The Seed; About insanity and cherry blossoms

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Fanfiction anteriormente postada no social spirit.




"Isso é ridículo." SungJin bradava em sua língua nativa para o rapaz de cabelos alaranjados sentado a sua frente, cuja a expressão abatida era de causar pena.

"Sim, eu sei que é ridículo. Tenho total consciência de que soo patético toda vez que esse assunto vem á tona" O rapaz replica, também em coreano. "Mas o que posso fazer? Assim como não escolhi me apaixonar por ele, não cabe á mim parar de me sentir assim. Eu não controlo o que sinto Hyung. Você deveria tentar entender isso e pelo menos me dar um pouco de apoio."

"Você pode até não ser capaz de controlar o que sente, mas poderia fazer algo para mudar a situação, procurar outro alguém, sabe?" O moreno suspira em um estado de total frustração. Não era a primeira vez que conversava sobre isso com o melhor amigo, e provavelmente estava longe de ser a última. Era difícil para o jovem rapaz observar YoungHyun morrer aos poucos a cada dia que se passava, tendo seu coração partido a cada segundo que gastava nutrindo aquele amor unilateral, tão destrutivo e avassalador quanto uma catástrofe natural. "Mas sabe por que você não o faz? Porque tem esperança de algo que nunca vai acontecer. Você prefere ficar se torturando, dilatando expectativas, do que admitir a realidade e procurar alguém que te ame como você merece. Jae é hétero, Young. É ridículo continuar alimen..."

"Cara, já disse o quanto eu odeio quando vocês começam a falar coreano na minha frente?" JaeHyung entra no quarto e caminha até o guarda roupas, tirando de lá uma de suas típicas camisetas xadrez. "Eu não entendo nada do que vocês falam. É frustrante sabem? Estamos no Canadá, falem inglês, merda!" Veste a camiseta e se joga na cama junto aos colegas de apartamento.

"Estamos elaborando seu assassinato, Jae. Não podemos falar em inglês porque se não, você vai acabar sabendo de todos os detalhes do nosso crime perfeito." SungJin diz ao mais velho em inglês, para que pudesse compreender o que estava falando.

Apesar do nome, JaeHyung não tinha nada de coreano. Não havia nascido no país, não sabia seu idioma, odiava quando seus colegas de apartamento o chamavam de qualquer um de seus pronomes de tratamento tradicionais aos quais achava tão complicado. Apenas era descendente de coreanos; nunca ao menos havia visitado a Coréia, apesar de ter conhecido vários outros países do mundo. E era por esse motivo, que seus dois companheiros de apartamento começavam a falar em coreano quando tinham conversas sobre o amor platônico e unilateral alimentado por YoungHyun, uma vez que a barreira linguística tornava a tarefa de manter tudo aquilo em segredo um milhão de vezes mais fácil.

Jae revira os olhos. "Bem, terão que planejar meu assassinato outra hora, porque hoje vocês irão sair comigo. Não aceito um não como resposta."

"Hoje realmente não dá. Tenho que ficar estudando, amanhã tenho teste de antropologia¹ " SungJin responde após estalar a língua. JaeHyung dá de ombros mostrando uma expressão um tanto quanto desapontada. Talvez soubesse que aquela era só mais uma das desculpas esfarrapadas que o Park dava para não sair de casa em plena sexta-feira a noite.

"Bem, pelo menos Brian virá comigo, não é mesmo?"  Ele encara YoungHyun, que se sentia num beco sem saída. Se saísse com o mais velho, teria Jinnie em seu ouvido, repetindo as mesmas verdades dolorosas de mais cedo, e se não fosse, perderia a oportunidade de talvez repetir o que havia acontecido há seis meses atrás, numa das primeiras vezes em que saiu pra beber com JaeHyung.

Insane. ; Day6Onde histórias criam vida. Descubra agora