Capítulo III

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  No outro dia eu teria que estar lá bem cedinho . Ai com eu estava feliz! Meu primeiro emprego. Eu sou a pessoa que teria de ficar no balcão com outra pessoa .

  Eu estava tão ansiosa pra começar meu primeiro dia de trabalho que, acordava de meia em meia hora , a última vez que acordei faltava cinco minutos para cinco e vinte da manhã.       
  Cinco e vinte já estava de pé. Me arrumei , fiquei toda cheirosa, bem arrumada. Acredita que cheguei antes de todos os funcionários? Caramba! Isso sim é disposição pra trabalhar! Quando cheguei lá eram seis horas . Eu fiquei uns trinta minutos esperando algum funcionário chegar e abrir a porta. Nesses trinta minutos veio um rapaz que sempre que ficava com a chave:

-- Você está aqui a muito tempo? Disse ele.

-- Estou com minhas pernas cansadas.

-- Não se preocupe senhorita, já vou abrir a porta. - e deu um sorriso.

-- Qual o seu nome mesmo não nos apresentamos direito. - perguntou o lindo rapaz.

-- Milena. Me chamo Milena. - cumprimento-o com um forte aperto de mãos.

-- Muito prazer, Milena. Henrique.

-- Bonito nome.

Todos os dias ele chega seis e meia, pra ter tempo de abrir a porta :

-- Então, está vendo aquela primeira fileira? Ela é a estante de rock, a segunda são músicas clássicas... As outras são diversas , como músicas calmas, agitadas , brasileiras , etc.

-- Aham! Pode deixar.

Com o tempo fomos sendo cada vez mais amigos , saíamos pra comer com os nossos amigos da loja , íamos pra vários lugares. Foi meu primeiro amigo de verdade. Até que de repente ele parou de falar comigo . Não sei porque . No fundo , no fundo , era o que eu pensava. Foi bom enquanto durou.
 
E depois disso eu decidir ir embora, não ia dar muito certo nossa convivência, já tinha arranjado outro emprego no meio da semana, e na sexta-feira seria meu último dia.

Henrique ficou sabendo que eu iria embora é só faltava um dia. E perguntou só pra confirmar :

-- Vai embora mesmo? - parecia incomodado

-- Vou sim! Quando chegar na sua casa , pode soltar foguetes, ok? E sabe de uma coisa? É melhor pra mim. Lá no meu novo emprego , percebi que as pessoas são totalmente diferentes de você, Henrique, mesmo que aconteça algo, elas ainda sim conversam uns com os outros e se entendem, e não ignora os outro sem motivo. Amanhã vai ser meu último dia, satisfeito? Deve estar né? - eu estava estupenda de raiva dele. Mas também falei tudo que tinha pra falar. - Assim eu te deixo em paz , não é? Vejo que minha presença te incomoda.

-- Você não sabe o que tá falando. Nao, não, você não vai me deixar em paz, nem sequer um segundo se eu não trabalhar ao seu lado, tá bom pra você? E tem mais, eu tenho motivo pra parar de falar com você. Eu não queria mas... Não tinha outro jeito. - acho que ficou meio magoado pelo o que eu tinha dito.

-- Ah! Então qual é o motivo tão misterioso, que você não abre a boca e fala pra mim? Nós éramos amigos!

-- Quando o expediente acabar , vai estar livre?

-- Vou , porque ?

-- Preciso falar com você sobre uma coisa muito importante pra mim quanto pra você.

-- Ok. - até lá não falamos um com o outro.



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