-Não tenho condições de dar início a um tratamento do qual nem mesmo um diagnóstico tenho!- Ele disse agitando suas mãos no ar para ilustrar sua incapacidade diante do fato de que era terapeuta e não psiquiátra.
-Você viu o que aconteceu aqui hoje.- Ele continuou com sua voz passiva porém, angústiada, - e me diz, o que pode ter desencadeado aquela. . . crise de ansiedade naquela garota?
-Estive conversando agora mesmo com os pais dela,-Victor respondeu sentando se em uma cadeira, - com a mãe dela, que não me disse nada de relevante. E você, o que acha da paciente?
- É difícil dizer. - Respondeu Michael já mais calmo e tentando conter até mesmo uma risadinha ao acrescentar, - Uma vez que você está fazendo sozinho, todo o trabalho que só uma equipe deveria desenvolver, não é? - Ele terminou por cruzar os braços na frente do corpo.
-Ah, sobre isso. . . Então, não temos equipe. Hã, somos só eu e você. - Disse Victor sorrindo também ao mesmo tempo em que Michael admitia já ter imaginado.
-E eu posso saber porque você foi dizer ao pai da garota que. . .
- Aquilo não foi nada Michael. - Victor o interrompeu. - É sério, eu poderia ter dito que o próprio Satanás estava vindo busca la que eu lhe asseguro, Patrick não teria dado a menor importância.
-Misericórdia!- Exclamou Michael olhando para o relógio, sua voz agora passando para um outro plano enquanto ele pensava em voz alta :
-Eles perderam muito tempo. E muito do que poderia ter sido feito está perdido. Pois, nenhum dos que se dizem importar está disposto. . .
-E então. . .?- Victor estalou os dedos na frente de Michael o fazendo imergir de suas reflexões.
-Eu ti ajudo .
-Graças a Deus! -disse o doutor recostado se na cadeira parecendo estar mesmo muito aliviado. Michael sorriu. E levantou se ao dar uma última olhada no relógio.
-Não vai ser fácil. -Ele admitiu quando apertou a mão do amigo, -Mas nada nunca foi, não é?
- Nós estaremos te esperando pela manhã, ok?
-. . .
- Até amanhã Michael! E obrigado. mesmo.
--♡/-----♡/-----♡/-----♡/--
Um longo corredor que terminava a esquerda na última porta. Ao atravessa lo, Michael encontrava se no quarto onde uma luz iluminava de modo especial todos os objetos, que organizados e bem dispostos em fileiras, realmente faziam juz ao termo (TOC ) Transtorno Obsessivo Compulsivo, ao qual ele havia feito rápida menção desde a última vez em que estivera ali, a quase 24 horas.
Victor o havia comunicado de que era imprescindível e realmente necessária a sua presença durante a terceira seção de quimioterapia da paciente, que contrariando todas as expectativas o recebeu com a maior das alegrias.
- Ela gosta de você. - Disse Renee. Fazia algum tempo que reparava nos sorrisos e na postura afável que a filha assumia, sempre que Michael estava por perto.
- Ou talvez esteja apenas sob o efeito de alguns medicamentos muito fortes, não é? -Michael piscou para a mulher com um ar divertido não reconhecendo em Beatriz, nada além de um comportamento aleatório de alguém que por ter sentido enjôo durante toda aquela tarde, não resistiria a um abraço que fosse, por mais contrariada que estivesse.
- Não. Estou falando sério! -Renee insistiu, - Beatriz fala de você o tempo todo. Ou será que é do Michael Jackson que ela fala? . . .-Renee terminou por se perguntar franzindo a testa, num claro gesto de confusão o que fez o doutor Michael sorrir.
E sorrir com mais entusiasmo ainda, quando ao deitar a sua paciente na cama sentiu que uma de suas mãos o tocava de leve no rosto. Não tinha sido nada demais, apenas um incidente. Então, por que ele se sentira tão abalado? se ela havia apenas deslizado despretensiosa e vagarosamente os dedos por entre o seu cabelo, que desalinhado se precipitava para a frente. . .
Ele a contemplou dormindo por alguns breves instantes antes de também lhe tocar no rosto, quando percebeu que uma mecha de seu cabelo já não se prendia junto ao couro cabeludo, mas desprenderasse por completo quando ele levantou a mão. E na altura dos olhos, Renee começou a chorar ao ver a cena que sabia que não tardaria há ver, mas que mesmo assim, ainda não se sentia pronta para ter visto!
