09/08/17
Depois de muitos anos sofrendo mentalmente em silêncio, a escapada que tenho no momento é escrever para que entendam como minha mente funciona. São exatas 20:30 e a poucos me autoflagelo, como forma de exalar minha ira silenciosa. Qualquer coisa pode se tornar um ponto gatilho e passo a maior parte dos dias pensando em acabar com tudo, o que para mim me parece ser a melhor opção, porém tenho certa covardia. Vivo todos os dias como o último, às vezes termino o mesmo nesta infelicidade na qual estou e outros tenho o prazer de desfrutar de uma noite pacífica. Uma doença terminal me seria vantajosa apesar da dor (coisa a qual não costumo suportar em algumas ocasiões). Posso até estar sendo dramática, mas é sobre como penso que se trata esse "diário".
Costumo não ter um confidente e se eu tenho é mais como algo de momento da qual esquecem em seguida. Queria ter uma amiga igual àquelas de filme da qual nos conhecemos por completo, ter um ombro para poder chorar, contar tudo, mas meu pior defeito é que fui criada para desconfiar de tudo e todos e por mais que eu queira ter uma amizade assim, eu simplesmente não consigo. A Rafa até está tentando me ajudar, mas não sei se funciona assim com meus pais. Queria uma vida diferente. Por que a dos outros sempre nos parece melhor? Por que a grama do vizinho é sempre a mais verde? Talvez por que passamos tanto tempo observando-a que esquecemos de cuidar da nossa. Talvez seja isso. Sempre me sinto culpada, até pelo que eu não fiz. Por que? Não faço ideia, mas tenho a sensação de que tenho que estar perfeita o tempo todo, não posso errar. Eu ando tão desanimada que não sinto vontade de fazer tantas coisas como antes. Meu cérebro parece me bloquear todas as opções; balé, não sinto mais vontade (nunca tive muito incentivo); desenhos, venho piorando, o que me tira a vontade de fazê-los; minha maior vontade é dormir para nunca mais acordar, sonhar com uma vida"perfeita". Vi um desenho certa vez a respeito disso, uma menina que vivia em uma família instável e briguenta, ela sempre dormia a maior parte do tempo e sonhar era sua válvula de escape, ela começou a tomar vários remédios para isso (para dormir), quando os pais perceberam já era tarde.
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Café, Contos E Suspiros.
Short StorySe a nossa jornada pelo longo caminho da vida é cheia de obstáculos, curvas perigosas e lindas paisagens devemos aproveitar disso e tirar de todos os caminhos um impulso para seguir. Se olharmos por diversos ângulos diferentes, veremos como cada um...