Capítulo 2

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    Desci para tomar café e a minha mãe começou a me fitar com os olhos desde que eu estava no início da escada até o fim, eu sabia que ela estava brava por causa do horário ou pelo menos era o que eu achava.

   Pedi licença e me sentei, nenhuma palavra trocada entre nenhum dos três apenas olhares sombrios, eu sabia que o Mike não sabia de nada porque ele sempre comia feito um retardado olhando para o prato, apenas pensando em terminar e quando seria a próxima soneca.

   Eu sabia que algo tinha acontecido, a mamãe nunca me olhou assim, era um olhar desconhecido, um olhar frio, um olhar vazio, pensativo.

   Acabei de tomar café e subi, fui para o meu quarto e abri o notebook, comecei a pesquisar coisas aleatórias, até que resolvo entrar no instagram e acabo stalkeando a mamãe. Nunca fui a fundo e hoje nem percebi que passei 30 minutos stalkeando a minha própria mãe, até que...Avistei uma foto dela com a minha avó materna que eu só vi uma vez na vida quando eu tinha 8 anos, foi a partir daí que eu comecei a me interessar pelo passado da minha mãe, até hoje ninguém sabia o paradeiro da vovó, nunca via as minhas tias nem tios, não sabia de nada sobre a minha família materna e eu agora, por incrível que pareça queria muito saber.

  Fui para o quarto da mamãe, ainda dava para sentir a presença do meu pai nele e por isso eu ia para lá sempre que precisava pensar ou quando eu estava triste, eu ficava com o Mike as vezes olhando fotos do papai lá e eu nunca pensei no que encontraria naquele lugar.

  Cartas, eu encontrei CARTAS, estava em uma gaveta cujo a chave eu sabia onde estava, embaixo da gaveta, típico de quem não sabe esconder as coisas, mamãe sempre foi ruim nisso, abri a gaveta e peguei metade das cartas e às levei para o meu quarto, a Sr.Mads com certeza não sentiria falta, até porque estavam empoeiradas, como se estivesse meses ali sem ninguém abrir aquela gaveta para nada.

  Cheguei no meu quarto e...

-Katherine? Mana?

-Oi Mike.

-Eu estava sozinho e resolvi vir aqui, sabe como gosto da sua companhia.

-É, a gente se conecta mesmo.

-Kkk, as vezes eu tenho vontade de matar aqueles babacas.

-Isso não importa muito agora, tenho uma coisa pra te mostrar.

-O que?

-Nem eu sei o que é, acho que mais um segredo da família.

-Você sabe o que eu acho sobre suspenses...

-Mas me promete uma coisa.

-Am..

-Não conta pra mamãe tá?

-Tudo bem.

-Eu encontrei umas cartas no quarto dela, mas ainda não abri e pensei que podiamos ver juntos.

-E onde estão?

-Bem aqui.

  Peguei as cartas e comecei a abir e a ler uma por uma. Eram dos meus tios, queriam conhecer-nos mas minha mãe nunca os respondia, parecia que nem sequer sabiam o nosso endereço e isso com certeza não é normal, foi aí que tivemos uma grande ideia para podermos nos aprofundar mais, o Mike topou me ajudar e pediu para que uma das amigas de minha mãe  levasse ela para "dar uma volta" e que chegasse bem tarde, pois queríamos fazer uma surpresa de acordo com o que o Mike inventou.

-Que história é essa de surpresa? Agora a gente vai ter que fazer uma de verdade.

-Amanhã é aniversário da mamãe esqueceu? Apenas me aproveitei da data.

-Nossa, eu nem me lembrava mais, afinal ela nunca comemora.

  Minha mãe simplesmente odiava aniversários, especialmente o seu, no máximo íamos ao shopping ou a praia, sempre perguntava para ela porque ela não fazia uma festa mas ela sempre fugia do assunto.

-Mike, a mamãe vai odiar isso.

-É, eu sei.

Caso (não) EncerradoOnde histórias criam vida. Descubra agora