oneshot

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A deusa da minha rua 
Tem os olhos onde a lua 
Costuma se embriagar 
Nos seus olhos eu suponho 
Que o sol, num dourado sonho 
Vai claridade buscar 
Minha rua é sem graça, mas quando por ela passa 
Seu vulto que me seduz 
A ruazinha modesta 
É uma paisagem de festa 
É uma cascata de luz 
Na rua uma poça d'água 
Espelho da minha mágoa 
Transporta o céu 
Para o chão 
Tal qual o chão de minha vida 
A minh'alma comovida, o meu pobre coração 

Kiba pegou a caneca de café quente pelo lado errado, queimando a mão com toda a pressa. Ele não podia se atrasar. Já eram quase nove da noite, ele correu pra perto da janela da frente de sua casa e ficou esperando.

Alguns minutos...

Lá estava ele.

Inuzuka tinha um alarme específico para aquele momento. As nove da noite, toda noite, lá estava ele. Kiba não o perdia por uma só noite, desde que havia se mudado para aquela rua. Seu vizinho, de terno e gravata, e óculos escuros - por quê nunca tirava eles? Kiba tinha certeza de que eram olhos lindos - passava. Ele não o conhecia, não sabia sequer seu nome, mas era seu vizinho da frente, então se se atrasasse, ele entrava em casa e o show estava acabado.
Kiba tinha uma teoria: a de que o rapaz era advogado. Era meio clichê, mas era só o que ele imaginava. A não ser que fosse, talvez, policial, mas o rapaz nunca o vira com armas ou algo parecido. Fora que o outro era sempre muito sério.
Era uma teoria furada... Mas Kiba sabia de uma coisa: o desconhecido tinha namorada.

Estava naquela casa por três semanas, e quase todas as quintas e sábados, uma moça alta, pálida e de cabelos longos acompanhava seu admirado secreto. Kiba não conhecia ela, também, mas Akamaru sempre latia quando ela aparecia, esse traíra. Inuzuka nunca entenderia o motivo de seu cachorro gostar tanto da moça que atrapalhava a vida amorosa dele. Mas, de qualquer forma, naquele sábado ele prometera a Naruto que teriam uma noite de jogos. Virou todo o café de vez e sua garganta não gostou nada disso, e foi terminar de preparar o espaço para o amigo folgado que estaria chegando.

Naruto com certeza estaria cansado, tanto ele quanto nosso protagonista, e ambos tinham certeza de que haviam escolhido o curso errado, mas no último ano nenhum iria desistir. Nem seus amigos - e namorado, pra Naruto - deixariam. Kiba riu lembrando de Sakura, que estava sempre batendo em todos e dizendo que era um "estímulo" , e lembrou que ela é quem tinha direito de reclamar. O curso de Medicina certamente era mais puxado do que o de Cinema, que faziam juntos. Se bem que Ino e ela estavam sempre lindas, diferente dos outros dois. A maior surpresa, na verdade, era Shikamaru estudar Direito, mas desconfiavam (tinham plena certeza) que tinha o dedo de Temari naquilo.

Akamaru latiu, era Naruto.

***

O amor é filme 
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama 
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica 
Da felicidade, da dúvida e da dor de barriga 
É drama, aventura, mentira, comédia é romântica 
Um belo dia a gente acorda e hum 
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois 
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem 
Agora o que vem depois 
É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimento 
E o mundo todo vira nós dois 
Dois corações bandidos 
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento 
O Zoom in dá ré e sobem os créditos 
O amor é filme, e Deus espectador! 

O amor é filmeOnde histórias criam vida. Descubra agora