Capitulo 7

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A semana inteira seguiu assim, acordava ia pra escola, fazia a prova e vinha embora, o Pedro não apareceu mais, Rafaella não fala mais comigo e só vive com aquela menina, eu e minha mãe trocávamos poucas palavras, Bruno sempre fala comigo, ele apareceu em casa umas três vezes essa semana, ele é doidinho, mas é um ótimo amigo, esbarrei diversas vezes com o tal André, o professor de Ed. Física, as vezes acho que ele faz de propósito, Fernanda vive no morro agora desfilando do lado do Renan, poucas vezes ela vem trocar uma palavra comigo em casa, e se vem é coisa rápida, Renato me ligou mas eu disse que não iria mais a agência, e ele como sempre puxou papo, quis saber o por que, onde eu moro, e tudo mais, mas eu não diria, e com muito custo consegui desligar o telefone, Renan nunca mais me atormentou, e fico feliz com isso, é bom ver que ele e Fernanda estão bem, fiquei sabendo que o pai dele anda piorando, ele deve estar na pior, por isso que Fernanda deve estar sempre aqui, e é bom mesmo, no fundo Renan é bem carente, estou aqui, numa sexta feira a tarde lavando louça e meu telefone toca 

INÍCIO DE LIGAÇÃO 

Bruno: Vamos sair - quando iria dizer algo ele já deu um berro - E EU NÃO QUERO SABER SE VOCÊ QUER OU NÃO - ri

Bruna: Bruno, não vou - disse firme 

Bruno: Vai sim, pode se arrumar que eu to ai as 19h

FIM DE LIGAÇÃO 

Desligou na minha cara, que filho da puta! Terminei de lavar a louça e levei meus cachorros pro quarto e fiquei a tarde inteira brincando com eles e deitada na cama pensando na minha vida. Eram 17h e eu estava olhando pro teto pensando em Pedro, as lágrimas começaram a rolar e conforme eu ia lembrando de tudo que passamos, da pessoa maravilhosa que ele era, do jeito dele comigo meu choro ia ficando cada vez mais desesperador até que dei um berro e meus dois cachorros pularam na cama ficando em cima de mim e eu os abracei, e eles não diziam nada, como essas coisas peludas conseguem ser mais sinceras que um ser humano, que consegue falar, mas utiliza a boca só para dizer falsidades, já estava sorrindo, as lágrimas não paravam de rolar no meu rosto, eles me olhavam com a cabeça de lado, e mexiam a patinha me dando-as e gargalhei com aqueles dois que deram pulos pelo meu quarto, e minha mãe surge ali na porta, e rapidamente limpo meu rosto, ela vem andando devagar até que chega na minha cama e se senta 

Sandra: Bruna - disse quase que em um sussurro 

Bruna: Mãe - disse firme - não me diga nada, não quero suas palavras de consolo, eu estou bem e a senhora estava completamente certa - ela apenas me deu um beijo na testa e saiu dali fechando a porta e levando os cachorros juntos, voltei a chorar e meu telefone começa a tocar 

INÍCIO DE LIGAÇÃO 

Bruna: Oi - disse tentando ficar com a voz normal

Bruno: Bicha, o que houve? - ele disse todo preocupado - to indo prai agora 

FIM DE LIGAÇÃO

Voltei a chorar, enfiei minha cara no travesseiro e dei berros que ninguém ouviria, fiquei um tempinho ali chorando e berrando até que parei e continuei com a cara no travesseiro 

Bruno: Acabou com o seu showzinho?? - BRUNOOO, tudo que eu precisava 

Me levantei e abracei ele com tanta força, e ele correspondeu, ficamos ali em pé por um tempinho, eu chorando em seu ombro na ponta do pé porque o Bruno é alto, ele fazendo carinho em meus cabelos e me segurando apertado, até que me afastei e ele foi me levando pra trás e me sentou na cama e eu me sentei também

A mulher do chefe!Onde histórias criam vida. Descubra agora