77º paper

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[capitulo dedicado à NandaJureg porque ela foi um amorzinho ao pedir esse capítulo. Obrigada por ler e gostar da história!]

Dessa vez o poema tinha título, escrito à mão com caneta de tinta dourada e perfeitamente centralizado naquela folha amarelada.

"Sobre Van Gogh"

"Houve uma época
Em que
Tudo o que eu mais desejei
Foi ter sido amiga
Do Van Gogh

Sentar em um lugar qualquer
Tomar uma xícara de chá
E compartilhar histórias
Sentimentos
Desejos.

Olhar pra ele e dizer
Que eu o entendo
E que tudo bem
Ser louco
Se a nossa loucura
Nos faz feliz mais uma vez.

Poder contar-lhe
Que
Assim como ele
Eu tenho um pouco de girassol

Que durante um tempo
Eu fui como os pescadores
Que ele uma vez descreveu:
Eu sabia que era perigoso
Que a tormenta seria terrível
Mas ainda assim me alcei ao mar
Que era (a)mar alguém

Que assim como ele
Eu não tenho certeza de nada
Mas me encontro
Eternamente fascinada
Pela visão das estrelas.

E que
À minha maneira
Eu também pinto,
Não tão belo
Quanto ele
Mas com tanto sentimento
Quanto.

Mas creio
Que ele não gostaria de saber
Como estou hoje
Após me afogar naquele (a)mar
E viver tão atormentada por isso
Ao ponto de nem sequer
Voltar a ver as estrelas
E deixar meus girassóis
Morrerem pouco a pouco
Na escuridão que me consome."

- Perdão, Van Gogh, eu matei nossos girassóis.

E eu passei a mão pelo desenho permanente em minha pele... Então ela gosta de Van Gogh!?

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