Capítulo 7

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Umas duas horas deitada ouvindo a música e o barulho da pistola me fizeram voltar ao passado, ao lugar exato onde passei por tantas situações, mas que hoje não tem arrependimento de minha parte em qualquer âmbito da vida. Estava com os pensamentos tão longe, que apenas senti a Ale tocando meu braço chamando meu nome.

- Duda por hoje pronto.

Ale me disse enquanto limpava as coisas. Vesti minha blusa e percebi que Luan estava no mesmo canto.

- Está tudo bem Luan?

- Não sei.

- Como assim?

- Não consigo acreditar que depois de tudo que ouviu, ainda saiu comigo.

- De quanto era a aposta?

- Cinquenta reais.

- Agora... quem pagou a conta? Quanto foi o jantar?

Perguntei segurando o riso junto com as meninas, enquanto ele lembrava.

- Os meninos que pagaram. O jantar ficou em torno de cento e noventa e sete reais.

- Quanto cada um te deu por o jantar?

- Trinta reais cada, mais a minha parte.

- Ok, então são quatro rapazes cada um a trinta que dá cento e vinte reais. Não é isso?

- Sim.

- Como ainda irão te pagar, você tem cento e cinquenta. Só que você ainda vai tirar a despesa, por quê só a garrafa de Arak custa cento e quarenta e três. Agora vamos analisar seu lucro! Ao todo você tinha duzentos e setenta reais, mas teve uma despesa de cento e noventa e sete mais os vinte e cinco do Uber que você vai chamar por que bebeu, com isso, seu lucro é de apenas quarenta e oito reais. Então te pergunto: Quem ganhou com a aposta?

- Puta merda! Ainda não tinha feito as contas. Mas, ao que parece não fomos nós.

Diz sem graça.

- Você usufruiu da aposta, mas quem ganhou foi nós. Por quê? Simples, nos bebemos a garrafa de Arak, ganhei o jantar de graça e somos quatro meninas para dividir um Uber que vai nos cobrar vinte reais, já que só andamos com ele. Entendeu o motivo de ter aceitado?

- Agora sim. Você me fez gastar todo o dinheiro apostado e pelo que entendi, ainda mostrou que gosta de tatuagem.

Disse enquanto levantava, se lamentando por a perda.

- Exatamente. Espero que tenha aprendido a lição.

Avisei pegando o celular e digitando o número para o Luccas vir nos pegar.

- Concerteza aprendi. Tchau meninas.

Disse abrindo a porta e indo embora. O Luccas atendeu no segundo toque.

- Alô?

Atendeu animado.

- Oi Luccas! É a Eduarda, a de mais cedo.

- Há! Oi, tudo bem?

- Tudo sim, então você pode vir me pegar com umas amigas?

- Claro, me passa o endereço.

- Na avenida ******. Consegue chegar em quanto tempo?

- Vinte minutos estou aí.

- Obrigada.

Disse e desliguei, vendo as meninas já animada por causa da bebida.

- Prepare uma para mim.

Pedi rindo da situação delas, pois estão em um nível médio de embriaguez. A Danny me passou a bebida já falando.

- Então Duda, que tal aquele barzinho lá perto do apê?

- Parece legal, vamos?

Falei virando a dose.

- Então partiu barzinho meninas.

Danny gritou distribuindo bebidas para nos, em vinte minutos o Luccas chegou e nos já tínhamos bebido mais da metade da garrafa. Saimos todas animadas em direção ao carro, e do nada vi dois Luccas abrindo a porta, e comecei a rir.

- Duda sua malandra, onde você conheceu esses deuses?

Ale falou parando perto deles.

- Ele me buscou hoje. Tinha um negócio importante para resolver.

Falei rindo.

- Então, me passa o contato dele e do irmão.

Falou chegando próximo a porta do carro, ao qual eles a mantinha aberta rindo de alguma coisa.

- Só tenho o dele, mas vou pedir o do irmão também.

Disse próximo a eles, com as meninas no banco de trás do carro.

- Duda linda, onde que vocês moram?

Perguntou enquanto entrava e fechava a porta.

- Nós vamos em um barzinho, você e seu irmão estão convidados a vir com a gente.

A Danny disse toda feliz.

- Meninas meu irmão está trabalhando hoje também, não será possível. E acho melhor vocês irem para casa, me diz onde é?

- Nós sabemos que seu irmão está trabalhando. Ele tá sentado aí com você.

Ale falou e começamos a rir da expressão que ele fez.

- Definitivamente vocês estão bêbadas.

Quase perfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora