Capítulo Quatro

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CAPÍTULO QUATRO

Leon

_ Que tipo de idiota coloca uma exigência dessas num contrato nupcial? _ Júlia cerrou os dentes jogando o contrato nupcial em cima de mim sob os olhares estupefatos do meu trio de advogados particulares. Eles estavam horrorizados porque ninguém ousava falar comigo de forma tão desrespeitosa. Nunca! Já passava das onze e estávamos presos no meu escritório desde as oito da manhã repassando ponto por ponto por insistência e implicância dela. A cláusula que causou o seu furor era uma que estabelecia que como minha esposa contratada me daria prazer sempre que fosse solicitada por mim. Era uma coisa simples, não precisava tanto alarde.

_ Senhores, me deem licença um instante. _ pedi sem desviar os olhos dela que havia levantado pronta para a briga. Eu quase ri da sua expressão ultrajada se eu não estivesse tão puto. _ você parece gostar de me desafiar na frente de meus funcionários. Por acaso esqueceu o que aconteceu da última vez? _ minha voz não se alterou, mas ela enrubesceu. _ si, cara, você lembra não é? _ meu sorriso foi cruel. Ela precisava saber o seu lugar e jamais ultrapassar a linha novamente. _ Você será minha pelo período de um ano e vai fazer tudo que eu quiser na cama e fora dela. Nós dois sabemos que não será sacrifício nenhum para você ir para a minha cama. A química entre nós ainda é perfeita. _ fiz uma pausa. _ mas talvez eu não a procure tanto, afinal doze meses é um tempo muito longo e devo avisá-la de que nenhuma mulher manteve meu interesse por tanto tempo. Meu desejo por você é temporário como tudo nessa situação. Você para mim é apenas um corpo gostoso que quero foder até tirar isso do meu sistema. _ Júlia empalideceu com as últimas palavras. Fui duro, eu sei, mas não havia a menor possibilidade de um relacionamento com ela. Agora era a hora de colocar tudo em pratos limpos. _ há outra coisa que precisa saber. _ ela me olhou de queixo levantado, já recuperada, os olhos de esmeralda soltando faíscas. _ nós já estamos praticamente casados.

_ Como assim? _ sua voz saiu cortante.

_ Os documentos foram preparados com data retroativa. Para todos os efeitos nos casamos há mais de um ano no Rio de Janeiro, nos desentendemos pouco tempo depois e você fugiu. A procurei e a trouxe para Ardócia, onde se espera que seja o lugar da minha mulher. _ informei calmo.

_ Deus! Por que isso? Esse tipo de coisa pode mesmo ser feita? _ ela quis saber, mas logo depois riu sarcástica. _ não para pessoas normais. Mas para vossa alteza real tudo é possível. _ completou com desprezo pelo meu título. Que mulherzinha irritante. Ela era a única que não caía a meus pés pelo meu título. Desafiando-me, desrespeitando-me o tempo todo. Eu simplesmente sorri. Ela bufou e disse em seguida: _ ótimo! É até melhor assim sem festas extravagantes, sem nobres arrogantes me avaliando. Onde eu assino?

_ Quem disse que não haverá festa? _ o rosto dela caiu de novo. _ meu tio ficou chateado por eu ter me casado em segredo e longe de meu povo. Em ardócia os casamentos reais são tradição. As comemorações duram dias.

_ O que exatamente está me dizendo Leon?

_ Faremos um baile no sábado. Uma coisa mais íntima apenas para o parlamento e algo em torno de trezentos convidados. _ ela arregalou os olhos.

_ Trezentos convidados não se encaixam na definição de íntimo que conheço. _ disse entre dentes.

_ Já disse, meu tio, o rei é muito apegado às tradições e faz questão de nos apresentar como o novo casal real numa cerimônia oficial. Não posso e não vou contrariá-lo.  _ meu tom de voz não deixou margem para novos argumentos. Ela deu um suspiro resignado e virou-se em direção à porta. _ Ah, e Júlia? _ chamei.

_ O que? _ me fulminou por cima do ombro.

_ Eu quero você a partir de hoje todas as noites na minha cama. _ os olhos dela se alargaram de ultraje, mas também nítido desejo. _ Ciao Perla mia. _ ela não disse nada, apenas saiu com as costas muito eretas.

PRÍNCIPE DA VINGANÇA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora