Capítulo 15

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*** Angel ***

Me encosto mais na porta tentando me distanciar do animatronic. Lembro da entrevista do repórter que vi na tv, nela o urso parecia não estar gostando da visita incômoda. Agora ele estava na minha frente, com os olhos focados.

Ele se aproxima de mim, fecho os olhos e prenso as minhas costas na porta com toda força que possuía. Escuto um leve rangido e logo sinto algo frio encostando no meu rosto.

- Angel? - o animatronic fala com uma voz muito familiar, fazendo com que eu abrisse os olhos quase que imediatamente.

Vejo o animatronic agachado na minha frente, sua expressão neutra não me deixou  com menos medo. Sua mão se levanta lentamente na direção do meu rosto, mas não tenho reação. Encaro seus olhos azuis assustada quando sinto o metal gelado dos seus dedos tocando a minha bochecha corada pelo choro. Com os seus olhos ainda vidrados em mim, ele retira a sua mão de metal do meu rosto, e me olha como se esperase alguma resposta.

- Nick... - o nome do meu irmão sai por entre meus lábios quase sem a minha permissão.

O urso ergue as orelhas como se aquele nome fosse familiar pra ele. Sem aviso ele se levanta e tira com cuidado a mão de meu rosto.

- Por favor, sobreviva está noite. - ele se afasta com o olhar mais triste que um animatronic poderia dar. A passos quase apresados e sem olhar para trás, ele vai embora.

O meu coração começa a desacelerar, enquanto a minha mente tenta entender o que acabara de acontecer.

Um barulho alto e metálico quebra os meus pensamentos. Tomo coragem e ando vagarosamente pelo corredor me encostando na parede para espiar.

O meu corpo treme e o meu coração começa a acelerar de novo ao ver que parado ao lado da porta de metal estava uma raposa animatronic completamente quebrado.

A raposa farejava o ar como se tivesse procurando por algo. Devagar vou saindo do corredor onde me encontrava e vou para baixo de uma das mesas do salão. Tremo ao escutar os passos do animatronic cada vez mais próximos, ele rosnava enquanto vasculhava as mesas uma por uma.

- Cadê você garotinha, não adianta se esconder eu sinto o seu cheiro - a raposa fala revirando uma messa bem do meu lado.

Seguro a respiração e me encolho mais na messa tentando me manter oculta o maior tempo possível, embora já tivesse ciência do inevitável. Escuto as batidas fortes do meu coração quando a sala é tomada por um silêncio suspeito, parecia que a raposa finalmente tinha ido embora. Com calma, abaixo minha cabeça para conseguir ver por de baixo do pano, imetiadamente um gancho atrevessa a mesa que e arremessada para a parede.

- Achei você! - o animatronic fala estampando seus dentes de metal no que era pra ser um sorriso.

Me levanto o mais rápido que consigo e tento correr, mas a raposa me agarra firmemente com a sua única mão.

- Eu prometo que isso será rapido - ele fala levantando o gancho em minha direção, mas, antes dele conseguir me atingir, algo bate com força em sua cabeça o fazendo cair imóvel no chão.

- Eu sabia que a gente devia ter colocado uma coleira nessa raposa desde o início - um coelho azul animatronic se revela atrás da raposa, em suas mãos estava uma guitarra quebrada que ele usou para bater na raposa - não era uma das minhas favoritas mesmo - ele fala largando a guitarra no chão e se voltando a mim - o mais que indelicadeza a minha, o meu nome e Toy Bonnie, mas pode me chamar de Mr. Coelhão Louvador de Cenouras Mestre das Guitarras Senhor Supremo da Pizzaria II, e o seu? - ele estende a mão na minha direção, ele parecia gentil e maluco demais para o meu gosto.

Dou um passo para trás encolhendo os meus braços para mais perto do corpo. O coelho também devolve a mão para perto do seu corpo e olha na para baixo observando a raposa.

- Ok, se você não quer dizer o seu nome tudo bem, mas eu te aconselho a não ficar aqui por muito tempo, não sei até quando ele ficará adormecido - ele passa por mim e entra no corredor.

Olho para os lados sem saber para onde ir, uma música calma começa a tocar quebrando um pouco o silêncio fazendo os meus pelos das costas se arrepiarem.

- Me espera - grito indo atrás do animatronic, com certeza vou acabar me arrependo dessa decisão, mas, infelizmente, era a única no momento.

*** Toy Bonnie ***

Sorrio ao escutar a voz da menina atrás de mim. Faz tempo que não vejo ninguém andar pela a pizzaria a noite, por consequência disso, este local estava ficando um pouco chato.

Entro na sala de "segurança" e pego o tablet que estava em cima da messa.

- O que você esta fazedo? - A menina me observa por cima dos meus ombros, mas ainda um pouco afastada de mim.

A ignoro e avanço pelas cameras até achar a da caixa do Puppet, não queria que ninguém atrapalhase a minha diversão, toco na tela fazendo com que a caixa de músiva rebombinasse uma melodia calma. Sabia que a música também me afetaria um pouco, mas ao menos colocaria a marionete para dormir por mais alguns minutos.

- Eu tenho uma pergunta pra você - um sorriso conhecido invade meu rosto - Você tem medo da morte? - me viro para menina, fazendo ela se afastar para a parede.

Encuralada e sozinha, essa vai ser a minha vitima mais fácil que já tive.

*** Angel *** 

O coelho se aproxima de mim. Droga como podia ser tão burra, acreditar em um animatronic onde eu estava com a cabeça?

Sem perceber, preciono o botão da laterna que ainda estava na minha mão fazendo com que um feixe de luz fosse para os olhos do animatronic. Mesmo a luz sendo fraca, foi suficiente para fazê-lo fechar seus olhos e se afastar alguns passos.

Passo por ele rapidamente, sem pensar vou até os banheiros e me escondo em um dos boxes.

- Pobre menina, quer brincar de esconde-esconde ou pega-pega? Está mechendo com o coelho errado - escuto Toy bonnie falar provavelmnete ainda da sala que o deixei.

O local logo começa a ficar silencioso e frio, a luz encima de mim pisca várias vezes até finalmente se apagar com um pequeno click.

Os meus pelos se arrepiam ao escutar um choro de criança bem próximo. Me abaixo e pelo vão do boxer vejo com a luz da minha lanterna uma criança pálida senta no chão do boxe ao meu lado, a luz da lanterna se desliga, mas em poucos segundos se acende revelando o rosto da criança bem perto do meu, me levanto com o susto, mas continuo a encarando.

- Por favor, me ajude - a criança falava repetidamente e cada vez mais alto, lágrimas e sangue corriam dos seus olhos sem parar.

Abro o boxes já pronta para correr daquela cena, mas ao fazer isso sou surpreendida pelo coelho que bloqueia a saída do banheiro.

- Acho que a brincadeira de
esconde-esconde acabou! - ele ri me segurando pelo braço e arrastando para algum lugar da pizzaria.

Five Nights At Freddy's 2 : A Última Sobrevivente Onde histórias criam vida. Descubra agora