CAPÍTULO- 01

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Eu estava em uma mesa no Starbucks esperando meu pedido chegar enquanto Candice não dava as caras. Esperar, odiava isso, era como se o tempo nunca passasse e isso me deixava ainda mais nervosa.

Olhei para a janela do meu lado esquerdo, as ruas de New Jersey estavam muito movimentadas, tanto que eu poderia compara-las com as de Los Angeles quando acontecem as premiaçãos do Oscar.

Estamos no meio do verão, muitas crianças e jovens circulavam nas ruas por conta das férias. O calor estava mais forte a cada dia, eu particularmente prefiro o inverno, pois não há muito barulho pra se ouvir. Também não se vê famílias caminhando felizes com seus filhos.

Candice era e é minha melhor amiga, nós nos conhecemos desde que eu me entendo por gente. Ela é mais do que uma amiga, é uma irmã. Sempre esteve ao meu lado, nos momentos bons e nos ruins, quando minha vida se tornou um inferno, Can me ajudou, devo minha vida à ela.

Porém ela sempre achava um jeito de me irritar.

Eu iria mata-lá por me fazer ficar aqui à esperando igual uma idiota sem nenhum aviso de chegada da mesma.

Fui tirada dos meus pensamentos com uma certa loira nada feliz parada em minha frente.

-Achei que tivessemos marcado às dez e meia?-reclamei da demora.

-Bom dia pra você também flor-do-dia- ironizou -O que pediu pra mim? -perguntou enquanto pegava algo em sua bolsa.

-Um chá gelado- observei ela tirar uma pasta e colocar em cima da mesa- O que é isso? -perguntei ainda olhando a tal pasta cinza.

-Isso é todas as listas de adotados do mês de dezembro em todo o território de New York- meu sangue percorreu minha veia como se eu tivesse participado de uma maratona, aquilo era música para os meus ouvidos.

-Meu Deus! -foi a única coisa que consigui dizer antes de percorrer meus olhos pelas páginas.

Ler foi isso o que fiz com duzentas páginas seguidas, atentamente à cada linha, cada palavra. Não me importei com mais nada, só queria encontrar uma folha que continha todas as descrições do meu bebê.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei assim, estava desesperada demais pra notar isso. Dentro de mim havia uma batalha de sentimentos acontecendo, desde ansiedade há nervosismo.

-Neens...- ela se pronunciou me fazendo olha-lá - eu já revirei essa pasta de cima à baixo, como as outras- pegou em minha mão que estava em meio as folhas e meu coração temeu o que ela iria me dizer - Seu menino não está nessas  listas, como não esteve nas outras, eu não sei o que dizer.

-Como assim não está! - quase gritei, mais uma vez eu não obtive resposta sobre o paradeiro dele. Minha dor no peito só aumentou -Meu Thomas, meu bebê foi tirado de mim pelos meus PAIS, recém nascido, sem eu amenos te-lo visto uma única vez e foi adotado. Como não há um maldito registro que mostra pra onde ele foi levado, Candice? - exasperei.

-Nina, por Deus! Nós estamos procurando há meses em todas as instituições e orfanatos do país - eu não poderia me dar por vencida, era do meu filho que estávamos falando - Eu... eu sinto muito.

-Não -neguei com a cabeça - Eu me recuso Candice, eu vou encontrar ele mesmo que eu o procure pelos próximos cem anos.

-Se o Ian estivesse aqui quando tudo começou - lamentou -Tudo tinha sido diferente.

-Nunca mais repita o nome dele na minha frente outra vez- à repreendi - Ele morreu pra mim no momento em entrou naquele maldito avião, você sabe muito bem, estava lá comigo quando ele virou as costas pra mim.

-Eu sei, eu sei -pareceu cansada - Mas ele é o pai do Thomas, estamos sozinhas nisso, perdidas. Se Ian soubesse que tem um filho e que ele está sumido, moveria montanhas para o encontrar.

