Sombras se espreitam em meio as árvores do bosque deste reino fantástico, enquanto está passando o que parece de fato ser a cavalaria real, o que não é comum de se ver. Isso é sinal de que estão trazendo uma mensagem importante, caso o contrário, por que estariam passando numa parte tão pouco habitada? Continuei sobre as sombras perseguindo-os. Ao mesmo tempo, os dois garotos atrapalhados observavam, estes definitivamente estavam no lugar errado, na hora errada.
— Esconda-se!
— Parece que não estamos sozinhos aqui. Que ironia.
— É. Você acha que eles são bandidos? Parece que estão perseguindo essa cavalaria que está passando.
— Exatamente. Se não quer ser assaltado como eles certamente serão, melhor darmos o fora. Eu que não fico aqui, cara.
— Shiiiiiu, agora não, Beldin. Abaixe-se.
Ronto, o mais novo, no entanto mais maduro, pedia silêncio. Ele sabia que qualquer movimento colocaria suas vidas em risco, mesmo sendo eles aventureiros acostumados a lidar com o perigo, ou pelo menos se julgavam ser.
— Onde está Ray a essa hora? – pergunta Beldin. - Inclusive combinamos de nos encontrarmos os três aqui. — Disse cochichando para o amigo.
— Humpf, Rayne não é tão melhor que nós dois. Podemos nos virar sozinhos sem sermos salvos, além disso, sou mais velho que Ray. – Diz Ronto.
— Idade não quer dizer nada, seu invejoso. – Brinca o outro.
Enquanto os dois estavam distraídos, os ladrões finalmente mostraram as caras, pularam do meio das árvores na frente da cavalaria real, fazendo não só os homens como também os cavalos entrarem em pânico. Eles os fizeram entregar os poucos pertences e alimentos que estavam carregando.
Nesse momento, viu-se uma flecha vinda de longe penetrar a sacola com as coisas roubadas fazendo esta voar das mãos do ladrão e ir parar presa a uma árvore. Os ladrões e os cavaleiros ficaram pasmos.
Encarando claramente aquela cavalaria puxei meu capuz e me aproximei pulando habilidosamente por entre as árvores, trazendo comigo um arco-e-flecha.
— Por favor não nos mates, senhor... e-estamos de saída! - O gatuno implorava assustado.
— Matar... eu não sou um assassino. Não sou como vocês. – Respondo num tom superior.
Nisso, todo o grupo de ladrões saiu correndo para bem longe. A cavalaria real nesse momento já havia fugido segura, nem mesmo recuperaram os pertences e nem agradeceram.
— Uau, Ray é demais, cara! Sempre nos salvando de nossas enrascadas. – Elogia Ronto.
— Também sei usar arco-e-flecha. – Retruca Beldin cruzando os braços.
— Você não é tão bom nisso quanto Ray, seu elfo.
Ronto era mais alto que Beldin e os dois estavam sempre se retrucando.
— Eu não sou um... não me chame assim, seu gordo!
— Ei, não vão discutir agora. – Digo retirando meu tirou capuz, diferente do que os ladrões pensaram, eu não se tratava de um homem, e sim de uma menina.
— Muito obrigado, sem você estaríamos lascados. Sempre digo que você não é só um rostinho bonito. – Elogia Ronto.
— Nunca mecham com os amigos da princesa do arco-e-flecha. – Brinca o outro moreno.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Atrás da Coroa
Historical FictionDuas garotas completamente diferentes possuem o mesmo objetivo, salvar o reino. Com toda a desordem, nada irá as parar nem que para isso as vejam como rebeldes.