Michael também teria chorado não fosse Beatriz tê lo chamado pelo nome, então ele mais que rapidamente guardou aquilo em seu bolso.
- Oi! O que você quer? - perguntou ele pronto a atender qualquer que fosse a sua vontade só para vê la sorrir.
- Mj está doente? - Ela perguntou sem ter noção alguma de toda a apreensão que a sercava.
- Não minha querida. Quer dizer, ele sofreu algumas queimaduras durante uma apresentação . . . Mas vai ficar bem!- ele insistiu então apertando a no ombro ao ver que tentava se levantar, - O que você quer?
-Água!
- Pode deixar que eu pego pra você.- Disse Renee automaticamente alcançando a porta. Ao sair deu a Michael a mais nítida impressão de não se importar muito com o fato de a filha ter realmente dito o que queria ao invés de ter segurado a mão dele e ter levado até algum copo por exemplo, como era de se esperar que o fizesse.
Michael queria poder sentir raiva dela, dela e de todo mundo que passara a insinuar qualquer coisa sobre ele e Beatriz, que segundo eles, "Não daria certo. " Que aquela garota que ali sentada riscando um papel atrás do outro, não tinha qualquer sentimento, "E você sabe! "
Michael suspirou refletindo naquelas vozes que sobrepunham se em sua mente de maneira honissiente tomando um lugar na cama ao lado de Beatriz e realmente, ela parecia que nem mesmo o via ali.
Quando então, de repente, tomada por desconhecida alegria, sorria e lhe mostrava tudo o que já tinha feito.
- Não é porque não demonstra que não senti. -Era como Michael sempre dizia e mais uma vez repetiria até convencer a todos de quê assim o fosse.
- Será que eu posso desenhar agora? - Ele perguntou estendendo a mão, mas ao invés de pegar o lápis, segurou o pulso da garota imaginando que a resposta seria :
-Não, não. Você não pode não Michael! -Disse Beatriz, então inclinando se para trás como se o peso do seu corpo na direção contrária pudesse fazê lo desistir e solta la.
- Você vai cair! - Michael exclamou horrorizado só de pensar na possibilidade. Beatriz deslizara apenas mais alguns sentimetros quando ele resolveu apertar com mais força em suas veias, que obscurecidas pela quimio pareciam endurecidas, finas. . .
Michael a puxou de volta com firmeza. Apertou seus braços em volta dela como se para certificar se de que nada havia realmente acontecido. Poi se ainda a lhe acariciar os cabelos esquecido de que não podia da raíz as pontas. . .
Beatriz não se preocupava com isso. Não entendia porque ele fazia essas coisas. Porque a sua voz parecia um sussurro fraco em comparação com a respiração muito acelerada dele, que não lhe era de todo uma sensação ruim. Era apenas, intenso. . . Mesmo assim, a sua garganta seca a obrigava a reclamar e mais uma vez tentar se levantar.
- Água. - Era o que ela pedia.
Ao mesmo tempo em que ele já fechando os olhos lhe dizia,
- A sua mãe volta logo.
Acabou por dormir ali mesmo e do jeito em que estava, "Ele e a Paciente Preferida ", como todos no hospital passaram a comentar.Renee ao retornar enfim com aquele copo d'água, do qual havia se auto encarregado de trazer, ao entrar, aproximou se para ver de perto. Tentando se possível não voltar a chorar, imaginando se Beatriz havia sido afinal, acometida por qualquer outra crise de estímulos. . . -Em geral, era exatamente como todos pensavam sempre que os viam abraçados mas. . . dormindo juntos? Essa era nova.
E Renee não conseguiu se decidir se isso era bom ou ruim. Contudo, passou a noite ali, atenta, pensando no que de mais extraordinário ainda poderia acontecer se por ali mesmo não ficasse e também dormisse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A autista e Eu
FanfictionHi, girls! Então, espero que estejam familiarizadas com a abreviação, TEA. Pois, estou determinada a escrever sobre isso, e também sobre MJ, - é claro. E falando nele, vocês ja pararam pra pensar que Michael Jackson era tão instável, que mais trans...