seventeen

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— O que aconteceu? — perguntou quando a garota atendeu a porta.

— Por favor, entre.

— O que está acontecendo, Lili? — perguntou novamente.

— Eu realmente preciso da sua ajuda.

— Eu estou aqui. — sorriu.

Lili fez sinal para que o garoto a seguisse e assim ele fez.

— Por que está parado aí? Pode entrar. — ela falou.

— Aprendi desde cedo que quando é para entrar no quarto de uma garota você sempre deve esperar que ela o convide para isso.

— Isso é lindo. Aprendeu com sua mãe?

— Aprendi lendo um livro. — sorriu. — Posso entrar?

— Sim, você pode. — sorriu.

— Precisa da minha ajuda pra que? — perguntou parado no canto do quarto.

— Pra isso. — a garota tirou a caixa de dentro de seu guarda roupa.

— O que é isso?

— Lembranças, mágoas... Tudo o que eu preciso me livrar.

— Quer minha ajuda pra isso?

— Eu não consigo sozinha.

— Você consegue. Você é capaz de conseguir tudo, Lili.

— Eu sei disso... Mas, pode me ajudar nisso?

— Com prazer. — sorri.

Os dois se sentaram no chão de frente um para o outro e a grande caixa estava entre eles.

— Quer que eu abra? — perguntou.

— Eu consigo. — sorriu.

Lili abriu a caixa e dentro dela havia tantas coisas que Cole não sabia por onde começar.

— Esse ursinho... — o tirou da caixa. — Ele me deu quando completamos um mês de namoro.

— Saco de lixo?

— Absolutamente saco de lixo. — sorriu.

Cole estava sentado com um saco de lixo nas mãos esperando que cada coisa daquela caixa fosse parar naquele destino, o lixo.

— Eu poderia perder meu tempo lendo todas essas cartas..

— Ficaríamos aqui por anos. — a cortou.

— Yeah! — riu. — Ficaríamos. Mas..

— Saco de lixo?

— Sim, por favor. — começou chorar.

Cole fechou a caixa com tudo dentro, exceto o ursinho que já estava no saco de lixo e se aproximou da garota.

— Tudo bem se eu te abraçar?

Ela balançou a cabeça dando sua permissão.

— Está tudo bem, Lili. Eu sei que dói. Eu sei que dói quando a gente descobre que quem amamos é na verdade um desconhecido. Está tudo bem se você não quiser jogar tudo agora. Está tudo bem se você guardar coisas até o fim da sua vida.

— Está?

— Sim, Lili. Está. — sorriu. — Tudo o que está dentro desta caixa é uma parte da sua história, uma parte de quem você é, de quem você se tornou, seria egoísmo te pedir para jogar tudo fora se você não estiver pronta.

— Eu quero jogar.

— Eu sei. Eu sei que quer.

— Por que dói tanto, Cole?

— Porque foi amor. O amor sempre dói.

— O nosso vai doer? Eu não quero que doa.

— Eu não sei, Lili... Eu espero que o nosso dure, mesmo que por alguma razão algum dia venha doer, eu espero que dure.

— O que eu faço com essa caixa?

— O que você quiser.

— Eu quero jogar.

— Acho que você deveria ler antes de jogar.

— Iríamos ficar aqui por anos, não!?

— Não tem problema.

A garota sorriu.

— Você se importa...?

— Vou ficar na sala. — ele sorriu e beijou a testa da garota.

Após Cole sair do quarto, Lili leu carta por carta e várias várias literalmente várias lágrimas caíram do rosto da garota.
No fundo, ela estava se sentindo tão aliviada que não conseguia conter o sorriso.

— Adeus, Mike. — pensou alto com as lágrimas rolando.

Lili finalmente se livrou de tudo o que estava dentro daquela caixa, mas, na verdade ela finalmente se livrou de toda mágoa e toda dor.

Quando amarrou o saco de lixo com tudo lá dentro, incluindo a caixa ela soltou um sorriso tão maravilhoso que com certeza Cole gostaria de ter registrado isso.

**

— Eu não acredito. — riu quando viu que o garoto adormeceu no sofá.

Ela caminhou até o rapaz e até pensou em acordá-lo, mas quando olhou no relógio que estava na parede sua sala notou que já passava das 3:00AM

— Oh! — se assustou. — Demorei mesmo lendo. — riu sozinha.

Ela foi até seu quarto pegou um cobertor para o garoto, pois a noite estava fria e voltou até a sala para cobri-lo.

— Durma bem, stalker boy.

photograph II ➸ cole sprouse [TERMINADA] Onde histórias criam vida. Descubra agora