Ainda na briga...
- Phoebe... Eu.. - Minha mãe tentava vir me parar enquanto eu revirava o escritório do meu pai procurando a ficha de Robert. - Nós só fizemos isso pra sua segurança...
- Segurança? - Eu jogava uma caixa cheia de arquivos encima da mesinha. - Isso não é segurança, isso é abusar do controle. Se você quiser ligar pro papai, fique a vontade... Parece que ele vai ter que participar da conversa também.
Quando eu tinha 9 anos, eu trouxe um amigo para brincar comigo. Meu pai encheu o garoto de perguntas do tipo "com o que seu pai trabalha?", "as economias da sua casa estão indo bem?", o garoto nunca mais olhou na minha cara.
Aos 12, minha mãe atrapalhou uma tarde no cinema com Scarlet por achar que eu estava fazendo ensaio fotográfico pra uma revista de lingerie.
Todas as pessoas (sem exceção) que eu trouxe ou que já tentaram se aproximar de mim, ganharam um arquivo na pasta "SERES HUMANOS QUE NÃO PODEM CHEGAR PERTO DE PHOEBE GREY" do meu pai. Eu já estava cansada disso! Eu tinha 15 anos e vivia mais acorrentada que uma criança de 4.
Eu tentava achar o nome de Robert no meio dos arquivos com "R", mas parecia que era impossível. Se bem que... meu pai não seria tão tolo de deixar isso aqui em casa.
- Seus irmãos vão chegar daqui a pouco, vai realmente querer que eles te vêem assim? - Eu queria jogar aquelas pastas encima da minha mãe e perguntar o porque ela tinha que ser igual ao meu pai, às vezes.
- Eles não vão me ver assim. Eu vou encontrar com meu pai! - Eu passava por ela e seguia para o meu quarto, batendo a porta logo em seguida.
Na empresa...
Antes de chegar na porta do escritório do meu pai, ele já abria a porta, e pela sua cara, ou minha mãe tinha contado a ele, ou ele sentiu meu humor quando eu cheguei.
- Entre. - Ele dizia sério e me dava espaço para passar.
Eu quase não ia no seu escritório, sempre preferi ficar no da minha mãe, batendo papo com Hannah ou qualquer pessoa que estivesse sem fazer nada no momento. Mas todas as vezes que eu ia, aquilo tinha o mesmo ar de conforto de sempre.
Uma foto em que todos os Grey's se encontravam unidos e felizes estava em sua mesa, e, por alguns minutos, eu só queria abraça - lo e chorar de raiva.
- Já soube do que aconteceu, sua mãe me ligou. - Eu me assentava na cadeira a frente da sua. Ele pegou um envelope em um dos seus armários e me entregou, ficando na minha frente e se apoiando na mesa. - Essa é a ficha de Robert.
Eu abria aquele envelope. Nome, a data, o hospital, e hora de nascimento, parentes próximos, lugares onde já morou e até algumas fotos, inclusive uma foto minha com ele... Tudo estava ali. Aposto que tinha coisas ali que nem o próprio Rob sabia sobre si. Mas essa não era a reação que eu estava esperando vindo do meu pai.
- Sabe, se você quiser gritar comigo, é melhor gritar agora. - Eu jogava o envelope em sua mesa. - Eu já ouvi o suficiente hoje.
- E vai ouvir o tanto que for necessário, Phoebe. - Ele dizia frio. O Christian Grey Pai tinha saído e o Christian Grey Empresário tinha entrado. - Desde quando suas aulas começaram, você tem andado diferente, porque você está assim? - Ele arqueava uma sobrancelha e eu fazia o mesmo. - Deu uma festa com bebida sem me avisar, entrou no quarto proibido. O que mais você fez e eu não sei? - Dei uma risada irônica, tirei minha bolsa do meu colo e joguei na cadeira ao meu lado.
- Pensei que o fato de você ter comprado a escola que eu estudo fosse o suficiente. - Ele apertava a beira da mesa de forma que seus dedos ficavam brancos. - E você quer saber de uma coisa? Eu entrei no quarto proibido, sim! Dei uma festa escondido, sim! Porque se eu fosse esperar pela sua permissão, eu viraria pó.
- Eu não te deixo fazer certas coisas por querer o seu bem... - Ele respondia.
- Você não quer o meu bem, você quer me controlar, igual você controla meus irmãos e minha mãe. - Eu revirava os olhos. Ele passava a mão na barba e ia para sua cadeira.
Ele pegava uma fotografia nossa de sua mesa e ficava olhando por alguns minutos.
- Quando sua mãe me contou que estava grávida de uma menina, meu coração parou... - Ele estava se abrindo para mim em uma hora dessas? - Eu não estava pronto. - Ele olhava pra mim e dava um sorriso triste.
- Pai...
- Eu sempre tentei cuidar de todos, porque eu sabia que muitos queriam ter a família e o conforto que eu tinha, e que continuo tendo. - Ele ia chorar? - A gravidez da sua mãe foi complicada. Não sabíamos como você ia ser, se iria ser igual a mim, igual a ela ou uma mistura. Mas, quando eu te peguei pela primeira vez no colo, eu soube que você teria muito de mim. Na realidade, você tem muito de mim.
Quando ele parou para tomar um copo d'água, eu já me desabava em lágrimas. Eu não podia culpar meus pais, eles eram minha vida. O meu começo e o meu fim.
- E, eu sinto muito se eu não sei me controlar. Se, eu fiz você ver o que tem naquele bendito quarto, ou, te fiz pensar que ser minha filha era um fardo. Mas, quando eu brigo com Teddy, eu sei que ele vai sempre vai se desculpar, não porque ele é controlado, mas porque ele é igual a sua mãe. E, quando eu brigo com você, eu nunca sei se você está magoada ou com raiva, porque nós somos iguais... - Ele limpava algumas lágrimas no canto dos olhos.
- Eu não estou magoada ou com raiva de vocês, pai. Eu só estou... confusa. Vocês me prometeram que não iriam interferir nas minhas amizades, me prometeram não interferir na minha vida escolar, e olha onde estamos... - Eu fungava e me levantava da cadeira. - Pai, eu estou crescendo. Você se lembra o que você falava pra mim quando eu tinha minhas crises de sonambulismo?
- Não. - Ele parecia se culpar por isso.
- Que você estava lá comigo. E eu sempre me acalmava. Até que chegou uma época em que eu conseguia me acalmar sozinha, porque eu já tinha experiência. - Peguei minha bolsa e coloquei novamente. - Um dia, eu vou ter experiência pra saber o que é bom ou ruim pra mim, sem você ter que fazer uma pesquisa sobre isso.
Ele continuava estático. Fui até ele e o dei um beijo no rosto, sentindo uma lágrima cair. Peguei o envelope e fui em direção a porta.
- Te encontro em casa... - Eu dizia antes de abrir a porta.
- Até mais tarde, querida. - Ele falava baixinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Phoebe Grey | 50SOG.
Fanfiction''Nosso objetivo é satisfazer.'' 50SOG characters x oc's PLÁGIO É CRIME! ...