Uma semana depois do ocorrido com os cartazes de mal gosto, voltei a escola.
Eu literalmente estava mal, devia ter me matado quando estava em casa.
Cheguei na escola e todos me olharam com suas caras de nojo, tentei não ligar para isso, mas é praticamente impossível. Entrei na sala e percebi que havia um aluno novo, fiquei olhando enquanto ele lia um livro, ele percebeu que eu o encarava e disse:
- Olá, sou novo por aqui, cheguei ontem! E você?
Respondi:
- Olá, estudo aqui á uns meses! Qual seu nome?
- Augustus e o seu?
- Vallentina
Um silêncio nada agradável se instalou, então ele perguntou:
- Posso sentar-se perto de você?
- Não sei, eles podem te odiar também -falei com os olhos começando a encher de lágrimas
- Por que me odiariam sem me conhecer?
- Porque é assim aqui, todos me odeiam! Eu não tenho amigos, sempre ando sozinha!
- Então agora você me tem! Sou seu mais novo e único amigo, não ligo para oque pensarem! Gostei de você
- Obrigado - falei com um pouco de timidez
Ao lado dele a aula passou rápido, até que foi mais interessante, mesmo todos os outros alunos rindo de nós e falando mal.
Não me importei com isso, e acho que ele também não..
Faltando 20 minutos para irmos embora ele falou:
- É.. Eu.. Posso ir com você hoje? Desculpe-me é... eu ainda não conheço tudo aqui, queria saber se você poderia me mostrar um pouco da cidade... por favor?
- Claro rsrs - respondi rindo
A aula acabou e saimos juntos, andamos por todas as ruas, levei ele até no prédio do suicídio, ele achou muito legal o prédio e teve a ideia de fazer daquele o "nosso lugar", um local para podermos passar o tempo. Eu adorei a ideia, até porquê eu já passo bastante tempo lá.
Após sairmos do prédio, levei Augustos até o cemitério, ficamos sentados no gramado próximo aos túmulos, conversando, falamos sobre tudo, ele me contou sobre toda sua vida, e eu fiz o mesmo.
Anoiteceu, e começou a ficar frio, Augustos se ofereceu para me acompanhar até em casa, mas inveitei a desculpa de que ligaria para Klaus vir me buscar, ele não acreditou muito, mas mesmo assim decidiu ir.
Andando pela estrada praticamente deserta, comecei a escutar alguns sons vindos da floresta, tentei não me importar, mas foi praticamente impossível. De repende senti um ar frio passar pelo meu corpo, e ouvi um sussuro, olhei para trás e quase desmaiei, uma mulher totalmente ensanguentada estava vindo em minha direção, ela estava à uma certa altura do chão. Comecei a correr, quando cheguei em casa tudo se acalmou, tomei um banho e fui me deitar, não conseguia dormir, fiquei a maior parte da noite pensando naquele espectro, "o que ela queria me dizer?" Pensei.
Começou a chover forte, raios não paravam de cair e trovões de barulhar, relâmpagos iluminavam meu quarto. Fui começando a sentir sono até que dormi.
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Os Porquês
Teen FictionVou contar a vocês sobre minha vida, ou melhor, porque ela acabou. Meu nome é Vallentina, tenho 15 anos e uma longa história de dor e sofrimento...