-Eu prefiro morrer à ir atrás dele pedir sua ajuda - admiti -O mesmo vale para os meus pais, especialmente meu pai.

-Você tem razão - concordou, terminou o conteúdo do copo que até então eu não fazia idéia que tinha chegado e levantou - Eu tenho uma aula que começa daqui à vinte minutos, Joseph vai me levar - apontou para um carro preto estacionado ao lado da loja, onde um loiro alto de braços cruzados estava encostado - promete que vai ficar bem? - chamou minha atenção.

-Prometo! - dei o meu melhor sorriso falso me pondo de pé.

-Amo você- me abraçou.

-Também te amo- retribui sentindo aquela sensação de paz.

Encerramos o abraço com um sorriso e caminhamos até a saída do estabelecimento. Assim que colocamos os pés na calçada Candice se virou pra mim sorridente.

-Como estou? Acha que ele vai gostar? -olhou pra si mesma, com as mãos de cada lado do corpo e com um sorriso de orelha à orelha.

Era bom vê-la assim feliz, ela era uma pessoa maravilhosa, com um coração gigantesco e muito bondosa. Mas quem vê a Can de hoje não imagina que ela já sofreu muito com desilusões amorosas.

Joseph tava fazendo um bem danado à minha amiga.

-Está maravilhosa, Ele vai pirar amiga -sorri observando à loira de vestido azul curto, uma bota preta e uma bolsa também da mesma cor.

-Ah eu te amo tanto Neens - deu pulinhos e me abraçou uma última vez antes de ir em direção ao namorado.

Dei risada dos meus pensamentos, Candice sendo Candice.

Estava caminhando quando sinto meu celular vibrar no bolso da minha calça. Era meu irmão Steven.

        "Cheguei, cadê vc Nina?"11:45.

        " Não se preocupe, estou à caminho" 11:47.

Pequei um táxi e praticamente voei para o hotel. Em menos de dez minutos já estava na porta do quarto esperando ele abrir. Ouço o barulho da fechadura seguido pela porta sendo aberta, Steven me dá passagem para entrar e assim faço. Já na sala do recinto paro e olho pra ele, após faço uma vasculha com o olhar à procura de alguma mala ou seja lá qual coisa se guarda documentos.

-Então onde está? -pergunto me referindo aos papéis que comprovam meu parto pelo Dr. Walsh.

-As provas contra o papai desapareceram ontem por isso eu marquei de te encontrar - ele caminhou até mim e parou na minha frente.

-COMO DESAPARECERAM STEVEN? COMO ME FALA! -minhas mãos foram para os dois lados da minha cabeça, não, de novo não - Anda, me fala como você conseguiu perder à única coisa que me faz estar perto de encontrar meu filho? -me agarrei desesperada à ele.

-Calma, Por favor! Me deixa terminar- tentou me tranquilizar pegando em minhas mãos -Eu achei um pen drive na sala daquele monstro, ele tem todos os detalhes desde há sua entrada no hospital, ao parto e o papai levando meu sobrinho pra fora do prédio.

-Sério?! -eu não conseguia acreditar, eu agora sorria incrédula- Por Deus, jura que está falando há verdade? -ele sorriu.

-Juro! - ele me puxou, nós sentamos na beira da cama -Tem uma enfermeira obstetra que esteve lá, ela viu tudo e me disse que irá fazer de tudo pra nos ajudar a encontrar nosso Thomas - eu chorei como nunca antes, era a melhor notícia que eu poderia ouvir,  senti seus braços ao meu redor num Abraço e me permiti chorar.

Mandei uma mensagem pra Candice explicando tudo e logo ela me ligou tendo à mesma reação. Eu teria meu filho custe o que custar.

Espero que tenham gostado, vcs vão entender o que aconteceu com à vida da Nina a partir do próximo capítulo, até mais.

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⏰ Última atualização: Aug 21, 2018 ⏰

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