amor de marte.

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eu me via mercúrio;
pequena e insignificante
diante do sol.

eu admirava vênus
admirava toda a sua força feminina,
eu desejava ser como ela.

eu desejava fugir da terra
porque nunca me encaixei,
nunca achei que pertencia à ela.

mas então, eu parei
de me importar
e tirei a loucura de marte pra dançar.

e foi em meio à insanidade;
tirando meus pés do chão
que me senti tão grande quanto júpiter.

eu passei a admirar
os meus próprios
anéis como aos de saturno.

eu prometi a mim mesma
que não me enxergaria apagada
como o azul congelado de urano.

em vez disso,
pintaria meus dias cinzas;
de azul intenso, feito netuno.

e foi enxergando-me como
meu próprio planeta-casa,
que jurei amor eterno a mim mesma,
que jurei nunca mais ignorar a minha existência,
que jurei
nunca
mais
me sentir plutão.

entre cicatrizes e band-aidsOnde histórias criam vida. Descubra agora