Harry suspirou uma última vez, inalando o cheiro doce e agradável do cabelo do rapaz que ainda o abraçava.
O detetive deu um passo para trás, segurando a mão de Louis e o puxando consigo em direção ao sofá, mas não sem antes tirar dos ombros do policial a mochila que ele carregava com algumas peças de roupa, considerando que passaria a noite ali, como de costume.
— Você está bem? — perguntou Louis um tanto confuso enquanto Harry deixava sua mochila no sofá menor. Só então ele tinha reparado o cenho franzido e a testa enrugada do mais alto que denunciavam o quão tenso e preocupado ele estava.
O outro deu de ombros e finalmente se sentou, fazendo com que Louis se aproximasse e fizesse o mesmo.
Nada foi dito por alguns minutos. Harry estava olhando para frente, para a parede branca e mal piscava, estando totalmente entregue aos seus pensamentos, independente de quais fossem. Já Louis optou por ficar calado, não sabia o dizer.
O rapaz se virou no estofado, ficando de frente para Harry e com a cabeça apoiada no encosto do sofá, não perdendo nem mesmo um piscar do homem à sua frente.
O detetive suspirou e se rendeu aos olhares que recebia de Louis e fez o mesmo, se virando de frente para ele e deitando sua cabeça naquela superfície fofinha.
— Eu posso confiar em você, não é?
Louis estranhou a pergunta, claro. Mas ainda assim assentiu e sorriu pequeno para Harry, pegando a mão dele, a deixando entre as suas enquanto acariciava a pele um tanto gelada do detetive com seu polegar.
— Claro que pode, Harry — respondeu.
O cacheado assentiu e suspirou outra vez, fechando seus olhos em seguida.
— Você se lembra que, na primeira vez que saímos eu te disse no restaurante que esse assassino filho da puta só podia ser um psicopata?
— Sim, eu lembro — disse Louis sem entender muito bem o que Harry pretendia dizer com aquilo.
— Você sabe as características de um psicopata? — questionou ao abrir suas pálpebras e dar de cara com o oceano profundamente azul que o rapaz carregava em seus olhos. Louis apenas assentiu, não deixando de acariciar a mão de Harry em momento algum. — Me diga essas características, Lou. Por favor.
Para Harry, ouvir alguém dizer em voz alta poderia ajudá-lo a pensar. Quando namorava com Cole e estava perdido em algum caso, pedia para o rapaz fazer a mesma coisa. E na maioria das vezes, os pensamentos de Harry iam clareando conforme ele ouvia parte de suas próprias conclusões em voz alta.
— Um psicopata é frio — começou ele sem pressa, dando seu melhor para não atrapalhar ainda mais o detetive. — Tem um desvio de caráter e não tem sentimentos, sequer os entende. São insensíveis e tem total falta de empatia. Também são manipuladores, narcisistas, vazios de remorso ou culpa, são bastante egocêntricos e muito, muito inteligentes.
— Inteligentes — sussurrou Harry a última palavra. — Eles cometem erros, Lou?
— Raramente, eu acho.
— Erros grandes?
— Acho que não — respondeu de forma sincera. — Só algumas migalhas, acredito eu.
— Mandar para uma lavanderia peças de roupa ensanguentadas é um erro grande?
Louis parou de acariciar a mão de Harry por um momento, incapaz de entender o rumo que aquela conversa tomou.
— Harry? — chamou ele, baixinho. Usando um tom de voz suficiente para atrair a atenção do detetive que já não o encarava mais. Harry tinha o olhar perdido. — O que você quer dizer com isso?
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Deadly Lovers | L.S. |
FanfictionPadrões e frequências, essas são as características principais de um assassino em série, mas não deste. Quando um serial killer está matando todos os casais de Londres, sem cometer nenhum erro, o detetive Styles e o policial Tomlinson são encarrega...