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Quando pegamos a rodovia, ainda nevava. Não caía tanta neve quanto caíra de noite, mas ainda assim precisamos seguir com atenção na estrada. Horas mais cedo havia passado um caminhão retirando a neve do caminho, o que nos atrasou um pouco. Mas não estávamos com pressa para chegar a Holmes Chapel.

— Quer que eu aumente o aquecedor? — Ouvi Harry dizer ao meu lado.

Estava difícil encontrar uma posição confortável no banco do carro por causa da minha barriga, eu sentia frio e tentava me encolher ao máximo sob o cobertor grosso que Harry jogara sobre mim.

— Por favor — murmurei, ainda procurando uma posição melhor.

Depois de muito tentar, fiquei meio de lado e deitei mais o banco. Agora eu me encontrava de frente para Harry, admirando o quão sexy ele era no volante. Ele tinha a expressão concentrada, o cenho franzido e mandíbula contraída. Os lábios róseos estavam brilhantes por causa do gloss, e os cabelos desalinhados. De onde eu me encontrava, parecia que seus braços estavam mais tonificados, maiores. Num todo, era uma belíssima visão a se contemplar.

— Louis.

— Uh — respondi, mesmo que ainda estivesse perdido em pensamentos enquanto o olhava dirigir.

— Está me olhando com aquela cara — acusou com um olhar rápido para mim, sorrindo.

— Que cara? — pisquei para afastar os pensamentos, fazendo-me de desentendido.

— Não faz isso — ele resmunga quando me pega mordendo o lábio.

— O que eu fiz?

Ele negou com a cabeça e deu um riso nasal, mas ainda sorria enquanto esticava a mão para ligar o rádio. Eu ri e pisquei algumas vezes, sentindo o sono começar a se espalhar pelo meu corpo.

— Posso ligar o rádio ou você quer dormir?

— Liga, mas deixa baixinho — me aconcheguei melhor sob o grosso cobertor —, talvez eu consiga dormir.

Era melhor mesmo que eu tentasse dormir um pouco, quem sabe assim minhas olheiras horríveis amenizassem o suficiente para não assustar minha sogra. A maquiagem que Harry passara em meu rosto não havia feito milagre, apenas dera uma leve disfarçada.

Normalmente de Londres a Holmes Chapel levaria em torno de três horas e meia, mas pela quantidade de neve no caminho e pela quantidade de vezes que tivemos que parar para eu poder ir ao banheiro, nossa viagem levara cinco horas.

Havia dormido menos ainda do que dormira de noite, e claro, o banco de um carro não era o melhor lugar para um gestante entrando nos nove meses.

Quando adentramos Holmes, eu estava completamente travado numa mesma posição. O travesseiro que achei que ajudaria minha coluna na longa viagem, parecia ter me arruinado ainda mais.

Harry batucava os dedos alegremente no volante, cantarolando com a música baixa do rádio enquanto eu olhava através da janela a pequena cidade coberta de neve. A maioria das casas seguiam um estilo padrão, mesma fachada, mesmo tamanho e as mesas cores. Eram poucas as coisas que diferenciavam-nas. Precisava ser morador da pequena cidade para não confundi-las e bater na porta errada.

Passamos pela praça principal e a igreja no centro da cidade. Mais algumas ruas e estaríamos estacionando na frente da casa onde Harry crescera.

— Você está bem? — Perguntou Harry após perceber minha dispersão a paisagem.

— Se tirarmos o fato de que eu estou travado nesse assento e que estou morrendo de fome, então sim, sinto-me perfeitamente bem — uso sarcasmo para respondê-lo.

you're no good alone • l.s. | mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora