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Arabella

"Por que você não sai daí e vem aqui?
Pode invadir, pode chegar, pode ficar
No meu quarto, no meu abraço apertado
Duvido que cê vai querer ir embora, não apavora
Depois do amor, a gente vai fazendo hora
E eu não aguento mais, eu não aguento mais"

As aulas enfim tinham terminado, juntei minhas coisas e como sempre sou a última a sair.

Acabo derrubando todos os meus papéis, e quando junto tudo dou de cara com quem menos queria.

Estão de brincadeira comigo, só pode!

- O que está fazendo aqui?

- Não é da sua conta!

- Você está na minha faculdade, e seu horário já terminou!

- Não ligo!

Ia saindo antes dele me puxar pelo braço e me beijar, mas um beijo tão cheio de paixão que eu não consegui não retribuir. Ele enfiou delicadamente os dedos dele no meu cabelo e sua outra mão alisava minha bochecha.

Paramos o beijo por falta de fôlego, e eu paralisia naquele olhar. Algo nele mexeu dentro de mim, e eu não queria descobrir o que.

- Por que você fez isso?

- Eu precisava.

Ficamos assim por um tempo, agarradinhos e eu só estava ali. É como se todo meu ódio por ele tivesse acabado por um momento, olho no relógio e vejo que já passa das 19h.

- Meu ônibus! Eu vou ter que ir a pé. - digo aborrecida.

- Eu te levo.

- Depois de fazer eu perder o ônibus não é?

- Uhum. - me dá mais um beijo e segura na minha mão.

Por um milagre os corredores da faculdade estavam vazios, até por que fomos por um caminho que quase não passa ninguém.

Entramos no carro dele, e por um destino, toca Ao vivo e em cores e eu começo a cantar, logo em seguida ele entra no embalo.

Depois disso sorrimos um para o outro. O que havia acontecido?

- Quantos anos você tem? - ele pergunta.

- 20.

- Tenho 28, acho que já sou coroa. - Diz e começa a rir.

- O coroa mais lindo que já vi. - digo e ele olha pra mim, dando um sorriso, me pegando pelo queixo e me dando um beijo.

- O que você fez comigo garota?

- O mesmo que você está fazendo comigo.

Logo ele estaciona o carro e não reconheço a casa.

- Acho que erramos de caminho.

- Na realidade eu não te disse meu endereço.

- Então me diz logo minha marrenta, preciso te deixar em casa.

Passo tudo certinho e vamos.

O caminho era ainda mais longo, e eu pude aproveitar esse tempo pra perguntar sobre ele.

- Bem... Você tem filhos? - digo

- Não, e você?

- Também não.

- O que você mais gosta de fazer no tempo livre? - ele diz.

- Passear, ver filmes, comer azeitona. - digo bem aleatórias.

- meu deus, quem gosta de azeitona?

- Eu ué

- Detesto azeitona, pior coisa que há inventaram.

Conversamos muito até que chegamos na minha casa.

- É... Você quer entrar?

- Posso?

- Claro que sim, geralmente não tem ninguém em casa de noite.

Ele sai do carro e o tranca, seguro sua mão e entramos em casa, jogo minha mochila no sofá e ele fica um pouco desconfortável.

- Casa grande.

- Sim, é, moro com meus pais, e tenho um irmão que está estudando na Nova Zelândia eu acho.

- Tenho 4 irmãs.

- Nossa! Devo imaginar o sufoco que você passa com 4 mulheres.

- Me acostumei a acordar com a cara cheia de maquiagem já. - diz e rir.

- Nossa! sério?

- Uhum. - diz e se aproxima de mim.

Me beija sem malícia nenhuma, só curtindo aquele momento comigo.

- Preciso ir tomar banho. - digo

- E eu preciso ir para casa.

- tudo bem, mas espera. Toma meu número, quando chegar me manda mensagem. - digo e vou pegar um papelzinho e anoto meu número, dou um beijo em sua bochecha e ele sorri.

- Que tal amanhã a gente jantar juntos?

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