Café, Contos E Suspiros.

Unilateral

Aquela velha sensação de que seus sentimentos são recíprocos com o de mais alguém, saber que alguém confia em ti, isso te deixa leve, mas aí em um belo dia você desliza e esse alguém fica com um pé atrás, nisso você também fica receioso de confiar nesse alguém. É aí que você começa a armazenar algumas coisas para si, uns pequenos assuntos ali, uns sentimentos aqui e assim vai. Após se recuperar três quartos do primeiro deslize, você comete outro um pouco maior. Nisso, aquele alguém, resolve tirar sua confiança de você, e você consequentemente começa a guardar de tudo para si já que não consegue confiar em mais ninguém. Você se torna superficial com todos à sua volta e passa a ser um espelho para os outros, sendo meio que o ser humano que eles apreciam e acham exemplar, você porém não está sendo você e com isso se torna infeliz. Alguns poucos momentos te fazem rir e por mais que você goste de fazer isso, nem sempre consegue. O tempo passa e você volta a achar que aquele alguém confia em você novamente. Começa a contar coisas banais e aquele alguém escutando, conta algumas coisas de pouca importância e aos poucos vai aprofundando seus segredos. Aquela pessoa como sempre bem receptiva e boa ouvinte te encoraja a sempre que precisar procurá-la. Assim como as ondas, a vida tem seus altos e baixos, e você está na parte alta do ciclo quando algo mostra que aquele alguém que você achava que confiava em ti, simplesmente não confiava, você respira aliviado por não pôr toda a sua confiança naquele alguém, mas seu coração se aperta e geme por você ter se enganado todo aquele tempo. Para aquele alguém você era só mais um, e você todo aquele tempo achava ser especial ou ter alguma ligação com aquela pessoa. Agora, você sabe o que significa se decepcionar, sabe o que é não conseguir confiar em ninguém, querer contar, mas inseguro guarda pra si. Bem vindo a um mundo unilateralista, onde o você só tem a si com quem contar.