
- Beleza na represa e tranquilo como esquilo- completa Merlim ainda com aquele sorriso de quando saio da Clínica Psiquiátrica -Não da pra acreditar que você ainda se lembra disso Diego, vê se cresce.
- Ei não fala isso por que eu não posso dar de irmão mais velho e falar "Cresce você "- Respondeu ele enquanto bagunça o cabelo do Merlim- Você cresceu muito
Somente agora que percebi o quão alto ele ficará, mesmo ele sendo mais velho eu sempre tinha vários centímetros a mais que ele mas agora parece que é ao contrário ele deve estar com 1,80 metros como o tio dele, bem eu e ele sempre fomos grandes assim não sei por quê.
Diego abriu o portão da casa e todos nós entramos, a casa mudou bastante desde minha última visita imagina pro Merlim então que não botava os pés lá a anos, eu estava sorrindo muito por ver como a casa estava bonita e espero que o Merlim esteja pensando " Tudo isso só pra minha volta?" pois dava pra perceber que tudo aquilo era pra comemorar pois a mesa estava coberta por fotos dele, virei o rosto para poder sorrir junto a Merlim mas seu rosto só estava mostrando o meu melhor amigo coberto de lágrimas, ele se sentou no sofá e fechou os olhos e depois de um tempo ele abriu um sorriso de novo e claro que Daniel abriu a boca para atrapalhar "sem querer" o momento :
- Os pais não estão em casa, mas deixaram um presente que na verdade todos colaboraram- Diz ele apontando pra uma caixinha- Já vou dizendo que foi o Rafael que achou.
Merlim levantou animado e secando suas lágrimas e tentando esconder aquele sorriso que sempre achei bonito mas que ele sempre detestou, foi a mesa onde estava a caixinha e a abrirá e encontrou uma chave no qual ele guardou na caixinha e não conteve o sorriso dessa vez e claro que eu fiz o favor de esclarecer, não da forma que eu queria, o presente tão pequeno mas que fizera Merlim sorrir :
- Parabéns por ter seu primeiro apartamento Mer.
Ele me abraçou e eu sorri um pouco já que não achava que aquilo seria o suficiente pra melhorar a situação em que "eu" estava colocando meu amigo de infância que não via a tanto tempo que se eu não tivesse um laço tão grande com ele já teria me esquecido seu nome, rosto, os sons extremamentes estranhos enquanto dormia e aquele seu sorriso que depois de tanto tempo na clínica seria impossível pra mim mantê-lo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caçador de ceifadores
ParanormalUm garoto considerado louco por ver o cruel destino que todos vamos tomar um dia. Talvez pra ele fazer isso seja nobre mas para o mundo é uma verdadeira afronta as leis da natureza