habits

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Renjun usa a ponta dos dedos para afastar a caneta dos lábios de Jaemin, delicadamente, e quase sem perceber.

A mania de Na de mastigar materiais de escritório já não o incomoda como antes, mas o hábito de tirar coisas da boca do mais novo permanece intacto em seu sistema nervoso. Coisas de gente que se conhece faz tanto tempo que meio que já se fundiu um no outro.

— Isso é nojento, Jaemin, — disse, limpando os dedos na camisa alheia. A tampa da caneta estava destruída, e os olhos do menino, longe. — você vai acabar tendo uma infecção estomacal.

Jaemin se vira para ele e sorri, todo dentes brancos e olhos doces. O cabelo cor-de-mel cai ligeiramente sobre os olhos; Renjun reprime o impulso de puxa-los ainda mais pra baixo — o olhar dele é sempre meio difícil de lidar. Ainda mais quando ele sorri desse jeito.

Mas, de repente, ele fica sério. Os olhos escurecem um tom e desviam para o lado, como se ele não conseguisse lidar com o olhar de Renjun. Suspirando, pergunta:

— Jun, você acredita em finais felizes?

O coração para por um instante, e Renjun se vê encarando a tampinha mordida da caneta. Acha que não é capaz de olhar para ele agora, e sabe que ele também não está olhando para si.

Esses momentos constrangedores acontecem com muita frequência desde que as férias começaram. Os olhares de Jaemin se tornaram ainda mais sinceros, como se o outro fosse a única coisa que ele podia ver, e o coração de Renjun pegou a mania de pular varias batidas de uma vez sempre que o pegava encarando. São amigos desde sempre, esse tipo de coisa não devia ser um incômodo.

Mas era. Porque Renjun sabia muito bem o motivo, e se recusava em dizê-lo em voz alta. Tinha medo demais de tudo o que eles tinham acabar.

— Não, — respondeu, alcançando a tampinha e girando-a levemente. — por que?

— Porque eu acredito. — Jaemin disse, puxando o outro de leve para perto, pelo pulso onde o bracelete de amizade dos dois sempre ficava.

E, então, num surto de coragem, o beijou. Um toque leve de lábios doces e meio manchados de tinta, com os cílios longos fazendo cócegas nas bochechas altas de Huang Renjun, que só conseguia pensar em uma palavra: finalmente.

「(*^ω^*)」

boa madrugada renmin eh real

(𝑒𝑛)𝑓𝑖𝑚Onde histórias criam vida. Descubra agora