Capítulo 5

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***Angel***

- O quê? Tá doida? - Emily parece desesperada - Por acaso você tem dinheiro para pagar a pizza?

- Quem disse que vamos pagar pela pizza? - Emily prende a respiração e me olha como se eu fosse maluca.

Um outro garçon bem gordo e com uma cara amarrada chega até mim com um pequeno bloco de notas manchado de gordura.

- O que vai querer? - Ele pergunta sistematicamente, sem nem olhar para a nossa cara.

- Não, não... Não vamos querer nada... - Emily fala apressadamente, até eu interrompê-la.

- Uma pizza média metade calabresa metade portuguesa, por favor - falo e chuto a perna dela por de baixo da mesa para que ela ficasse quieta, mas ela parece não entender o recado.

- Alguma bebida? - Ele fala tão baixo que quase não conseguimos ouvir sua voz, mas ainda sim conseguimos entender o que ele diz.

- Não, não queremos bebida, aliás não querermos a piz... - encaro o garçon com um sorriso e interrompo ela novamente.

- Não liga pra ela, eu vou pagar. Duas Cocas, por favor - olho para Emily tentando manter o sorriso - Ela é a pessoa mais pão dura que conheço, até parec...

- Mais alguma coisa? - o garçon me interrompe grosseiramente, ainda sem passar os olhos por nos, era como se houvesse algo no bloco de notas que prendesse seu olhar.

- Não... - o garçon sai quase correndo, deixando o lugar em silêncio. Não por muito tempo...

- Eu? Pão dura? Olha quem fala - Emily diz irritada - Pode me explicar esse seu plano genial, porque roubar pizza não me parece assim tão genial.

- O que acontece com pessoas que comem as pizzas e não pagam? - pergunto feliz com meu raciocínio rápido.

- Esse é seu grande plano? Passar o dia lavando louça? - Emily estava vermelha, como sempre ficava quando estava com vergonha ou com raiva.

- Exatamente! - digo tranquilamente.

- O quê? - sua voz estava bem alterada, por um momento tive medo do que ela iria fazer, até eu lembrar que estava falando com Emily, e Emily não era alguém a quem devíamos temer.

- Pelo o que eu vi no vídeo, aquele cartaz ficava a um corredor de distância da cozinha. Com esse tanto de gente, a entrada para as cozinhas estão fortemente vigiadas, não da pra passarmos despercebidas. Mas e se eles nos levarem até a cozinha? - falo orgulhosa comigo mesma por ter pensado nisso.

Emily passa um tempo em silêncio. Parecia que ela ainda estava um pouco irritada, mas sua expressão se suavizou aos poucos. Ela suspira e resmunga algo, Emily odiava quando não tinha razão.

- Esse seu plano é horrível, sorte sua que graças a ele eu vou comer pizza de graça.

***Emily***

Comemos a pizza em silêncio, tensas com uma possibilidade que não nos atreviamos a mencionar, embora soubéssemos de sua existência.

E se ao invés de nos mandarem pra cozinha eles nos mandassem pra cadeia?

Idéias piores do que a cadeia circulão pela minha mente me deixando louca. Tento expulsar esses pensamentos para poder comer a minha pizza em paz, mas quanto mais tento, mais elas se fixam na minha mente.

No fim a pizza de graça não valia tanto apena assim. A tensão deixava a pizza com gosto de obrigação, a massa era dura e o recheio estava velho. Era como mastigar borracha velha, não importava o quanto você já tivesse mastigado não dava para engolir. Meus maxilares já estavam começando a ficar doloridos.

Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente Onde histórias criam vida. Descubra agora