O Que Eu Faço Para Ter Você? - JVtista

Paz

Narrador Pov

Meses haviam passado, e João continuava persistindo. Não importava quantas vezes fosse rejeitado, no fim, sua paixão era maior que a dor da rejeição.

Felipe sempre tentava ao máximo ser sensível, não gostaria de magoar quem mais demonstrava o amar imensamente. Ele sabia o quanto João o amava, mas simplesmente não conseguia corresponder, alguém já tinha dominado seu coração, Erich.

Você já quis ser outra pessoa apenas para se sentir o suficiente pra quem você ama? Apenas para agradá-la? 

Era esse o desejo, a sede insaciável que João tinha, gostaria de ser Erich. Acreditava que ele era o filho da puta mais sortudo do mundo, o invejava.

JV Pov

Eu arranjei um emprego em um restaurante há dois meses atrás, comecei a gostar de manter minha mente ocupada. O salário era bom, até mais do que o suficiente pra mim, e eu nem precisava disso agora.

Em certos momentos, quando estou trabalhando, sem perceber, surge o sorriso mais lindo em minha mente, e logo surge também um sorriso bobo e apaixonada no meu rosto.

Nunca fui de correr atrás das pessoas, mas, porra, algo naquele loiro me atrai demais, e não consigo evitar.

Tentei inúmeras vezes tê-lo só para mim, todas elas falhas. Bom, estamos quase no final de 2017, terceiro ano do ensino médio está próximo, não tô preparado pra isso! E se continuarei tentando? Talvez, quem sabe?

-X-

Finalmente terminei meu serviço, estou meio morto, mas sigo firme!

No caminho de volta para casa, sempre passo por uma praça. Algumas vezes ela é meio sombria, outras, relaxante e tranquila.

Nesse exato momento, avisto alguém, de cabeça abaixada, provavelmente chorando.

Paro um pouco e fico observando, após alguns minutos, reconheci aquela pessoa... Felipe Batista.

Ele chorava silenciosamente, me doía ver ele daquela forma, machucado e frágil, resolvi me aproximar.

Sento-me ao seu lado, ele não pareceu se importar muito com minha presença.

João: Batista...? - apenas um murmuro como resposta. - o que houve? O que te deixou assim?

Felipe: N-n-nada. - disse entre soluços.

João: Batista, não irei aceitar isso como resposta. Poxa, eu estou preocupado, apenas me diga o que houve.

Felipe: Erich... e-ele... terminou comigo.

Eu sei que é errado, sei que não deveria me alegrar com isso, mas é inevitável.

Ignorando isso, o abracei gentilmente.

João: Hey, acalme-se! Eu estou aqui.

Felipe: Ele me traiu, eu amava ele... - sussurrou.

João: As vezes as pessoas simplesmente não te amam da mesma forma como você ama elas, cedo ou tarde você iria perceber isso.

Felipe: JV... - sussurou próximo de meu ouvido - desculpe... eu nunca fui bom contigo, mas ainda assim... você está aqui comigo, mas... eu gostaria que fosse ele.

Essa realmente doeu, nunca fui o suficiente para ele, sinto que nunca serei, mas ainda quero tentar, mesmo que todas as tentativas me levem somente ao nada.

Felipe: Jv, você precisa parar de sentir qualquer coisa por mim... - falou se afastando de meus braços e me encarando, seus lindos olhos estavam vermelhos e inchados, gostaria de o livrar de toda essa dor.

João: Seu idiota, não vou parar de amar você, de forma alguma. - disse meio irritado.

Felipe abaixou sua cabeça, talvez estivesse procurando argumentos. Ele estava frágil, abalado e destruído, e aos poucos eu ficava do mesmo jeito.

Batista levanta sua cabeça, agora com fúria em seus olhos.

Felipe: Apenas suma da minha vida, suma, por favor... - disse raivoso.

Cruel é a palavra que define esse momento.

João: B-Batista... não diga isso, por favor. - estava prestes a chorar, mas eu seguraria as lágrimas, não vou chorar na frente dele, jamais!

Felipe: Foi realmente cansativo ter que te aguentar durante todo esse tempo, eu comecei a nutrir um ódio pela sua voz... mesmo não sendo sua intenção ser alguém irritante pra mim, você foi apenas isso na minha visão. - seu olhar era frio. - Apenas morra.

Batista se levantou e se direcionou para uma rua logo sumindo do meu campo de visão.

Eu apenas fiquei ali, perplexo com tudo. Eu realmente não esperava por isso.

Apenas morra.

Eu comecei a rir, não sabia como reagir. Todos os momentos que passei tentando conquistá-lo estavam rebobinando em minha mente.

Como fui tolo, completamente tolo...

Eu não passei de um incômodo, fui apenas um obstáculo no caminho da felicidade dele... é tudo tão claro!

Eu fui o errado, o egoísta. Eu fui o problema dele.

Eu segurei todas as lágrimas, esperei chegar em casa para desabar.

E quando cheguei, automaticamente elas caíram. Foi incontrolável, não como se eu ao menos tivesse feito o esforço para impedir elas de caírem, pelo contrário, deixei tudo ir embora.

A paz que você sempre sonhou estará aos seus pés a partir de agora... vou apenas fingir que sua existência não significou nada pra mim, vou fingir que isso nunca aconteceu...

Afinal, por quem estou chorando mesmo?

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É... Oi... lembram de mim? Hehe.

Voltei ;)

Desculpa a demora