Doce Amor

Doce Segredo

Passei três semanas tentando conversar com o Neji, mas todos os nossos encontros foram desastrosos, ele sempre proferindo palavras duras e ofensas. Não tiro a razão dele, afinal, eu fui um canalha e imprudente. Magoei uma pessoa por motivos estúpidos e egoístas, não devia ter o usado em minha vingança mesquinha, mas toda essa rejeição está começando a me fazer mal, por isso resolvi me afastar, entretanto, isso não teve o efeito que eu pensei teria e isso está deixando meus irmãos mais preocupados que o normal.

Na tentativa de acalmar os ânimos dos dois aceitando sair com eles para almoçar, com muito esforço consegui engolir a comida que pedi e passei o resto do dia com eles. Voltei sozinho para casa, quando estava na porta do meu apartamento que notei a presença do Neji, ele parecia embriagado.

– Neji? – chamei hesitante.

– Iiiiih... Olhem que está aqui! – sua voz saiu embaralhada.

– Você está bem cara? – questionei preocupado com o estado deplorável que ele se encontrava.

– E por que não estaria?

– Bom, você está caindo de bêbado.

– Ah, isso... Não é nada – Neji falou tropeçando-nos próprios pés, mas eu o segurei. – E por que você está se importando? Há semanas que você está me evitando e nem ao menos olha na minha cara. Você não se importa.

– Cadê o Sasuke?

– Não sei onde está aquele puto – informou com a voz embolada.

– Vem, você não consegue nem abrir a porta e não está em condições de ficar sozinho.

– Eu não quero ficar perto de você – resmungou irritado.

Não dei ouvidos às suas reclamações, como ele já estava em meus braços, o levei para o meu apartamento, joguei o Neji no sofá assim que passei pela porta, ele se remexeu resmungando algo incompreensível, suspirei cansado daquela situação, fui buscar um lençol para ele e quando voltei o Hyuuga já tinha dormido. Tirei seus sapatos, ele estava deitado todo torto então tentei acomoda-lo no sofá para que ele ficasse mais confortável, joguei o lençol por cima dele, depois fui para meu quarto. Tomei um banho relaxante e deitei na minha cama pelado mesmo. As suas palavras estavam girando na minha cabeça, ele precisava saber a verdade sobre mim, só assim vai entender o porquê estou me mantendo longe.

Acordei com o barulho do despertador, quase não dormi a noite, meus pensamentos, dúvidas e medos gritando no meu ouvido pedindo que eu conte a verdade para o Neji, mas não quero ele me olhando com pena, ou que me ache um fraco, ou sofrer algum tipo de preconceito vindo dele. É sempre assim quando sabem a verdade!

Sentei na cama e senti meu corpo reclamar, quando levantei fui atingido por uma forte vertigem, o que me obrigou a senta novamente. Não estou comendo direito há dias, ontem só almocei, meu corpo está sentindo os efeitos da minha falta de apetite. Fiquei alguns minutos sentado esperando a tontura passar, quando me senti melhor caminhei lentamente para o banheiro, tomei aquele banho bem demorado, vesti uma roupa confortável e sai do cômodo. Neji ainda dormia na sala, então fui preparar um café, assim que ficou pronto, servi em duas canecas e voltei para sala.

Acordei o Neji, ele soltou um muxoxo e sentou-se, entreguei o café e um comprimido para dor de cabeça, sentei ao lado dele, ficamos calados por quase cinco minutos.

– Você está certo – quebrei o silêncio entre a gente, eu não conseguia encara-lo. – Eu realmente estou te evitando, mas o motivo está errado.

– Qual o motivo?

– Eu estou em crise.

– Não compreendo. Você tem me evitado por que está passando por algum tipo de crise? – Neji indagou irritado.